6 de Março de
2015
Gênesis 37, 3-4.12-13.17-28 –“ o amor traz uma parcela de dor e sofrimento. ”
A história de José do Egito nos leva a refletir que o amor tem a sua
cota de incoerência, por isso, também traz uma parcela de dor e
sofrimento. O amor de Israel por José sobressaia por causa do zelo que o
pai tinha com ele, o filho mais novo e que lhe tinha nascido na velhice.
Por ser ele o “filho mais amado” pelo seu pai, Israel (Jacó), os irmãos
de José odiavam-no e invejavam-no, por isso, tramavam contra o irmão
menor procurando encontrar uma maneira de se livrarem dele. Até que um
dia apareceu-lhes a oportunidade e eles o venderam como uma mercadoria
qualquer que completava o estoque de camelôs a caminho do Egito em busca
de riqueza. Tomando o exemplo dos irmãos de José nós também podemos
fazer uma avaliação da nossa postura diante do amor de Deus que se
revela na nossa vida e na vida de cada pessoa com quem convivemos. Às
vezes, não nos sentimos amados por Deus porque não estamos acolhendo o
Seu “modo” de zelar por nós, não estamos entendendo o que Ele nos fala
diariamente nem o que Ele nos sugere como forma de vida. Esquecemos de
que Deus ama a cada um de nós de uma maneira pessoal, individual e que
somos como um filho único diante do Pai. Ao contrário, estamos mais
voltados (as) para o mundo e para as pessoas invejando a sua vida ou
esperando delas o amor que elas não têm para nos fornecer. Outras vezes,
nos detemos a invejar as pessoas que à nossa vista são mais aquinhoadas
por Deus porque estão acolhendo as graças de Deus e, porque não
entendemos nada, a nossa vingança também é a de mandá-las para o Egito.
O Egito significa um lugar de escravidão, de humilhação, de cadeias, e
assim lançamos a sorte daquela dessa pessoa como foi lançada a sorte de
José pelos seus próprios irmãos. Podemos hoje ser José, Judá, Rubem.
Hora somos perseguidos pela inveja dos nossos irmãos e irmãs, hora somos
nós mesmos que invejamos e tramamos contra eles (as). Ninguém está fora
disso! Na nossa humanidade nós só admitimos ocupar o primeiro lugar em
tudo, ser os primeiros na preferência das pessoas, e invejamos quando
alguém se sobressai mais, chama mais atenção que nós e recebe mais
carinho. Se, não os matamos literalmente, se, não os vendemos
literalmente, nós os depreciamos, nós propagamos e os caluniamos com
simples palavras, gestos e julgamentos. Algumas vezes também conspiramos
contra alguém a quem consideramos mais privilegiados do que nós e a
inveja e o despeito tomam conta do nosso coração. Precisamos firmemente
nos apossar da certeza de que somos filhos e filhas amados do Pai e que
independentemente da nossa situação de vida a Fé no Seu Amor
misericordioso é a razão para que possamos receber a herança que nos foi
destinada por meio de Jesus, o Filho amado do Pai. – Você tem fé no amor
misericordioso de Deus? – Você sente este amor? Como você se sente
diante das pessoas que dão testemunho ao mundo de que são amadas por
Deus? – Você as inveja? Você acha que há diferença entre “matar” e
“fazer desaparecer da vista”? – Será que você age como os irmãos de
José? – De quem você quer ver-se livre? - Você se sente de alguma
maneira, preterido, (a), menos querido (a) do que outros (as?
Salmo 104 – “Lembrai sempre as maravilhas do Senhor!”
Este salmo antecipa as maravilhas que o Senhor fez na vida de José que
abriu passagem para o povo de Deus para o Egito. Assim como ele, nós
também, mesmo tendo sido levado à força para situações de penúria,
recebemos de Deus a graça de dar testemunho da Sua proteção e do Seu
auxílio .
