Bom dia!
Reafirmo: Ninguém disse que seria fácil manter a fé!
A sociedade e o tempo em que Jesus manifestou essas palavras eram
cercados de medos. Um tempo onde primos, sobrinhos, netos, (…) eram chamados de
filhos e irmãos. Um tempo onde já se vivia em cidades, mas que nos módulos
básicos de convivência ainda carregavam a idéia de clãs, tribos, próximos…
Muitos filhos não tinham respeito por seus pais ao ponto de entregá-los,
roubá-los, matá-los por causa de heranças, pastos, ovelhas, cargos de
influência, ou seja, por nada. Uma época onde os adeptos de Jesus eram chamados
de seguidores do “caminho”, pois ainda não havia a expressão “cristãos” ou tão
pouco cristianismo.
“(…) Depois de ir e vos preparar um lugar, voltarei e tomar-vos-ei
comigo, para que, onde eu estou, também vós estejais. E vós conheceis o caminho
para ir aonde vou. Disse-lhe Tomé: Senhor, não sabemos para onde vais. Como
podemos conhecer o caminho? Jesus lhe respondeu: EU SOU O CAMINHO, A VERDADE E
A VIDA; ninguém vem ao Pai senão por mim. Se me conhecêsseis, também certamente
conheceríeis meu Pai; desde agora já o conheceis, pois o tendes visto”. (João
14, 3-6)
Esse “caminho” que Jesus ensinava trilhar ia de encontro, ou melhor, em
atrito, com os valores da época. O “caminho” pregava que a vida não era
centrada na busca do poder e sim da simplicidade; que não criava ou valorizava
reis ou seres de influencia, o caminho pregava o serviço ao próximo. Dizia
“não” ao orgulho, a arrogância e a prepotência. Não dizia nada de errado aos
nossos olhos, mas então por que Ele era, e é, tão perseguido? Será que algum de
nós hoje poderia dizer que o que pregavam era errado?
O intrigante é hoje também somos perseguidos por buscar o caminho.
Recentemente uma professora foi demitida por expor que papai Noel é uma
simbologia e não algo real de fato. Por acaso mentiu? Mas esse mundo consumista
precisa de um rei que venda e não que ensine às pessoas a verdade, valores
morais, opiniões… Nesse momento não falo de religião e sim de um caminho… Será
que ela precisa mesmo mentir para se manter no trabalho?
Esse simples fato, sem entrar em detalhes, expõe uma dura realidade que
precisamos expor dentro de cada um de nós: Será que estamos mentindo para
podermos ser aceitos ou nos aceitar? Quantas vezes precisamos omitir nossos
valores e o que cremos para podermos viver? Será que exagero? Não creio!
Quando mentimos um balanço ou compramos notas fiscais para abater o que
não consumimos em imposto de renda, quando pagamos ao policial que pede
“caixinha” mesmo sabendo que não há nada de errado com o carro, quando nos
aliamos ou votamos no corrupto a espera de um favor, quando alimentamos a
indústria dos CDs e DVDs piratas, quando sabemos um erro da vida do outro e os
julgamos e sentenciamos para ocultar minhas próprias mazelas, erros… Nossa!
Como é fácil apontar erros dos outros para esconder os meus!
E não paramos por ai…
Perseguimos o irmão da outra igreja, pastoral ou movimento; tecemos
criticas que talvez não fizéssemos nem aos nossos inimigos; usamos da fofoca,
da calunia, do fuxico para tentar descredenciar esse (a) filho (a) de Deus que
trabalha tão bem e por inveja não consigo perceber. Antes mesmo que abra a boca
já fechamos os ouvidos e o pior falamos isso como fossemos defensores da moral…
Por que será que pessoas que erraram temem voltar à comunidade? Por que
será que o casal que se separou precisa muitas vezes mudar de bairro pra voltar
à missa? O que será que Jesus nos confiou: Buscar quem se perdeu ou julgá-las?
“(…) O irmão entregará à morte o próprio irmão; o pai entregará o filho; os
filhos se levantarão contra seus pais e os matarão”.
Creio que se pelo menos os “nossos” pararem de nos perseguir, e quando
digo “nossos” digo todos que seguem o caminho (cristãos, sejam eles católicos,
evangélicos,…), acredito que poderemos cumprir de fato o ultimo desejo de
Cristo antes de subir aos céus. “Ide ao mundo e pregai o evangelho a toda
criatura”.
E ai? Eu junto ou espalho?
Um imenso abraço fraterno.
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