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sexta-feira, 10 de abril de 2015

Discernimento vocacional-Diac. José da Cruz

QUINTA FEIRA DA 3ª SEMANA DA PÁSCOA 23/04/2015
1ª Leitura Atos 8, 26-40
Salmo 656/66, 8 “Bendizei, ó povos, o nosso Deus, publicai os seus louvores”
Evangelho João 6, 44-51
Para se ser um Médico, é preciso a pessoa querer, fazer os estudos básicos e depois a Faculdade especializando na área em que se quer, depende unicamente da pessoa, sua vontade e seu empenho nesse sentido. O mesmo se diga de qualquer profissão quando se faz o discernimento vocacional, e depois vai se aprimorando no caminho que se escolheu. Mas para ser um Homem ou Mulher de Fé, nada há que o ser humano possa fazer. Não depende da sua vontade e nem da sua decisão, a Fé é um chamado pessoal que Deus nos faz. Ninguém pode vir a Jesus se o Pai que o enviou, não atrair a pessoa. A iniciativa é sempre de Deus. Entretanto, pelo Batismo Deus chama as pessoas a viverem a Fé que recebem como Dom no dia do Batismo. Mas então o que compete ao homem? Quando se fala em atração, não é como a Jiboia que atrai a sua presa com o olhar, hipnotizando e tirando dela toda liberdade, Deus não exerce sobre nós uma atração fatal, isso é, para se viver a Fé é preciso acolhê-la e consentir, dando assim uma resposta positiva ao chamado Divino. Deus manifestado em Jesus Cristo nos propõe vivermos segundo a Fé, a decisão é só nossa. Também não dá para pegar uma “carona” na Fé do “outro” com quem convivo. Ter Fé e celebrá-la é crer na Vida Eterna, naquela Vida após a morte, que em Cristo Jesus já está presente em nossa vida.
Mas mesmo esta Fé, enquanto Dom Divino, precisa ser alimentada. As vezes na Comunidade, colocamos a motivação de nossa Fé em algumas pessoas, que julgamos especiais, santas e ungidas, seja lá um sacerdote, um Diácono, um Ministro, um coordenador de grupo ou pastoral. Um belo dia descobrimos que essa pessoa não é tão boa como pensamos, é bastante imperfeita e pecadora. E a nossa Fé vai por água abaixo. Quantos casos assim já testemunhei. Isso ocorre porque nos iludimos achando que algumas pessoas têm um canal exclusivo com a Trindade Santa e o Espírito Santo. Os pregadores da Palavra, que fazem homilia ou palestras evangelizadoras, devem pensar sempre como João Batista “É preciso que ele cresça e eu desapareça”, Anunciar e falar somente de Jesus, ser apenas uma voz que clama no deserto, não colocar-se como exemplo a ser seguido, não exaltar a sua espiritualidade e o seu trabalho missionário, para que as pessoas o admirem. Não apresentar-se como pessoas de oração poderosa, diante da qual Deus se curva para fazer a “sua” Vontade. Conheci um tipo assim, que ao final da palestra dava seu cartãozinho para quem quisesse oração diante de alguma necessidade: Era tiro e queda! Infelizmente perdeu-se na Vida levando uma Fé fantasiosa demais, e quando veio as tribulações abandonou tudo, Igreja, Fé, Movimento, e os irmãos e irmãs, para quem era um modelo de vida.
Então quem é o único Mediador? Aquele que viu Deus e desceu do Céu para revelá-lo aos homens? Jesus Cristo, o único e Verdadeiro. Ele é o pão que nos sustenta em nossas fraquezas, é o alimento que nos preenche e nos sacia, conduzindo-nos muito além do ponto final da existência humana que é a morte. Só Jesus e ninguém mais. O evangelho de hoje é um convite a migrarmos da Fé popular e Devocionista a uma Fé bem mais consistente que age em Cristo, por Cristo em Cristo, empenhando-se ao máximo naquilo que faz, porém com a consciência de que os resultados são frutos da pura Graça Divina, operante e santificante. (Diácono José da Cruz – Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim SP – E-mail cruzsm@uol.com.br)


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