Domingo, 15 de dezembro de 2013
3º Domingo do Advento
Santos
do Dia:Cristina da Geórgia (apóstola leiga), Estêvão de
Suroz (bispo), Folcuíno de Thérouanne (bispo), Júlia d’Arezzo (monja
camaldulense), Maria Crucifixa da Rosa (virgem), Maximino de Micy (abade),
Sílvia de Brescia (virgem), Urbício de Huesca (eremita), Valeriano de Abbenza
(bispo).
Primeira leitura:Isaías
35,1-6a.10
Deus vem em pessoa e os salvará.
Salmo responsorial:Sl 145 (R. Is 35,4)
Vem, Senhor, salvar-nos.
Segunda leitura:Tiago 5,7-10
Mantenham-se firmes, porque a vinda do Senhor está próxima.
Evangelho:Mateus 11,2-11
És tu aquele que há de vir?
Deus vem em pessoa e os salvará.
Salmo responsorial:Sl 145 (R. Is 35,4)
Vem, Senhor, salvar-nos.
Segunda leitura:Tiago 5,7-10
Mantenham-se firmes, porque a vinda do Senhor está próxima.
Evangelho:Mateus 11,2-11
És tu aquele que há de vir?
A primeira e a segunda leituras de hoje, do profeta
Isaías e do apóstolo Tiago, coincidem na mensagem: vale a pena esperar, é
preciso esperar, devemos esperar porque o nosso Deus vem, em pessoa ... É
preciso ter paciência, porque é iminente sua chegada, ele já está à porta...
Não podemos duvidar de que esta forma de propor a
esperança, de vivê-la e de transmiti-la, foi útil e muito eficaz para muitas
gerações anteriores à nossa, porém tampouco duvidamos de que hoje em dia essa
proposição possa não servir.
Este motivo aduzido classicamente para fundamentar a
esperança (de que alguém vem, alguém via irromper apocalipticamente em nossa
vida, inclusive em caráter iminente, e de que nossa esperança consista em
“esperar” (de espera, não de esperança) sua chegada... não é mais plausível.
Esse esquema conceitual, segundo o qual Deus
anunciou que volta, em uma segunda vinda que selará o fim do mundo, e que nós
estamos, portanto, em um tempo intermediário, incerto e ameaçado pela espada
pendente (de Dâmocles) dessa surpresa divina que chegará como a visita do
ladrão, foi uma imagem poderosa, que atraiu a atenção de muitas gerações, porem
que hoje começa a não funcionar.
Essa idéia de que devemos esperar que no futuro Deus
vai castigar os maus... e assim “colocar as coisas no seu lugar” e vingar as
maldades do que nos prejudicaram... provavelmente foi muito efetiva em outro
tempo, como o foi na pedagogia tudo que se referia aos prêmios e castigos, às
boas e más notas, porém hoje já muito poucas mentes lúcidas podem aceitar que a
pedagogia humana infantil possa ser atribuída ao mistério existencial do ser
humano.
Aquelas reações tinham uma compreensão do mundo,
fundamentalmente religiosa, inserida nas coordenadas da descrição do mundo que
as religiões haviam elaborado: um mundo que consistia essencialmente em um
“plano de Deus” para provar o ser humano e levá-lo à outra vida, melhor ou pior
segundo o merecimento de premio ou castigo.
Dentro desse “pequeno mundo”, dentro dessa cosmo
visão religiosa que ocupou por milênios o magistério da nossos ancestrais,
funcionava ao falar de uma segunda vinda, de uma Deus que prova o ser humano,
da ameaça que supõe a possível surpresa de Deus que vem e irrompe no mundo para
finalizá-lo e inaugurar outro eón, o dos prêmios e castigos. Esse imaginário
religioso (tradicional, antigo, milenário...) está se esgotando, desaparecendo
com as gerações mais adultas, esvanecendo-se e perdendo vivacidade e
plausibilidade nas gerações médias, e sendo rejeitada pelas gerações jovens,
nas quais já não consegue vigência. A transmissão desse tipo de fé está sendo
interrompida.
