QUINTA FEIRA DA 7ª SEMANA DO
TC 27/02/2014
1ª Leitura Tiago 5, 1-6
Salmo 48(49) , 16 “Deus livrará minha alma da Habitação dos
mortos”
Evangelho Marcos 9,41-50
A gente lê esse evangelho e imediatamente pensamos
nos “escândalos” que vez ou outra abalam nossas comunidades e a própria Igreja,
principalmente os que ocorrem no campo da sexualidade e assim, parece que o
resto dos nossos pecados não é escândalo. Este evangelho não é um apelo a moral
e aos bons costumes, como alguém possa pensar, mesmo porque, a m oral cristã e
os bons costumes deve sim fazer parte da nossa vida de cristãos.
O escândalo tem uma vítima certa nesse evangelho:
são os pequeninos! Se for compreendido como crianças, vamos voltar a pensar no
escândalo da Pedofilia, cometido contra crianças sim, em casas religiosas e
comunidades cristãs, por pessoas que em seu sacerdócio têm a missão de acolher
e proteger os pequenos e não aproveitar-se deles, para saciar um instinto
bestial e incontrolável. Mas também não é isso. Os pequeninos mencionados no
evangelho não são as crianças.
Então mudamos o foco e olhamos no contexto social,
pronto! Pequeninos são os pobres e necessitados que frequentam a comunidade, e
que precisam ser acolhidos e assistidos em suas necessidades. Sem dúvida que
essa é uma verdade evangélica, que deve e precisa ser praticada nas
comunidades, se elas quiserem ser realmente cristãs. Mas o foco não é esse...
Só lembrando que Jesus é extremamente rigoroso
quando fala daquele que provocou o escândalo contra os pequeninos: deveria
amarrar uma pedra de moenda no pescoço e atirar-se ao mar!
Vamos então desvendar esse mistério. Em nossas
comunidades há pessoas que testemunham uma Fé descomunal, são realmente
fervorosos no testemunho que dão em suas vidas. Levam uma vida de oração,
pautada pela Santa Palavra, recebem a Eucaristia com frequência, enfrentam
provações e tribulações e não se deixam abalar. Não estou inventando. Na nossa
comunidade existem pessoas assim, cujo exemplo nos estimula a buscar também a
santidade.
Mas, há outras que não são nada disso, rezam de vez
em quando, vão à missa de vez em quando, só entram na igreja em dias de Batismo
de algum parente ou casamento de alguém, mas se dizem cristãos e há até quem
frequente a comunidade. Quando estamos diante dessas pessoas sentimos uma
grande vontade de “Rasgar o verbo” e dar nelas uma boa sacudida para que
acordem e comecem a viver o verdadeiro cristianismo. Eis aí os “pequeninos” que
Jesus fala nesse evangelho, e que às vezes, por causa de uma palavra mais
“dura” de nossa parte ou de nossas lideranças, ficam aborrecidas e se afastam
da comunidade, perdendo o pouquinho de Fé que tinham.
Contra eles temos muitas vezes gestos bruscos com nossos membros,
olhares maliciosos e irônicos, e assim os conduzimos ao pecado da “ruptura”,
perdendo a oportunidade de amá-los, acolhê-los e os aproximarem-se mais de
Cristo Jesus, incentivando-os a permanecerem na comunidade e a crescerem cada
vez mais na Fé. Agora já sabemos quem são os “pequeninos” da comunidade e como
o Senhor quer que os tratemos. Eles estão lá nas assembleias de Casamentos e
Batizados, ou mesmo em nossas pastorais e movimentos. São pequenos na Fé,
talvez, mas nutrem amor pelo Cristo e cabe a nós fazer com que cresçam e se
tornem maduros na Fé. É o desafio que Jesus hoje nos lança...
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