5 de Março de 2015
Esta parábola é uma seqüência de parábolas
mencionadas por Jesus no Evangelho de Lucas, a do filho pródigo, o
administrador infiel e automaticamente a parábola do rico e Lázaro.
Existe uma suposição de que Jesus queria dizer através desta
parábola que os homens bons e maus recebiam suas recompensas após a morte,
porém esta alegoria contradiz dois princípios:
1º) Um dos princípios mais relevantes de interpretação, é que cada
parábola tem um propósito de ensinar uma verdade fundamental.
2º) O sentido de cada parábola deve ser analisado a partir do
contexto geral da Bíblia.
Na verdade Jesus nesta parábola não estava tratando do estado do
homem na morte, nem do tempo quando se darão as recompensas. Ademais
interpretar que esta parábola ensina que os homens recebem sua recompensa
imediatamente após a morte, é contradizer claramente o que a Bíblia apresenta
por um todo (Mt 16:27, 25:31-40, ICo 15:51-55, Isa 4:16, 17, Ap 22:12), dentre
outros textos.
Obviamente nesta parábola Jesus estava fazendo uma clara distinção
entre a vida presente e a futura, pretendendo através desta relação mostrar que
a salvação do judeu-fariseu, ou de qualquer homem, seria individual e não
coletiva, como criam, e isso através da verdadeira consideração a imutável lei
de Deus aos profetas (Lc 16:27-31).
A parábola do rico e Lázaro tem o propósito de ensinar que o
destino futuro fica determinado pelo modo que o homem aproveita as
oportunidades nesta vida.
Em conexão com o contexto da parábola anterior do administrador
infiel. “Se, pois, não vos tornardes fiéis na aplicação das riquezas de origem
injusta, quem vos confiará a verdadeira riqueza?” Lc 16:11.
Sendo assim, compreende-se que os fariseus não administravam suas
riquezas de acordo com a vontade divina, e por isso estavam arriscando seu
futuro, perdendo a vida eterna.
Portanto, fica estabelecido que interpretar esta parábola de forma
literal, resultaria em ir contra os próprios princípios encontrados nas escrituras.
Fosse essa história uma narrativa real, enfrentaríamos, o absurdo de ter que
admitir ser o ‘seio de Abraão’ o lugar onde os justos desfrutarão o gozo, e que
os ímpios podem se ver e falar uns com os outros.
As lições apresentadas nesta parábola são claras e convincentes,
porém os justos ou injustos receberam suas recompensas somente no dia da
ressurreição (Jo 14:12-15,20 e 21, Sl 6:5, 115:17, Ec 9:3-6 e Isa 38:18).
Na verdade esta parábola traça um contraste entre o rico que não
confiava em Deus e o pobre que nele depositava confiança. Os Judeus criam ser a
riqueza um sinal das bênçãos de Deus pelo fato de serem descendentes de Abraão,
e a pobreza indício, do seu desagrado para com os ímpios.
O problema não estava no fato do homem ser rico, mas sim por ser
egoísta. A má administração dos bens concedidos por Deus havia afastado os
fariseus e os Judeus da verdadeira riqueza, que é a vida eterna, esqueceram do
segundo objetivo que se encerra na lei de Deus: “Amarás o teu próximo como a ti
mesmo” Mt 22:39.
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