No novo imaginário ou cosmo visão, que muitos
estamos adquirindo, fundamentada na nova imagem que a cosmologia e o conjunto
atual das ciências nos oferecem, já não cabe conceber a realidade tão
“antropocentricamente” como se tudo consistisse e tudo se reduzisse a “um plano
que Deus fez para provar o ser humano”. Ao ser humano atual não cabe mais uma
espiritualidade que afirma que ele é o centro do cosmos e que este cosmos “foi
criado simplesmente para servir de cenário para o drama humano de sua salvação
ultra terrena... E não aceita tampouco que o mistério tão respeitável do além
seja associado com e posto a serviço da ameaça de castigos ou da promessa de
prêmios...
É possível ser cristão sem aceitar estas imagens que
hoje sentimos como não incorporáveis à nossa cosmo visão? Se é assim, ao custo
de purificar nossa esperança, e, mais amplamente, nossa cosmo visão religiosa
global, daquelas imagens próprias de um tempo que já não é o nosso.
Nessa realidade o que importa é o conteúdo profundo,
a experiência espiritual, a dimensão de esperança (neste caso), não o suporte
de categorias, esquemas mentais, cosmo visões apocalípticas ou esquemas de
concepção do tempo do que lançaram mão nossos antepassados. O cristianismo, ao
longo da historia, já abandonou muitas imagens que no seu tempo foram comuns,
mas que logo se obscureceram e que finalmente se tornam inaceitáveis (de
algumas das quais hoje inclusive nos envergonhamos). Durante muitos séculos o
predomínio do pensamento estático, o suposto da a-historicidade e a negação do
caráter evolutivo de tudo, tentou fazer-nos pensar que não podemos mudar nada,
que devemos crer ao pé da letra tudo que nossos antepassados diziam, sem
ter vivido a sua experiência profunda, porém com liberdade e criatividade, e
que nada pode ser inovado. Porém, a mesma historia está aí para mostrar o
contrario a quem saiba e queira ver. E também está aí o presente: são muitos
já, de fato, os cristãos e cristãs que “crêem de outra maneira”.
O evangelho de Mateus apresenta a chamada “prova
messiânica”. João, o Batista, do cárcere manda emissários para perguntar a
Jesus se ele é o esperado ou se devem esperar outro. Jesus não responde com
provas teológicas, nem com citações bíblicas apologéticas, ou com dogmas ou
doutrinas, mas remete e aos “cegos vêem, os inválidos andam, os leprosos ficam
limpos... e aos pobres se lhes anuncia o evangelho, a Boa Noticia”.
Estes fatos, essas boas noticias, são a prova da
identidade do Messias. E serão, terão que ser, a prova de identidade de quem
segue o Messias, o Cristo, ou seja, os cristãos. Somente se nossa vida produz
esses mesmos fatos, somente se somos “boa noticia para os pobres”, somente
então estaremos sendo seguidores daquele Messias, do Cristo, ou seja, estaremos
sendo realmente cristãos.
Oração: Ó
Deus, bom Pai, ao aproximar-se a
celebração da festa do Natal, nós te pedimos que aumente nossa esperança, para
que nunca desistam do esforço por criar um mundo no qual o amor seja possível.
Nós te pedimos por Jesus de Nazaré, filho teu e irmão nosso, cujo nascimento
nos apressamos em celebrar. Amém.
muito bom essa homiliaaaa,,,,
ResponderExcluirComo faz bem a nossa alma meditarmos em todas as palavras aqui escrito, como e bom ter nos nossos dias pessoas como Joao mensageiros de CRISTO. DEUS SEJA LOUVADO
ResponderExcluirQueridos, Bom Dia.
ResponderExcluirOlhem, precisamos seguir o exemplo de Jesus que falava às multidões com palavras simples para atingir à todas as camadas, quer intelectuais, cientistas, elites e, principalmente, os sem instrução, fazendo crescer em seus corações o grande tesouro, a pedra preciosa : JESUS CRISTO.
Polemicas não conduzem à nada.