19 de junho - Evangelho - Jo 6,51-58
“Eu sou o pão da vida.” Esta afirmação é categórica, direta e
conclusiva. Usando de uma metáfora, baseada no Antigo Testamento, quando os
Hebreus estavam no Deserto e Deus os alimentava com o maná vindo do céu, Jesus
encerra qualquer dúvida quanto à fonte da vida: Ele próprio é o que dá vida. O pão na época era um dos alimentos mais
importantes e consumidos, e até hoje ainda é, e por isso usado como
referencial, mas trata-se de qualquer alimento. Ora, se o que eles estavam
acostumados era o que os alimentava, que dava força para o trabalho, logo o pão
era imprescindível para o sustento do corpo. Jesus, entretanto, não se referiu
ao corpo físico, Ele era o que alimentava a vida, o que é a vida se não nossas
ações, nosso coração, nossas intenções? Jesus queria ser alimento nestes
aspectos. Quantas vezes procuramos saciar nossa fome de alegria, de amor, de
paz, e buscamos em tantos lugares, quando que só podemos ser saciados com
Jesus. Ele é o único que dá vida em abundância, com Ele nunca teremos fome ou
sede, mas é fome de paz, amor, alegria, justiça, verdade.
Jesus
sabia que o povo estava atrás dele por causa do milagre dos pães. Sabia também
que queriam fazê-lo rei, mas o seu reino não é deste mundo, e o que ele lhes
propõe é que trabalhem pelo alimento que permanece para a vida eterna. Este
trabalho é a obra de Deus, a evangelização que Jesus realiza e que nós devemos
continuar. Este trabalho consiste em fazer a vontade do Pai, Consiste em dar
vida, para salvar este mundo do pecado para que todos, de preferência, mereçam
um dia a vida eterna. Aqueles homens ainda incrédulos e apegados às suas
tradições, pedem, exigindo que Jesus faça milagres, sinais espetaculares, como
os milagres de Moisés com o maná no deserto. Contudo, esta tradição do maná
(“pão”) caído do céu está superada. O maná, assim como o nosso feijão com arroz
de hoje, é alimento para um só dia, e não salva ninguém da morte. Todos os que
comeram o maná, vieram a morrer mais tarde. O que nós precisamos fazer, segundo
a explicação de Jesus hoje, é buscar o verdadeiro pão caído do céu que é Jesus,
aquele que se fez alimento para a nossa salvação e que nos foi dado
pelo Pai, porque esse é o alimento que permanece para a vida eterna, esse é o
alimento que nos guarda para a vida eterna. “Quem come a minha carne e bebe o
meu sangue terá a vida eterna” “Quem come a minha carne viverá em mim e eu
nele”
É esse o alimento que devemos procurar
com todas as nossas forças e com todo o nosso empenho, pois é ele que vai nos
fazer merecedores da vida no paraíso preparado para nós por Deus Pai.
É
importante que estejamos preparados para receber este alimento da nossa alma,
procurando praticar os ensinamentos de Cristo, e evitando o pecado. Na verdade,
nunca estamos merecendo receber o corpo e o sangue de Cristo. O máximo que
conseguimos é ficar menos indignos para comungar. Por isso é sempre
indispensável um exame de nossa consciência antes de nos levantar do banco e
entrar na fila da comunhão. Pois para receber o Pão da vida é preciso estar em
estado de graça, e se não estiver, será preciso fazer uma confissão. Caso
contrário, receber a hóstia consagrada indignamente é comer a nossa própria
condenação. Por isso é preferível não comungar naquela missa, e depois procurar
um sacerdote, para que na próxima missa estejamos na fila da comunhão com a
consciência tranqüila.
Na carta
de Paulo aos efésios, nós vimos que aquele que crê em Jesus é transformado
num homem novo, criado à imagem de Deus, na verdadeira justiça e santidade.
Pois é o próprio Jesus que nos garante: ” Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim
nunca mais terá fome, e quem crê em mim nunca mais terá sede.”
O pão descido do céu é Jesus concebido
no ventre de Maria, e que viveu, cerca de trinta anos, uma vida comum na sua
cidade de origem; e, depois, cerca de três anos, em contato com as multidões
revelando-lhes o Pai que o enviou. Doando-se a fim de comunicar a vida, consagrou-se
à libertação de todos das opressões e da morte, levando a esperança de um mundo
novo, pela prática do amor. Ser atraído por Jesus e crer nele é segui-lo, na
adesão concreta ao projeto de Deus. Alimentar-se de Jesus é contemplá-lo e
seguir seus passos, como na prefiguração de Elias. Na bondade, na compaixão e
no perdão, na fraternidade comunitária e na solidariedade social, na busca da
justiça e da paz, entra-se em comunhão com Jesus, pão da vida eterna.
Espírito de docilidade ao Pai, reforça
minha disposição para acolher os ensinamentos divinos e colocar-me,
resolutamente, na busca do Ressuscitado.
Muito bom podermos ler e entender o evangelho diário!
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