13 de Abril de 2015-Evangelho - Jo 3,1-8
Neste texto do Evangelho de hoje, temos a
conclusão do diálogo de Jesus com Nicodemos. O evangelista João recorre ao
simbolismo da serpente de bronze (cf. Nm 21,9) – a qual, pela fé, libertava das
mordidas mortais das serpentes do deserto para aplicá-lo à fé em Jesus, pelo
qual se tem a vida eterna. Este diálogo com Nicodemos é um convite à conversão.
Coloca em confronto as duas opções: aquele que crê e aquele que não crê, aquele
que pratica o mal e ama as trevas e aquele que pratica a verdade e se aproxima
da luz.
Jesus rejeitava, muitas vezes, aqueles que
tentavam segui-lo. A um jovem rico que buscava o seu conselho, ele replicou com
palavras tão fortes que o homem foi embora entristecido, não disposto a seguir
Jesus a tão alto preço. A um importante líder religioso, Nicodemos, que tinha
vindo louvando Jesus, o Senhor respondeu abruptamente: Você tem que
nascer de novo, se quiser ao menos ver o reino de Deus! Jesus pintava
francamente as dificuldades em segui-lO e rejeitava todos os que tentavam
fazê-lo de forma inadequada. Jesus pregou sobre o tema: “Não pode ser meu
discípulo”, discutindo abertamente a necessidade de calcular o custo antes de
embarcar na vida de discípulo.
Não era porque Jesus não quisesse seguidores. Ele veio ao mundo
para buscar e salvar os perdidos. Ele estava profundamente comovido pelas
multidões perdidas e ansiava pela sua conversão. Mas Jesus sabia que não seria
fácil para os homens segui-lO e que eles estariam inclinados a enganarem-se a
si mesmos, pensando que eram discípulos, quando não eram. O Senhor nunca deixou
de declarar francamente o que a conversão real exige.
A troca de palavras entre Jesus e Nicodemos, neste Evangelho de
hoje, é fascinante. Nicodemos era um chefe religioso. Ele veio a Jesus,
louvando seus ensinamentos e milagres. É difícil saber o que se passava na
mente de Nicodemos, enquanto falava. Talvez estivesse esperando louvor, uma
posição na administração de Jesus ou um voto de confiança pela obra que ele
mesmo estava fazendo, como mestre em Israel. Mas a resposta surpreendente de
Jesus foi: “Nicodemos, você precisa começar tudo de novo, se quiser entrar no
reino de Deus.” Seja o que for que Nicodemos estivesse esperando, não era isto!
A resposta de Jesus significava que toda a religião de Nicodemos, toda a sua
atividade no ensino, toda a sua posição no judaísmo, eram sem valor, em relação
ao domínio de Deus. Nós também precisamos ver que toda a nossa religião e nossa
própria grandeza nada valem. As realizações do passado nada representam.
Precisamos recomeçar tudo novamente para sermos capazes de entrar num
relacionamento com Deus.
Mas para isso basta olhar para o que Jesus ensinou! Para Ele é
loucura começar um projeto sem entender primeiro o que será exigido para
terminá-lo. Ele ilustrou com a idéia de um homem que começou a construir uma
torre, mas loucamente esqueceu de fazer um orçamento para determinar se teria
fundos para completá-la, e assim teve que parar no meio do projeto. A
verdadeira conversão necessita de um cuidadoso exame do estilo de vida que Deus
espera do convertido.
O arrependimento, que é essencial à verdadeira conversão, envolve
morte ao pecado. A Bíblia o compara à morte e ressurreição de Cristo. Tem que
haver uma mudança de estilo de vida radical. A Bíblia usa termos como matar o
velho homem e revestir-se com o novo, e descreve com minúcias as mudanças
exatas que precisam ser feitas. Maus hábitos — embriaguez, imoralidade sexual,
ira, ganância, orgulho, etc. — precisam ser eliminados da própria vida, ao
passo que devem ser acrescentados o amor, a verdade, a pureza, o perdão e a
humildade. Este é o resultado do arrependimento.
Muitas pessoas tentam ser convertidas e converter outras, sem
arrependimento. Elas ensinam um cristianismo indolor, que não exige sacrifício.
Elas salientam as emoções, a felicidade e as bênçãos, porém pensam pouco sobre
as mudanças reais que a conversão exige na vida diária da pessoa. Entendamos
isto claramente: Não há conversão sem transformação. Aquele que creu e foi
batizado, aquele que até mesmo foi aceito numa igreja e participa fielmente das
atividades religiosas, mas que não se arrependeu, não é salvo. O arrependimento
é um compromisso sério, determinado, para mudar sua própria vida.
Para tomar parte realmente na Ceia do Senhor, a pessoa precisa de
nascer de novo, no poder a água e do Espírito Santo. Ela precisa executar o ato
certo, pelo motivo certo. A pessoa precisa ser um discípulo fiel.
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