Domingo, 26 de janeiro de 2014
3º Domingo do Tempo Comum
São Tito e São Timóteo, Bispos (Memória).
Outros Santos do Dia: Afonso de Astorga (monge, bispo), Agostinho Erlandsson (bispo de Nidaros), Alberico de Cîteaux (abade), Amon (abade de Pispir, em Tebaida), Ansúrio de Orense (monge, bispo), Atanásio de Sorrento (bispo), Gabriel (abade de Santo Estêvão de Jerusalém), João (filho de Xenofon, monge da Palestina), Paula de Roma (viúva), Teofrido de Corbie (monge, bispo), Teógenes (bispo) e Companheiros (mártires de Laodicéia, na Frígia).
Outros Santos do Dia: Afonso de Astorga (monge, bispo), Agostinho Erlandsson (bispo de Nidaros), Alberico de Cîteaux (abade), Amon (abade de Pispir, em Tebaida), Ansúrio de Orense (monge, bispo), Atanásio de Sorrento (bispo), Gabriel (abade de Santo Estêvão de Jerusalém), João (filho de Xenofon, monge da Palestina), Paula de Roma (viúva), Teofrido de Corbie (monge, bispo), Teógenes (bispo) e Companheiros (mártires de Laodicéia, na Frígia).
Primeira leitura: Isaias 8,23b-9.3
Pois não há trevas onde há angustia
Salmo responsorial: 26(27),1.4.13-14 (R. 1a.1c)
O Senhor é minha luz e minha salvação
Segunda leitura: 1 Corintios 1,10-13.17
Vivei em boa harmonia
Evangelho: Mateus 4,12-23
E eles abandonaram a barca e o seguiram
Pois não há trevas onde há angustia
Salmo responsorial: 26(27),1.4.13-14 (R. 1a.1c)
O Senhor é minha luz e minha salvação
Segunda leitura: 1 Corintios 1,10-13.17
Vivei em boa harmonia
Evangelho: Mateus 4,12-23
E eles abandonaram a barca e o seguiram
É do conhecimento de todos que a liturgia católica carece de uma
reforma substancial e a necessidade de reordenar a escolha dos textos segundo
novos critérios. A incorporação da segunda leitura à temática unitária
(em vez de se apoiar em sua temática própria), e a possibilidade de que sejam
vários os ordenamentos litúrgicos dos textos, segundo objetivos e necessidades
distintas a serem escolhidas segundo variáveis diversas, seriam outras tantas
possibilidades.
Entretanto, é bom saber que a liturgia não “é” assim, mas que a temos
assim, à espera de que chegue um momento mais propício para reativar as tantas
coisas que na igreja católica estão paradas ou em hibernação à espera de outra
conjuntura.
A primeira leitura parece ter sido escolhida estritamente por coincidir
com a terceira leitura por causa da alusão geográfica (zona de Zabulon e
Neftali), zona limítrofe de Israel na qual Jesus veio se estabelecer. A
segunda, como sempre acontece, vai por seus caminhos próprios, sendo puramente
aleatório que alguma vez encaixe com a mensagem das outras duas.
Podemos dizer que o evangelho de hoje, dada a altura à qual estamos no
ano litúrgico, corresponde à vida de Jesus, seguindo um critério simplesmente
cronológico: o início de sua atividade pública, quando sua missão de pregador
do Reino decola e atinge a plenitude.
São muitos os detalhes que merecem comentário neste evangelho. Jesus
começa sua atividade tomando como referencia os sinais dos tempos. Ao menos o
evangelista faz notar que Jesus não começa sua missão sem mais e nem a seu bel
prazer, somente entra em cena ao saber que João Batista havia sido encarcerado.
Jesus reage ante os fatos da história que o rodeiam. Não cumpre uma missão
previamente programada e que deveria ser levada a termo com indiferença, não importando
o que acontecesse.
Jesus “foi viver” em Cafarnaum. Alguns exegetas (Nolan, por exemplo)
fazem notar que “se estabeleceu” ali e que, provavelmente, ao citar como sendo
“sua casa”, não seria a casa de Pedro e sim a de Jesus... Não se pode falar com
segurança, mas não é improvável. Uma dúvida sobre essa imagem tão usual de um
Jesus evangelizador itinerante.
O conteúdo do que seria a “primeira pregação” de Jesus, ou ainda
melhor, a tônica dominante da pregação de Jesus: a vinda do Reinado de Deus,
como boa notícia que convida a mudança... Hoje já sabido pelas crianças da
catequese paroquial, quando há quarenta anos o ignoravam todos os cristãos
adultos, inclusive os pregadores: que o centro da pregação de Jesus foi o
“Reinado de Deus”, um conceito que beira à escatologia, ou seja, que Jesus não
foi um pregador doutrinal teórico, nem um mestre da sabedoria religiosa, nem
asceta... mas um profeta dominado pela urgência de uma paixão, a paixão pelo
Reinado de Deus que ele acreditava iminente...
Não era somente um anúncio, e sim uma co-moção: Jesus anunciava para
provocar a mudança, para animar a esperança na mudança que Deus mesmo estava a
ponto de fazer acontecer... Por isso, seu anuncio era para a conversão: “mudem
sua vida e seu coração porque o reino dos céus está próximo”, na tradução da
Bíblia Latino-americana.
Aqui detectamos uma dupla direção: é preciso mudar (converter-se)
“porque” chega o Reinado Deus e, também, é preciso mudar “para que” venha, para
tornar possível que venha, porque na mudança já acontece esse Reinado... São as
duas dimensões: ativa e passiva, receptiva e provocativa, de contemplação e de
luta... sem unilateralismos.
O caráter concreto do tipo de práxis que Jesus adota, não é a de ele
mesmo ser o transformador da sociedade, com suas próprias práticas, não é a de
enfrentar diretamente a tarefa, mas a de comprometer o outros, de convencer a
outros para somar à tarefa e para isso, dedicar-se a desbloquear a mentes, a
iluminar os corações, abrir a visão dos demais... para que possam ser incorporados
à transformação da sociedade.
Pode-se dizer que Jesus, mais que uma prática, assume uma prática
teórica e simbólica. Ele não se faz médico nem se dedica a curar os enfermos,
porém dedica-se a dar a Boa Notícia, ainda que em sua pregação a cura esteja
sempre presente como “signo” de cura: “pregava e curava”. Teoria e prática:
Jesus exercia a tarefa de abridor de mentes, iluminador de corações, gerador de
esperança, transmissor de energias...
Nessa linha de pensamento, pode-se salientar ainda melhor o fato de ter
convertido os seus amigos mais achegados em “pescadores de pessoas” (e não “de
homens”), o que ele mesmo estava sendo. Querer estender o cristianismo a todo o
mundo e fazer tábua rasa das demais religiões, é um pensamento que já não tem lugar
em uma visão à altura dos tempos atuais. O ser realmente “evangelizador”
apaixonado pela Utopia do Reino (utopia que não é inimiga das demais religiões
nem pretende impor nenhuma cultura), continua tendo pleno sentido. Muitos
detalhes, muitos temas, em um evangelho simples, porém com muito conteúdo.
Oração: Ó Deus, Pai e Mãe universal:
aviva nossa fé, nosso amor, nossa esperança e dá-nos criatividade e intuição
para que saibamos acolher hoje, como olhos novos e coração aberto, tanto o
Evangelho de Jesus como todas as outras “boas noticias” com as quais nos
deparamos ao longo e pela extensão do mundo de todos os homens e mulheres das
mais variadas religiões, para que continues falando e estimulando através de
sua s vidas. Por Jesus Cristo, filho teus e irmão nosso. Amém.
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