13 de março-Evangelho - Mc 12,28b-34
Qual é o mais importante
de todos os mandamentos da Lei? Partimos do
princípio de que os escribas eram intelectuais, conhecedores profundos e
pormenorizados dos textos da Lei de Moisés. A ser assim, não havia nenhuma
razão para perguntar a Jesus sobre qual seria o maior mandamento. Por outro
lado Jesus olhando bem para ele, poderia até se questionar como é possível,
este homem sendo doutor da Lei não saber qual era o maior. Mas tudo bem: Escuta
Israel! O Senhor, vosso Deus, é o único Senhor. Amarás o Senhor, teu Deus, com
todo o teu coração, com toda a tua alma, com toda a tua mente e com todas as
tuas forças. E o segundo mais importante é este: Amarás próximo como a ti
mesmo. Não existe outro mandamento mais importante do que esses dois.
Jesus, fazendo uma análise da figura deste escriba, e pelo seu
interesse, chega a conclusão de que ele não está longe do Reino de Deus. Pelos
detalhes, esta narrativa assemelha-se à cena do jovem rico (Mc 10,17-22), ao
qual apenas faltou dar tudo aos pobres e seguir Jesus. Ao escriba faltava
romper seus laços com as doutrinas e observâncias legais.
E para ti o que falta? Que barreiras deves romper
para seguir e adorares ao Deus Único e verdadeiro? Saiba que a expressão da sua
adesão ao amor de Deus não é o culto religioso, não é a observância do domingo,
cumprimento de liturgias, mas sim o amor concreto e solidário ao próximo, que
se resumem no: amar a Deus sobre todas as coisas e amar ao próximo como a ti
mesmo.
Nesta resposta de Jesus vemos duas realidades: A relação do homem
com Deus e do homem com o próximo, para depois voltarem os dois para Deus, o
princípio e o fim do homem. Portanto o segundo mandamento completa o primeiro e
que, em conjunto, resumem toda a lei e todos os profetas. Sendo assim, Jesus
explica ao escriba a impossibilidade que existe em cumprir o primeiro mandamento
sem o segundo.
Para João não é possível amar a Deus, que não vemos, se não amarmos
o nosso próximo a quem vemos. Se a assim for, não passamos de mentirosos.
Porque Deus é amor e quem o ama deve amar o irmão. Logo, os dois mandamentos se
abraçam e se completam. Este é o modelo que o próprio Evangelho nos apresenta
na relação amistosa entre Jesus e o escriba, pois ambos se elogiam
reciprocamente. Nisto consiste o amor: no reconhecimento de uma recíproca
igualdade e numa mútua e perpétua fidelidade. É assim com amor: dá e recebe
como Jesus. N’Ele está constantemente a cumprir-se o tudo, dar de Deus ao mundo
no Filho e o tudo receber por parte do Filho para tudo dar ao Pai nos seus
irmãos.
A fé pregada por Jesus apóia-se em dois pilares: o amor a Deus e o
amor ao próximo. Isto é o essencial. Tudo o mais é complemento, e pode ser
relativizado. Quem ama a Deus, recusa toda forma de idolatria, não aceitando
ser subjugado por nenhum outro Absoluto fora dele. Quem ama o próximo, põe
freios ao seu egoísmo, de modo a jamais desejar-lhe o mal, ou a fazer algo que
possa prejudicá-lo.
Ante a sábia resposta do Verdadeiro Mestre, assim como o mestre da
Lei, no diálogo com Jesus enxergou e afirmou que o amor a Deus e ao próximo
supera todos os holocaustos e sacrifícios, que também eu possa ver e reconhecer
nEle o caminho, a verdade e a vida, que me aproximam cada vez mais do Reino e
da Casa do meu Pai que está no Céu.
Nenhum comentário:
Postar um comentário