DOMINGO - 22 de Dezembro de 2013 - Evangelho
- Mt 1,18-24
Estamos no 4º Domingo do Advento. Dentro
de poucos dias nascerá o Sol da Justiça. Como você sabe, o tempo do Advento é o
tempo favorável à conversão. É um período muito particular, quando cada homem e
mulher são convocados pelo próprio Deus a esperar n’Aquele que há de vir: Jesus
Cristo, o Senhor. Contagiados com sua presença salvífica, devemos crer nas
promessas do Pai. E, libertos da desesperança, reconheçamos Jesus, não apenas como
filho da história, mas como Rei-Messias que vai instaurar o Reino prometido a
todos nós. Que neste tempo do Advento nosso coração seja transformado em
manjedoura, para que o Rei-Messias nasça e faça morada no meio de nós.
Os
evangelhos foram escritos a partir das memórias de Jesus elaboradas e
veiculadas pelas primeiras comunidades de discípulos. O evangelho de Marcos, o
primeiro a ser escrito, é o que mais se aproxima da realidade de Jesus. Este
evangelista segue o roteiro que Lucas, mais tarde, registra em Atos dos
Apóstolos em uma fala de Pedro: “É necessário que, dentre estes homens que nos
acompanharam todo o tempo em que o Senhor viveu em nosso meio, a começar do
batismo de João até o dia em que foi arrancado do nosso meio, um destes se
torne testemunha da sua ressurreição” (At 1,21-22). Assim, Marcos inicia seu
Evangelho com o batismo de João e termina com o túmulo vazio, após a
crucificação.
Posteriormente,
Mateus e Lucas inserem, no início de seus Evangelhos, as narrativas de
infância, com a concepção e o nascimento de Jesus. João, por sua vez, elabora o
prólogo de seu Evangelho a partir do Verbo eterno de Deus que se faz carne. As
narrativas de infância em Mateus giram em torno da figura de José, enquanto em
Lucas dizem respeito a Maria. Em Mateus, José, e por ele Jesus, é associado à
linhagem davídica (filho de Davi).
Em Lucas,
onde a genealogia de Jesus remonta a Adão e Eva, Jesus é associado a toda a
humanidade (filho do homem), sem exclusividades raciais. Paulo, apóstolo,
registra esta polaridade: segundo a carne, descendente de Davi, segundo o
Espírito de santidade foi declarado Filho de Deus.
Mateus,
escrevendo para discípulos oriundos do judaísmo, procura apresentar Jesus como
sendo o cumprimento de suas expectativas tradicionais do Primeiro Testamento.
Assim, além
da genealogia davídica com a qual inicia seu Evangelho, aplica a Jesus um texto
de Isaías em que este se refere à concepção de uma jovem esposa do rei Acaz. As
narrativas de infância realçam tanto a realidade da condição humana de Jesus
como a sua origem divina. Pela encarnação, Deus revela que homens e mulheres
foram criados para participar de sua vida divina e eterna.
Portanto,
não tenhamos medo. Deus vai suscitar para nós um sinal. O Menino que está para
nascer é o Deus conosco. Ele é o grande sinal da presença de Deus entre nós.
Ele nos quer libertar e instaurar para nós um novo reino de amor e de justiça,
o reino da vida eterna.
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