Bom dia!
A profetisa Ana não abandonava o Senhor e talvez seja essa uma das
grandes características daqueles a quem Deus se manifestou ou se deixou
revelar. E quanto a nós, ao raiar de um novo ano, como anda nossa fidelidade ao
Senhor? Que propósitos fizemos em cima das missões que Deus nos confiou?
Algo nessa reflexão me fez recordar certo percalço na vida do Apóstolo
Paulo, quando deparou com uma situação eminente de morte, onde todos que o
cercavam já haviam desistido das chances, ele então lança um brado que resumidamente
diz: NÃO PULE DO BARCO!
“(…) Imediatamente, os marinheiros procuraram fugir e, sob o pretexto de
largar as âncoras da proa, lançaram o bote ao mar. Paulo disse ao centurião e
aos soldados: SE ESTES HOMENS NÃO PERMANECEREM NO NAVIO, NÃO PODEREIS SALVAR-VOS“.
(Atos 27, 30-31)
Ana não abandonava o Senhor mesmo após tanto tempo de viuvez. Eu imagino
a dificuldade em ser mulher em um período repleto de tradições centradas no
machismo. Ser viúva, mais que um estado civil era imaginá-la sem ter alguém que
cuidasse se sua saúde, de sua vida, do mínimo necessário para poder sobreviver.
Ser viúva era contar com a doação das pessoas caso não tivesse patrimônios,
riquezas ou a juventude.
Ana se apega a Deus. E quem melhor ela poderia se apegar? Ela resolve não
pular do barco!
Conheço pessoas que nesse ano, por um instante ou mais pensaram (ou
ainda pensam) em desistir. Cansaram talvez dos dedos apontados, das críticas
infundadas, das perseguições, da falta de sorte… Não encontram mais forças ou
razões para levantar a cabeça e com ela naufraga a sua auto-estima. Mas é
preciso voltar a acreditar no Senhor e esperar a visita de Jesus na nossa
aflição.
Por que Moisés bateu na pedra? Muito mais que água, ele firmava ali sua
confiança em Deus. Uma multidão o olhava como um louco, alguém que os havia
enganado, alguém que apesar dos belos feitos do passado, agora não merecia
confiança… Moisés por um instante também pendeu a desistir em meio às críticas,
mas insistiu em mostrar… Seu atrevimento move o milagre de Deus.
“(…) O Senhor respondeu a Moisés: ‘Passa adiante do povo, e leva contigo
alguns dos anciãos de Israel; toma na mão tua vara, com que feriste o Nilo, e
vai. Eis que estarei ali diante de ti, sobre o rochedo do monte Horeb ferirás o
rochedo e a água jorrará dele: assim o povo poderá beber’. Isso fez Moisés em
presença dos anciãos de Israel. Chamaram esse lugar Massá e Meribá, por causa
da contenda que os israelitas tiveram com ele, e porque tinham provocado o
Senhor, dizendo: ‘O Senhor está ou não no meio de nós’?” (Êxodo 17, 5-7)
Moisés não abandona o Senhor. ELE TAMBÉM NÃO PULA DO BARCO!
Nossa perseverança normalmente dura até a primeira sede de Deus. Como
posso me afastar do poço nesse mundo tão deserto? Ninguém é tolo de enfrentar o
deserto sem levar consigo um cantil ou reservatório de água. Como, portanto
suportar as dificuldades da vida sem levar Deus conosco?
Uma pequena observação: Quando falo do cantil é em virtude de termos que
ir e não nos acomodar ao conforto do oásis somente… O cantil nos lembrará a
hora de voltarmos.
Voltando… Ele (Deus) precisa estar no nosso trabalho, na escola, em
casa. Esses locais precisam aos poucos se tornar oásis e não desertos. O que
faz um local de adversidades se tornarem pouco a pouco um lugar melhor é a água
que carrego no cantil. É a fé persistente de Ana; é bater contra a rocha e ver
brotar água aos olhos dos mais descrentes; é ver esperança no filho drogado; é
depositar nas mãos de Deus o futuro incerto; é ver a reconstrução e a vida
quando a chuva derruba a casa; é ver a luta de quem insiste em levantar mesmo
que a vida não lhe ofereça condições; é ver Jesus andando sobre as águas e
acalmando o mar…
Meu irmão! Minha irmã! Não desista! Jesus vem hoje te visitar!
Dificuldades nos ajudam a também crescermos fortes!
Um imenso abraço fraterno.
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