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sexta-feira, 18 de outubro de 2013

“RESSURREIÇÃO É VIDA NOVA!” - Diac. José da Cruz

XXXII DOMINGO DO TC 10/11/2013
1ª Leitura 2Macabeus 7, 1-2.9-14
Salmo 16(17),15b “Ao despertar, irei saciar-me com a visão do vosso ser”
2ª Leitura 2 Tessalonicenses 2,16-3,5
Evangelho Lucas 20, 27-38
                              “RESSURREIÇÃO É VIDA NOVA!” - Diac. José da Cruz
Há muitas pessoas que desdenham do “céu” por achar que ele não existe, e que portanto não há ressurreição dos mortos. Para estes, a vida se resume a esta existência terrena, “céu e inferno é por aqui mesmo!“- dizem de boca cheia.
Claro que esta concepção de um “Paraíso Terrestre” só considera a felicidade que o mundo nos oferece, porque se fundamenta no TER e no PODER. Para estes, felicidade é desfrutar da vida tudo o que ela pode oferecer, em todo e qualquer prazer, realizando qualquer desejo. Esse paraíso sonhado e inventado pelo homem, termina inesperadamente, em um leito de hospital, em um acidente, em um ato de violência e daí, toda esta bela fantasia acaba enterrada em uma cova ou colocada em um túmulo, pois até quem não crê, sabe que desta vida nada se leva. Portanto, viver em função desse falso paraíso, pode ter certeza de que não vale a pena! É preciso descobrir o verdadeiro sentido dessa vida.
Mas há pessoas mais ingênuas que crêem em uma ressurreição enquanto revivicação do cadáver, ou seja, ressuscitar é voltar a esta vida, sendo que era este o conceito rudimentar de ressurreição no antigo testamento. De modo prático podemos pensar no seguinte, a pessoa morreu vítima de um acidente de trânsito, ressuscita e volta novamente a esta vida, com todas as suas limitações e fragilidades, um dia morre vítima de uma grave enfermidade. De que adianta a ressurreição, se tudo volta à mesmice?
Os Saduceus eram uma classe elitizada, pertencente a uma corrente religiosa que não acreditava na ressurreição, e nessa conversa com Jesus inventam uma novelinha de linha bem humoresca, baseada na lei de Moisés, de certa mulher que pelo visto, devia ser “Fogo na roupa”, porque casou-se com sete irmãos, um após a morte do outro, e por fim, um belo dia a coitada também “bateu com a cacholeta”, também não era para menos...
A história irônica tem como objetivo desmoralizar a doutrina cristã sobre a ressurreição dos mortos, perguntando de maneira até irreverente, de quem a tal mulher seria esposa após a ressurreição, já que havia se dado em casamento a todos os sete, como se a gente levasse para a vida eterna todas as intrigas e demais complicações desta vida. Se fosse assim, a ressurreição seria um grande engano.
Mas Jesus rebate os gozadores com um argumento muito consistente: os que forem considerados dignos da Vida Eterna, não morrerão. Isso é, não deixarão de existir mas entrarão em uma Vida totalmente nova, passando a ser um homem renovado, um ser glorioso, sem limites e sem mais nenhuma necessidade terrena.
E qual a relação entre esta vida nova da pós-morte, e esta vida terrena? As relações nesta vida, inclusive a conjugal, nada mais são do que um exercício para este amor da plenitude, que só encontramos em Jesus Cristo após a ressurreição. Por isso, nesta vida terrena temos necessidade do próximo com quem nos relacionamos nesse constante aprendizado, que vai nos santificando em cada momento.
A expressão muito usada, na morte de um ente querido, de que um dia iremos reencontrá-lo, é legítima e verdadeira, porém, este encontro não será como imaginamos, marcado por lembranças, sentimentos, recordações, emoções: “Oi, como vai? Há quanto tempo a gente não se vê. E daí ? Como está a vida nova? Estou louco para rever todos os que partiram antes de mim... Vamos por a conversa em ordem”.
Seria muita ingenuidade ficarmos imaginando coisas assim, na ressurreição. De nada disso teremos mais necessidade, pois todos estaremos em Deus, mergulhados em sua santidade, plenitude e perfeição. Nada mais teremos a aprender. Poderá por acaso um acadêmico retorna a um curso de alfabetização?
O que importa é viver a vida com essa certeza de que a vivemos para Deus, aproveitando cada minuto para praticar o amor, a única virtude que levaremos para a Ressurreição. Quem viver assim, não morrerá jamais! Palavra de Jesus de Nazaré, ressuscitado pelo Pai, e que vai à nossa frente, mostrando-nos o caminho, dando-nos alegria e coragem e acima de tudo confirmando-nos que o nosso Deus é o Deus dos vivos e não dos mortos!



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