SEGUNDA FEIRA DA 27ª SEMANA DO TC 07/10/2013
1ª Leitura Jonas 1, 1-2,
1-11
Salmo Lucas 1,49 “Porque
realizou em mim maravilhas aquele que é poderoso e cujo nome é Santo”
Evangelho Lucas 10, 25-37
Esse Doutor da Lei tinha uma
régua de referência, que julgava perfeita e completa, e não estava a fim de
mudá-la, o evangelista frisa bem que a pergunta era para por Jesus á prova,
isso é, ele queria saber se Jesus tinha
algo de novo que fosse mais relevante e perfeito do que a lei, seu coração
estava fechado para a Boa Nova, pois sabia que nada estava acima da lei.
Para sua surpresa Jesus cita
a Lei, que para ele era sagrada, onde está explícito o amor a Deus em primeiro
lugar, e o segundo que é semelhante ao próximo. Tem-se as impressão de que a
partir daí o Doutor da Lei foi mais sincero, pois a sua pergunta procedia. A
Lei determinava amar ao próximo, a quem está mais perto, esposa, esposo,
filhos, parentes. Parece que isso deixava o coração daquele Doutor da Lei um
tanto inquieto, talvez ele quisesse amar um pouco mais a outras pessoas, fora
desse círculo seleto. Mas quem?
Presume-se que Jesus também
começou a gostar da conversa, e não vai só responder quem é o próximo, mas sim
no principal “O que é amar o próximo”. Amar o próximo que nem sempre nos
retribui, que não é digno do nosso amor, que não vai muito com a nossa cara,
que não comunga da nossa mesma ideologia, que não é da nossa igreja ou do nosso
grupo, o próximo que pensa totalmente diferente de nós, do próximo que parece
desejar o nosso mal....Do próximo que parece ser arrogante e metido, que não
olha na nossa cara....Esse mesmo!
E então vem essa parábola
revolucionária para um Judeu, poderíamos até dizer, Provocante. Percebam como o
quadro se inverte, agora é Jesus que provoca o Doutor da Lei. Um Sacerdote e um
Levita são referências sagradas para todo judeu, são pessoas selecionadas pela
Lei, mediadores entre o Sagrado e o Humano, e que pelas funções sagradas que
desempenhavam no templo, estavam mais próximas de Deus do que o resto da
comunidade. Já o Samaritano...pessoa desprezível, de outra religião, contrária
a Religião da Aliança, que dos Judeus só tinha o desprezo e o escárnio, a ponto
do judeu mudar o seu caminho e direção, caso estivesse para cruzar com o
Samaritano.
E foi esse Samaritano,
odiado de coração por todo Judeu piedoso, que Jesus coloca como “mocinho” da
parábola, o texto frisa muito bem que o Samaritano, diante do homem gravemente
ferido, vítima de assaltantes cruéis (naquele tempo já tinha) estava ali á
beira do caminho, e ele ao passar Viu-o e moveu-se de compaixão...Ver o outro e
não permanecer indiferente á sua dor, ao seu sofrimento, não passar “batido”
pelas pessoas da família ou da comunidade, ou seja lá quem for..... Compaixão
significa sofrer junto, gemer junto, chorar junto, sentir as mesmas dores
junto. Quando se sente compaixão do outro, a gente supera qualquer barreira,
seja ela de ordem social, moral ou até mesmo religiosa, a gente vai além dos
limites estabelecidos. Isso é amor ao próximo.
O próprio Doutor da Lei,
agora convencido de que Jesus tinha realmente algo novo a ensinar, se convence
disso quando o Senhor lhe pergunta “Qual desses foi o próximo daquele
homem?”. Prestemos atenção na resposta
do Doutor da Lei, ainda marcada pelo preconceito, não disse “Foi o
Samaritano...”, mas pelo menos reconhece nessa ação uma virtude “Aquele que
usou de misericórdia para com ele”.
E Jesus, percebendo que o
Doutor da Lei estava mais manso e mais aberto á sua Palavra, ordenou “Vai, e
faze tu o mesmo”.Não se sabe se o Doutor da Lei cumpriu essa ordem, mas com
certeza, em Jesus ele viu a beleza da Lei de Deus, que tem n o centro o amor
sem limites, que ama quando vê as necessidades do próximo.
OBS “Dia de Nossa Senhora do Rosário” outra
alternativa para o evangelho Lucas 1, 26-38.
Diácono José da Cruz
Paróquia Nossa Senhora
Consolata – Votorantim SP
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