SEXTA - 27 de Dezembro de 2013 - Evangelho
- Jo 20,2-28
No primeiro dia da semana, bem cedo,
“quando ainda estava escuro”, ou seja, em meio à incerteza e dúvidas sobre o
cumprimento das promessas da Ressurreição de Jesus, vai uma mulher ao sepulcro.
Por que uma mulher? Jesus quer nos ensinar, com isso, que são os excluídos os
primeiros a acolher a Boa Nova. Até nisso se cumprem as palavras do Mestre.
“Maria Madalena” hoje sou eu, é você, quando
excluído, censurado, caluniado e acusado de pecador público ou por qualquer
outro motivo. Assim como ela – com amor e carinho porque muito foi
perdoada – procura, busca e vai ao sepulcro e vê que a pedra estava tirada do
sepulcro, assim eu e você temos esta missão.
Ela corre à procura de Simão Pedro e do outro discípulo –
aquele a quem Jesus amava – e lhes diz: “Retiraram
o Senhor, e não sabemos onde o puseram”. A única diferença é que, enquanto
Maria Madalena foi duvidando, nós já não temos motivo para duvidar porque ela
nos ensina a dizer: “Rabôni!” que significa: “meu Mestre” e
a irmos anunciá-Lo: “Vi
o Senhor, e eis o que Ele me disse”.
A cena
comovente do encontro de Maria Madalena com Jesus evidencia a mudança de
relacionamento entre o discípulo e o Mestre, operada a partir da Ressurreição.
A nova condição de Jesus exigia um novo tipo de relacionamento.
Maria
Madalena expressou o carinho que nutria pelo Mestre nos vários detalhes de seu
comportamento. A notícia do desaparecimento do Corpo do Senhor deixou-a
perplexa. Com isso, perdia um sinal seguro da presença do Amigo querido, mesmo
reduzido a um cadáver. Sem Ele, não teria um lugar preciso ao qual se dirigir
quando quisesse prantear a perda irreparável do Amigo. Por isso, mesmo que
todos tivessem se afastado, ela permaneceu sozinha, à entrada do túmulo,
chorando.
Seu diálogo com os anjos ocorreu de maneira espontânea, sem
ela se dar conta de estar falando com seres celestes. Só lhe importava saber “onde puseram o meu Senhor”. Da mesma forma aconteceu o diálogo com
o Ressuscitado. Num primeiro momento, Maria pensou tratar-se de um jardineiro.
Demonstrando uma admirável fortaleza de ânimo mostrou-se disposta a ir,
sozinha, buscar o cadáver do Mestre para recolocá-lo no sepulcro. Tão logo
reconheceu a voz do Mestre, tentou agarrar-se a Ele. Jesus, porém, exortou-a a
mudar de comportamento. Doravante, o sinal de amizade que o Senhor queria dela
era que se tornasse missionária de Sua Ressurreição. Já se fora o tempo em que
podia tocá-Lo fisicamente.
Embora fosse
apenas uma pecadora famosa em sua cidade, Maria, nascida em Magdala – na
Galileia – teve uma participação importantíssima na passagem de Jesus pela
terra. Ela foi perdoada publicamente por Ele, que a formou como exemplo de que
Seu Pai acolhia a todos, desde que chegassem ao arrependimento. Além disto, foi
ainda a escolhida para ser a primeira testemunha da Ressurreição de Jesus.
Que, no dia de hoje, a exemplo de Maria Madalena – e com ela
– digamos: “Eu
vi o Senhor!”
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