Evangelho – Mateus 21,33-43.45-46 - “Somos os lavradores da vinha “
Sabemos que Deus Pai criou o mundo para que homens e mulheres desfrutem
do Seu amor, assistência e proteção. No entanto, por causa da tentação
do inimigo o pecado dos nossos primeiros pais no tirou do convívio e da
intimidade de Deus Pai e o orgulho e a soberba nos afastaram da fonte do
Seu Amor. Por isso, o homem (Adão e Eva) foi expulso do paraíso. O homem
pecou, mas o Senhor não o abandonou e fez uma promessa de restauração da
aliança violada: A vitória do Salvador sobre o Tentador e o Pecado.
Conforme Gn 3,15: “Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua
descendência e a descendência da mulher. E Ela (a descendência da
mulher) te atingirá a cabeça. E tu lhe atingirás o calcanhar”. Desde
então a maior obra do Pai tem sido a de atrair novamente as criaturas a
Si, com o intuito de que gozem novamente da Sua presença e do Seu grande
amor. Para começar a Sua obra Ele escolheu um povo e dirigiu a esse povo
a Sua atenção mandando-lhe os Seus emissários, os profetas para que
voltasse atrás na sua soberba e autossuficiência. Todavia, este povo
continuou virando as costas para Deus e não deu mais atenção às Suas
sugestões. Finalmente, o Pai mandou o Seu próprio Filho Amado e
Escolhido, Jesus Cristo para ensinar ao povo de Israel o jeito certo de
bem administrar o reino dos céus aqui na terra e salvá-lo do pecado e da
morte. Jesus veio para o povo judeu, mas os judeus não O aceitaram como
Salvador, desse modo, por misericórdia de Deus, Ele voltou-se para os
pagãos e se entregou por toda a humanidade. Assim, sendo, neste
Evangelho Jesus nos dá conta de como nós, que não fazemos parte do povo
judeu, fomos inseridos no mistério da Sua Salvação. No entanto, para que
possamos nos apropriar deste legítimo direito precisamos crer e
reconhecer Jesus como o herdeiro do Pai que veio trazer para nós a
herança da vida eterna. O reino foi tirado do povo de Israel e entregue
a nós, a fim de que pudéssemos dar bons frutos, não só materialmente
falando, mas na qualidade de vida humana e espiritual com santidade e
justiça. Muitas vezes, no entanto, nós preferimos construir o reino dos
céus ao nosso modo e nos esquecemos de edificar aqui na terra segundo o
projeto do coração do Pai. Jesus é a pedra que os construtores
rejeitaram, mas tornou-se a pedra angular, isto é, a pedra central da
nossa fé. Portanto, nós cristãos que cremos em Jesus como Senhor e
Salvador somos hoje os vinhateiros a quem o Senhor entregou a Sua vinha,
isto é, o Seu reino, para que seja edificado e cultivado por nós. Somos
os responsáveis por entregar a colheita do nosso trabalho, na hora
precisa, em que os emissários do Senhor se apresentarem. Porém, se não
levarmos em consideração os ensinamentos de Jesus para cuidarmos bem do
Seu reino, nós também seremos dispensados e substituídos por outros mais
fiéis ao compromisso assumido. Às vezes, pensamos que edificar o reino
dos céus aqui na terra é trabalhar somente para nós adquirindo mais
conhecimento e crescimento espiritual. Somos os lavradores da vinha,
somos nós hoje aqueles a quem o proprietário entregou a sua propriedade,
porém, Ele quer receber de nós, a safra. E Jesus vem nos lembrar que os
frutos que Ele quer receber das nossas mãos é também a conversão dos
nossos irmãos e irmãs a quem nós ajudamos a caminhar. Quem é Jesus na
sua vida? - Você crê Nele como Senhor e Salvador da sua vida? – Você
vive de acordo com os Seus ensinamentos? - Você é vinhateiro (a) ou
fruto da vinha? – Você tem trabalhado para colher frutos na vinha do
Senhor? – Se o emissário chegar hoje quais os frutos que você
apresentaria a ele? - Se lhe pedissem hoje contas a você qual seria a
colheita que você teria para entregar ao proprietário?
Helena Serpa,
Fundadora da Comunidade Missionária Um Novo Caminho
Obrigado!!!
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