A lâmpada é acendida para ser colocada sobre o candeeiro.
Neste Evangelho, Jesus nos lembra que no batismo recebemos a sua luz, e
devemos continuar a sua missão, iluminando o mundo. “Não temas as trevas, se
trazes dentro de ti a luz”.
Candeeiro é uma espécie de cabide na parede interna da casa, onde se
pendurava a candeia, cujo pavio, untado com azeite, mantinha a chama acesa.
Quanto mais alto estava o candeeiro, melhor iluminava a casa. Temos a missão de
ser luz do mundo. “Quem é que traz uma lâmpada para colocá-la debaixo de um
caixote ou debaixo da cama? Ao contrário, não a põe num candeeiro?”
Colocamos a nossa luz debaixo do caixote quando escondemos a nossa fé
católica, ou damos mau exemplo.
As pessoas só são plenamente felizes quando são iluminadas pela
verdadeira luz de Cristo, presente na sua Igreja, que é una, santa, católica e
apostólica. Faça uma experiência: amarre um pano nos olhos e tente caminhar...
É horrível! A gente se sente inseguro e tem medo de andar. O mesmo acontece com
uma pessoa que anda longe do Caminho, da Verdade e da Vida.
A Comunidade cristã é como o arco-íris: Cada membro dela irradia a luz
de Cristo com um matiz diferente.
“Prestai atenção no que ouvis.” Em outras palavras: vocês perdem seu
tempo se me escutam e param aí, sem deixar que minhas palavras dêem fruto.
Em seguida, no Evangelho de hoje, Jesus fala: “Com a mesma medida com
que medirdes, também vós sereis medidos; e vos será dado ainda mais. Ao que tem
alguma coisa, será dado ainda mais; do que não tem, será tirado até mesmo o que
ele tem”. Quer dizer: se começarmos a fazer algo bom, receberemos de Deus novas
forças e conhecimentos. Mas se não fazemos nada, nossas crenças religiosas não
servirão para nada.
Quem acolhe a Boa Nova, aprende a ver e agir de acordo com a visão e a
ação de Jesus. Essa compreensão e essa ação vão aumentando à medida que se age.
Quem não age, perde até mesmo a pouca compreensão que já tem.
Certa vez, um andarilho estava dormindo na frente de uma banca de
jornal, debaixo da marquise. Quando o dono da banca chegou, de madrugada,
acordou-o, para abrir a porta, e o convidou para irem juntos ao bar ao lado
tomar um café. Em seguida o convidou para irem juntos à redação do jornal, a
fim de trazer exemplares. O jornaleiro nem percebeu que se tratava de um jovem
de pouco mais de vinte e cinco anos.
Como o mendigo ficou por ali, na hora do almoço o jornaleiro pediu que
ele ficasse na banca, enquanto ele ia almoçar, que na volta lhe traria um
prato.
Resumindo, esse jovem, ex-andarilho, de tanto ir ao jornal, acabou
arrumando um emprego lá. Como era inteligente, tinha estudo e boa comunicação,
passou a fazer parte da equipe de pesquisa do jornal. Viajava pelos bairros e
outras cidades, junto com os mais experientes, fazendo entrevistas.
Um dia, ele pediu ao seu chefe licença para fazer uma entrevista numa
cidade vizinha. Pegou o carro que ele usava, que tinha a tarjeta do jornal, e
foi. Antes, porém, alugou uma roupa de palhaço e a vestiu.
Ao chegar à cidade, foi direto a uma residência. Como era sábado, a
família estava em casa.
Apertou a campainha, veio um rapaz, ele se apresentou como da equipe de
entrevistas do jornal, explicou que usava roupa de palhaço para a família se
sentir mais a vontade, e pediu licença para fazer uma entrevista com a família.
O rapaz que o recebeu, logo viu o carro oficial do jornal, acreditou e
sentiu-se até honrado em dar a entrevista.
De início, o entrevistador pediu que, se possível, toda a família
estivesse presente. O rapaz foi lá dentro, chamou e logo vieram.
Ele pegou uma plancheta, com papel oficial do jornal, e fez a primeira
pergunta: “Quantos filhos tem o casal?” O rapaz respondeu: “Cinco”.
“Você é o mais velho?” perguntou o entrevistador. “Não” – disse o moço –
temos um irmão mais velho, mas ele não prestava e faz cinco anos que sumiu.
Deve ter morrido”.
O entrevistador se interessou pelo caso e disse: “Ah! É? Como que era
esse irmão?”
O pai tomou a palavra e falou: “Aquele moleque era um marginal; vivia em
más companhias fazendo coisas erradas. Ele era a vergonha da nossa família. Eu
proibi até meus filhos de conversar com ele. Um dia ele foi preso; passou uma
semana na cadeia. Quando voltou, nós o expulsamos. Tudo indica que já morreu”.
Nisto, o garotinho disse: “Pai, o palhaço está chorando!” O menino
caminhou até o palhaço e o abraçou.
O “palhaço” não agüentou mais. Tirou a máscara e disse: “Pai, eu não
morri não. Estou aqui!” Claro que naquela sala só virou choradeira.
Temos aí um exemplo claro, por parte do pai e da família, de não ser
luz; e por parte do filho-palhaço, o exemplo contrário de como tornar-se luz.
Maria Santíssima é somente luz. Peçamos a ela que nos ajude a sermos luz
cada vez mais brilhante e a produzirmos bons frutos de fé e de testemunho.
A lâmpada é acendida para ser colocada sobre o candeeiro.
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