Domingo, 22 de dezembro de 2013
4º Domingo do Advento
Santos do Dia:Amasvinto de Málaga (abade), Aristônio do Porto (mártir), Demétrio,
Honorato e Floro (mártires de Óstia), Flaviano de Acquapendente (mártir),
Francisca Cabrini (fundadora das Missionárias do Sagrado Coração de Jesus),
Hunger de Utrecht (bispo), Queremon, Isquirion e outros (mártires do Egito),
Tomás Holland (presbítero, mártir), Vicenta Maria López y Vicuña (fundadora das
Religiosas de Maria Imaculada), Zenão de Nicomédia (mártir).
Primeira leitura:Isaias 7,10-14
Vejam. A virgem está para dar a luz.
Salmo responsorial: Sl 23(24),1-2.3-4ab.5-6 (R.7c e 10b)
O Senhor vai entrar, Ele é o Rei da glória.
Segunda leitura: Romanos 1,1-7
Jesus Cristo, da descendência de Davi, Filho de Deus.
Evangelho: Mateus 1,18-24
Jesus nascerá de Maria, desposada com José, Filho de Davi.
Vejam. A virgem está para dar a luz.
Salmo responsorial: Sl 23(24),1-2.3-4ab.5-6 (R.7c e 10b)
O Senhor vai entrar, Ele é o Rei da glória.
Segunda leitura: Romanos 1,1-7
Jesus Cristo, da descendência de Davi, Filho de Deus.
Evangelho: Mateus 1,18-24
Jesus nascerá de Maria, desposada com José, Filho de Davi.
Vamos fazer, em primeiro lugar, um
comentário litúrgico-pastoral destes belos textos bíblicos numa linha mais
tradicional. Depois faremos uma nota crítica.
Na passagem de Isaias hoje ressoa esse
anuncia de esperança, do nascimento de alguém que estará permanentemente
inserido no meio do seu povo. Parece que estas palavras foram pronunciadas pelo
profeta ao rei Acaz, em um contexto em que as esperanças da manutenção da
segurança do reino de Judá se centravam mais no poder político e militar,
deixando de lado a confiança em Javé. Isaias viu as insistentes tentativas do
rei em fazer aliança com seus vizinhos, a fim de defender-se das ameaças do
reino do norte, que por sua vez, se havia aliado com outros para defender-se
dos poderosos de plantão.
Para despertar de novo a confiança em
Deus, o profeta se vale de um fato provavelmente histórico, a gravidez de
alguma das donzelas do rei. Assim como essa jovem dará à luz um primogênito, do
mesmo modo Deus enviará um descendente davídico que assuma os destinos do povo,
no meio do qual estará sempre; por isso seu nome “Emanuel”, Deus conosco. Em
base a essa profecia, foi se formando a ideia de que o Messias nasceria de uma
virgem. Toda primogenitura em Israel era uma abertura à esperança da mãe ser
mãe do Messias; tudo isso devido à própria terminologia empregada, tanto em
hebraico como no grego, e depois em nossa língua. Quando Mateus relata a
concepção de Jesus, faz eco a esta profecia de Jesus e o cita textualmente.
A segunda leitura é tomada do inicio da
carta de Paulo aos Romanos. Aí Paulo relata aos cristãos de Roma sua vocação ao
apostolado, para o qual foi eleito pelo próprio Deus. Para Paulo está claro que
o evangelho que ele prega é o próprio Jesus Cristo, sua pessoa, sua obra, sua
morte e ressurreição. É muito importante para o apóstolo sublinhar que este
Jesus é descendente de Davi enquanto humano, porém que Deus lhe outorgou seu
Espírito, constituindo-o Messias todo poderoso, Senhor único, ressuscitando-o
dentre os mortos. Outra coisa que Paulo realça é que sua atividade
evangelizadora lhe foi outorgada por puro dom, por vocação; daí que sua
preocupação tenha sido durante toda a vida a dar a conhecer a boa nova de Jesus
especialmente aos gentios.
No evangelho, Mateus narra a origem de
Jesus Cristo. Maria estava desposada com José, porém ainda não viviam juntos.
Isso indica que estavam em um período que chamavam de desposorio ou compromisso
matrimonial, período que poderia durar de seis meses a um ano, tempo prudente
para o esposo construir o acondicionar a casa onde receberia sua esposa. Nesse
tempo a noiva continuava vivendo com seus pais, dependendo do pai até que
passasse a depender do marido. A promessa de matrimonio ou desposorio implicava
completa fidelidade ao noivo; todo ato de infidelidade era adultério e como tal
poderia receber as penalidades da lei mosaica.
Nessas circunstancias, pois, o
evangelho narra que Maria ficou grávida; porém, esclarece dizendo “por obra do
Espírito Santo”. O fato faria José sentir-se muito mal; contudo, acrescenta
Mateus, que “era um homem husto, e para não expô-la à infâmia, decidiu
abandoná-la secretamente”. José poderia fazer valer seus direitos, exigir o
castigo previsto em lei; contudo, sem dar-se conta, vai colaborando também ele
com os planos divinos.
Nestes planos divinos nem tudo está
garantido, pois neles também estão envolvidas a liberdade e a vontade humanas.
É uma constatação que podemos fazer em toda a historia de salvação, partindo
desde o próprio paraíso. Parece que os planos de Deus caminharam sobre o fio da
navalha. Um exemplo disso está no relato de Mateus, lido hoje. Porém, nesses
planos há sempre uma coisa muito importante que se chama diálogo. Precisamente
no diálogo, o anjo fala em sonhos a José, e manifesta como Deus vai
incorporando as criaturas ao seu projeto. O silencio de aceitação de José é a
resposta que Deus nos pede também a nós. Nós colocamos muitas travas e
condições à obra de Deus. Às vezes tentamos “corrigir” a maneira como Deus age;
não é necessário! Basta que coloquemos nossa força e vontade a serviço do Plano
de Deus, o demais ele sabe o que e como fazer.
Ainda que em nossa passagem se ressalte
a figura de José em sua dúvida, em sua aceitação de ser pai de Jesus e de
dar-lhe o nome, a verdade é que Maria, que apenas é mencionada, está também aí,
recordando-nos sua atitude de fé e submissão aos planos de Deus que são vida
para o homem e a mulher de todos os tempos.
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