4º DOMINGO
QUARESMA
Evangelho - Jo 3,14-21
15 de Março de 2015
Ano A
A liturgia deste
domingo nos mostra o amor e a compaixão de Deus para conosco.
PRIMEIRA LEITURA
- Deus através dos profetas advertiu os judeus para que vivessem em sua
presença. Mas o povo, continuou no seu egoísmo. Por isso Deus permitiu a
destruição de Jerusalém, seguida do exílio. Deus permite o sofrimento não para
castigar, mas para renovar o ser humano. Israel estava destruída e o seu povo
exilado. Porém, Deus em sua brandura, deu a mão e levantou seu povo da lama,
trazendo todos de volta para casa e cuidar da reconstrução do que foi
destruído. É assim que funciona a bondade daquele que é nosso Pai. Pois
analisando a História, os hebreus não mereciam a piedade e a misericórdia de
Deus. Porém, foram salvos pela sua graça.
SEGUNDA LEITURA
- Paulo diz que Deus é rico em
misericórdia. É imensa a gratuidade de Deus para conosco. De graça, sem exigir
nada, sem cobrar nada, Ele nos conduzirá
a salvação. Porém, não devemos nos acomodar, pois isso não significa que
podemos ficar de braços cruzados esperando a bondade divina. Muito menos significa
que podemos abusar a vontade e depois contar com a graça salvífica de Nosso
Senhor, e levar uma vida sem limites.
Por outro lado, nós não seremos salvos
pelas nossas obras de caridade por interesse, daquelas que parecem que estamos
comprando o perdão e a nossa salvação. Assim. Construir um orfanato ou um
hospital em algum lugar do mundo, é uma boa ação de caridade, porém, se a nossa
intenção ou atitude for para garantir a nossa entrada no Céu... Não é bem por
aí. Deus nos salva ainda em vida, para que possamos construir grandes e
pequenas obras de caridade. Deus pode ter escolhido a mim e a você para uma
importante obra de salvação. Para isso Deus nos preparou, nos livrou do pecado,
por exemplo nos permitindo uma certa doença pela qual tenhamos mais facilidade
de viver na sua presença. Todo o nosso sofrer tem um significado.
Amigos. A graça de Deus é como a chuva.
Ela cai para os bons e para os maus. A graça que nos vivifica, nos reconstrói,
nos prepara para as grandes e pequenas obras que Ele quer que façamos, para a
construção do Reino de Deus na Terra, e para a nossa salvação. Não fiquemos
desatentos a esse chamado. Mas só podemos escutá-lo com os ouvidos da fé.
Paulo afirma que é pela graça de Deus
que somos salvos. Ou seja, nunca mereceríamos a salvação pelos nossos méritos.
Quando entramos na fila da comunhão para receber o corpo e o sangue de Cristo,
devemos sempre lembrar rezando, que reconhecemos nunca estar merecedores de
receber o próprio corpo de Cristo em nós, por mais puros que nos consideremos
estar. Mas, podemos sim receber Jesus eucarístico, pela sua graça, sua
miseridórdia infinita e pela sua bondade. Nunca pelos nossos méritos.
Repetimos, que não é por isso que podemos abusar. Essa tal mania de dizer
quando se tem um pecadinho e se estar em dúvida se pode ou não deve comungar:
Vai comungar e depois você confessa. Cuidado. E se você morrer antes?
Mais adiante Paulo explica que é pela
graça que somos salvos mediante a fé. E isso não vem de nós. É dom de Deus. Só
que a fé sem obras é morta. Ou seja, a fé sem a prática, não vale nada! Ter fé
é muito bom, é indispensável à nossa
salvação, porém, ela deve ser acompanhada de boas obras.
Então? O que você está esperando, vai
ficar aí parado(a)? Vai cuidar da sua salvação!
EVANGELHO
Na sua conversa com Nicodemos, Jesus faz
referência ao fato de Moisés ter providenciado uma serpente de cobre que
levantada para o alto em uma haste, forçava os judeus a olharem para o Alto, a
pensar na proteção de Deus, em vez de ficar procurando pelas cobras, olhando
para o chão. Esse ato simbólico narrado
na Bíblia tem uma difícil interpretação, e até leva a muitos incrédulos a
questionar, dizendo: Uma estátua de cobra? O que isso tem a ver?
