Evangelhos Dominicais Comentados
02/fevereiro/2014 – Apresentação do Senhor
Evangelho: (Lc 2, 22-40)
Celebramos hoje a Festa da Apresentação
de Jesus no Templo. O evangelho de Lucas nos leva a fixar nosso olhar em Jesus,
Maria e José e a maravilhar-nos da vontade de Deus que quis nascer de uma
mulher e entrar ao mundo pelo caminho comum a todos os seres humanos
Conforme determinava a lei, durante os
sete dias que se seguiam ao nascimento do filho, a mãe era considerada impura.
Devia ainda ficar mais trinta e três dias em casa e só após o quadragésimo dia
iria fazer a sua oferta que consistia em um cordeiro e uma pomba. Se fosse
pobre, oferecia duas rolas ou dois pombinhos.
Maria e José ofereceram dois pombinhos,
o sacrifício dos pobres. Era só o que podiam dar. Isso mostra bem a condição
humilde da família de Nazaré. Jesus quis vir ao mundo numa família simples e
pobre. Poderia ter nascido num castelo todo iluminado, cercado pelo conforto e
embalado num "berço de ouro", mas não o fez.
Nasceu na periferia, num curral sem
iluminação e, uma manjedoura foi seu berço. Desprendeu-se de tudo, só não abriu
mão da família. Este é o recado da liturgia de hoje: a família deve estar acima
de qualquer bem material, sem ela, de nada vale o ouro e não existe tesouro.
No templo, Maria ouviu de Simeão estas
palavras: "Quanto a ti, uma espada transpassará a tua alma". Em silêncio Maria
guardou no coração essas palavras e meditava sobre elas. Mulher forte e
corajosa, sabia das dificuldades que encontraria para cumprir sua tarefa no
Plano de Salvação, no entanto, desistir é algo que nunca lhe passou pela idéia.
Renunciar, desistir, duvidar, são
verbos que a Co-Redentora nunca conjugou. Sempre acreditou. Nunca se sentiu
desamparada. Sabia do imenso amor do Pai e encontrou apoio na família. O
diálogo e a presença constante do esposo e do Filho, multiplicavam suas forças.
Caminhavam juntos alimentados pela oração.
Dois mil anos se passaram e as palavras
de Simeão continuam presentes. Seu recado agora é para a família moderna
mutilada e desvalorizada. Sua mensagem quer aliviar a dor de milhares de
corações transpassados; são mães, pais e filhos atingidos pela espada da
desunião, pela falta de diálogo e pela ausência da oração. São milhares de
Marias dispersas pelo mundo, que perdem
seus filhos para os vícios, para as drogas e para a prostituição.
Como cristãos, também fomos, um dia,
batizados com o Espírito Santo. E, fomos também consagrados para crescer,
caminhar e irradiar a luz de Jesus. Essa luz não pode ficar sob um móvel, ou
escondida sob qualquer objeto.
Este evangelho ressalta a pobreza de
Jesus. Como diz o Papa Francisco, “Quero uma Igreja pobre entre os pobres” e
conclui dizendo: “a pobreza nos chama a semear esperança, para que também nós
tenhamos mais esperança!” Por tudo isso, mais do que nunca, vamos semear a
esperança nos lares.
Vamos levar o amor às famílias; quando
o respeito, o diálogo e a oração, estiverem presentes nos lares, poderemos
dizer: "Agora Senhor podes deixar teu servo partir em paz, pois meus olhos
já viram também, a salvação das famílias".
jorge.lorente@miliciadaimaculada.org.br
– 02/fevereiro/2014
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