SEGUNDA- 23 de Dezembro de 2013 - Evangelho
- Lc 1,57-66
A Igreja celebra o nascimento de João
como algo sagrado, e é o único nascimento que se festeja: celebramos o
nascimento de João e o de Cristo; e o seu nascimento foi motivo de alegria para
muitos. Quando São João Batista nasceu, a Virgem Maria estava em sua casa.
Quanta alegria e doçura reinavam naquele lar! Os dias da Virgem na casa de
Zacarias foram de grande gozo para todos. Maria dava um novo sentido aos
pequenos sucessos cotidianos. Esta alegria era contagiosa, e dela participavam
os vizinhos e os parentes que ouviram dizer que Deus a cumulara com sua
misericórdia e com ela se alegraram. Os vizinhos e parentes também se
alegraram por Isabel ter sido agraciada por Deus: “Não temas, Zacarias, porque
a tua súplica foi ouvida, e Isabel, tua mulher, vai te dar um filho, ao qual
porás o nome de João. Terás alegria e regozijo, e muitos se alegrarão com o seu
nascimento. Pois ele será grande diante do Senhor; não beberá vinho, nem bebida
embriagante; ficará pleno do Espírito Santo ainda no seio de sua mãe” (Lc 1,
13-15).
Hoje, infelizmente, muitos se enchem de
inveja e de ódio, quando ficam sabendo que uma pessoa recebeu alguma graça ou
que está progredindo na vida. Essa é a atitude de pessoas amigas e discípulas
do demônio. Tu sabes quais são os sinais para saber se uma pessoa é invejosa?
1º Alegrar-se com o mal alheio. Se você percebe que uma
pessoa se alegra com a desgraça do próximo, que sente prazer por qualquer
insucesso ou fracasso do próximo, então já descobriu uma pessoa invejosa. Em 1
Pd 2,1 diz: “Rejeitai… qualquer espécie de inveja”. Cuidado com esse tipo de
gente; isto é, cuidado com a pessoa que se alegra com o mal alheio, a mesma é
pior que o diabo. Os invejosos são piores que o diabo, pois o diabo não inveja
os outros diabos, ao passo que os homens não respeitam sequer os participantes
da sua própria natureza.
2º Entristecer-se com o bem alheio. Se você percebe que uma
pessoa se entristece, só porque viu alguém subir de cargo, tome cuidado, ela é
invejosa e venenosa. O invejoso não consegue se controlar diante do sucesso do
próximo, ele fica inquieto e se transforma num monstro: enruga a testa, cerra
os dentes, torce o nariz, fica com o semblante azedo e olhos fixos no chão. A
inveja quando não destrói o invejado, tira a paz do invejoso!
3º Reprimir os louvores dados aos outros. O invejoso não
suporta ouvir ninguém ser elogiado, logo diz algo contra a pessoa que foi
elogiada; o mesmo encontra defeito em tudo. Aos olhos do invejoso qualquer
defeito dos outros é grande. O invejoso também vê o bem, mas sempre com maus
olhos. Até das pessoas santas o invejoso tenta tirar alguma coisa, não podendo
negar o louvor aos santos, ele o faz com avareza e reserva. Quanta maldade!
4º Falar mal do próximo. A língua do invejoso se assemelha a
uma metralhadora incontrolável; a sua inveja é tão grande, que ele fala mal do
próximo publicamente e também em segredo; quanto aos defeitos dos outros, o
invejoso sempre aumenta ou inventa. Da inveja nascem o ódio, a maledicência e a
calúnia.
No Antigo Testamento a circuncisão era um rito instituído por
Deus para assinalar com uma marca os que pertenciam ao povo eleito. Deus mandou
a circuncisão a Abraão como sinal da Aliança que estabelecia com ele e com toda
a sua descendência (cf. Gn 17,10-14), e prescreveu que se realizasse no oitavo
dia do nascimento. O rito realizava-se na casa paterna ou na sinagoga, e além
da operação sobre o corpo do menino, incluía bênçãos e a imposição do nome.
Com a instituição do batismo cristão cessou o mandamento da
circuncisão. Os Apóstolos, no Concílio de Jerusalém (cf. At 15,1ss.),
declararam definitivamente abolida a necessidade do antigo rito para os que se
incorporassem na Igreja. A libertação da voz de Zacarias, no nascimento de
João, é o mesmo que o rasgar-se do véu do templo, pela cruz de Cristo. Se
anunciasse a si mesmo, João não abriria a boca de Zacarias. Se solta a língua,
é porque nasce a voz; já a prenunciar o Senhor. Com razão se soltou em seguida
a sua língua, porque a fé desatou o que tinha atado a incredulidade. É um caso
semelhante ao do apóstolo São Tomé, que tinha resistido a crer na Ressurreição
do Senhor, e acreditou depois das provas evidentes que lhe deu Jesus
ressuscitado (cf. Jo 20,24-29). Com estes dois homens, Deus faz o milagre e
vence a sua incredulidade; mas ordinariamente Deus exige-nos fé e obediência
sem realizar novos milagres. Por isso repreendeu e castigou Zacarias, e
censurou o apóstolo Tomé: “Porque Me viste acreditaste; bem-aventurados os que
sem ter visto acreditaram” (Jo 20, 29).
As pessoas ali presentes compreenderam que estavam diante de
algo sobrenatural, ainda que não tivessem um conhecimento completo do que
estava a suceder: “… e por toda a região montanhosa da Judéia comentavam-se
esses fatos”. E diziam: ‘Que virá a ser esse menino? ‘ E, de fato, a mão do
Senhor estava com ele”. Que São João Batista abra os nossos olhos e a nossa
língua, porque estamos cegos e mudos espiritualmente, os vícios nos cegaram e
taparam nossa boca, não conseguimos enxergar e falar da grandeza da vida de
santidade.
Pai, conta comigo para realizar o teu projeto, como contaste
com João cujo nascimento foi revestido de gestos amorosos de tua Providência.
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