Assim como naquela caminhada para a terra prometida na areia do deserto
infestada de serpentes venenosas, a nossa caminhada hoje também é muito
perigosa. Estamos rodeados de perigos, vivemos enjaulados em nossas casas com
todos os dispositivos de segurança, enquanto os bandidos estão soltos lá fora.
É uma situação muito parecida com a caminhada do povo de Deus pelo deserto
infestado de cobras. Assim como os
judeus, que ficavam olhando para o chão com o objetivo de se esquivar das
mordidas, nós também andamos pelas ruas preocupados, desconfiados de todos que
se aproximam de nós, com medo de a qualquer momento ser assaltados,
sequestrados ou coisa parecida. O certo
é depositar a nossa confiança em Deus, é estar com o pensamento no Alto, pois é
do Alto que realmente nos vem toda proteção que necessitamos. Ao sair de casa,
em vez de botar uma arma no bolso, elevamos o nosso pensamento ao Pai para
pedir a sua proteção. Ao ser abordado por um jovem armado, não olhemos no rosto
dele como quem o ameaça, (senão ele atira em você) mas sim pensemos em Deus.
Comece a rezar o Pai Nosso. Sim, apenas comece. Pois o nervosismo é tão grande
que você logo descobre que não terminou de rezar. Comece de novo. O medo vai
passar, tudo acaba em minutos e você
verá quão grande é o amor de Deus para com você!
Mais afinal, quem era esse tal de Nicodemos?
Nicodemos era como um mestre da Lei, pessoa muito importante, era um
membro notável do Sinédrio que era a autoridade máxima em Israel. Nicodemos era
um fariseu muito respeitado não só pelos seus conhecimentos, mas pela sua
personalidade firme, um homem honrado
estudioso das coisas de Deus. Ele não pensava do mesmo jeito que os demais
membros do Sinédrio, e por isso não era bem-quisto por eles. Nicodemos cismou
em ver quem realmente era Jesus. Jesus não poderia ser apenas um impostor como
pensava a elite judaica, como pensavam seus colegas. Por isso, para satisfazer
o seu grande desejo de conhecer o Mestre, e para que ninguém o visse, Nicodemos
foi ao encontro de Jesus de noite. Ele estava curioso. Jesus para ele tinha de
ser o Messias e não apenas um enganador como diziam. E foi desse jeito que aconteceu a conversão
de Nicodemo!
Meu irmão, minha irmã. Faça como Nicodemos. Seus colegas de trabalho,
seus amigos das noitadas, da faculdade, da academia onde você participa
daquelas conversas que não podemos revelar aqui, em fim ninguém precisa saber
da sua decisão de mudar de vida, sua decisão de procurar um sacerdote e pedir
ajuda no sentido de dar um basta em tudo que você faz de errado, e voltar seu
pensamento para o Alto, de voltar a caminhar em outra estrada onde, apesar das
serpentes ameaçadoras, você anda firme na companhia de Jesus. Estamos falando
de conversão. Estamos falando de largar esta vida errada e voltar para a casa
do Pai. Pois caminhar com Deus e para Deus é a melhor decisão da sua vida.
A liturgia deste domingo nos mostra o amor e a compaixão de Deus para
conosco.
Meu irmão, minha
irmã. Se você se acha um caso perdido, se você pensa que não tem mais cura e
que já está condenado(a), leia a carta e
o Evangelho de hoje com bastante atenção. Jesus te ama e não quer a sua
condenação eterna! Pelo contrário, Ele está mais empenhado em salvá-lo do que
em condená-lo. Desse modo, todos nós podemos salvar as nossas almas, mesmo que
vivamos mergulhados no pecado. Mas não é por isso que vamos abusar da misericórdia
do Pai. A decisão parte de Deus e permanece. Pois Ele cumpre suas promessas. O
primeiro passo porém, deve ser dado por nós. Por mim, por você, a caminho de
volta para a casa do Pai. E isto é voltar-se para Deus, isto é conversão. Pois
estamos no tempo de quaresma, tempo de voltar para a casa do Pai, para a sua
companhia, da qual nunca deveríamos ter saído!
Um bom
domingo. José Salviano.
José Salviano, bela reflexão, que Deus abençoe você e a todos deste blog.
ResponderExcluirJosé Salviano, bela reflexão, que Deus abençoe você e a todos deste blog.
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