XXXII
DOMINGO DO TC 10/11/2013
1ª
Leitura 2Macabeus 7, 1-2.9-14
Salmo
16(17),15b “Ao despertar, irei saciar-me com a visão do vosso ser”
2ª
Leitura 2 Tessalonicenses 2,16-3,5
Evangelho
Lucas 20, 27-38
“RESSURREIÇÃO É
VIDA NOVA!” -
Diac. José da Cruz
Há
muitas pessoas que desdenham do “céu” por achar que ele não existe, e que
portanto não há ressurreição dos mortos. Para estes, a vida se resume a esta
existência terrena, “céu e inferno é por aqui mesmo!“- dizem de boca cheia.
Claro
que esta concepção de um “Paraíso Terrestre” só considera a felicidade que o
mundo nos oferece, porque se fundamenta no TER e no PODER. Para estes,
felicidade é desfrutar da vida tudo o que ela pode oferecer, em todo e qualquer
prazer, realizando qualquer desejo. Esse paraíso sonhado e inventado pelo homem,
termina inesperadamente, em um leito de hospital, em um acidente, em um ato de
violência e daí, toda esta bela fantasia acaba enterrada em uma cova ou
colocada em um túmulo, pois até quem não crê, sabe que desta vida nada se leva.
Portanto, viver em função desse falso paraíso, pode ter certeza de que não vale
a pena! É preciso descobrir o verdadeiro sentido dessa vida.
Mas
há pessoas mais ingênuas que crêem em uma ressurreição enquanto revivicação do
cadáver, ou seja, ressuscitar é voltar a esta vida, sendo que era este o
conceito rudimentar de ressurreição no antigo testamento. De modo prático
podemos pensar no seguinte, a pessoa morreu vítima de um acidente de trânsito,
ressuscita e volta novamente a esta vida, com todas as suas limitações e
fragilidades, um dia morre vítima de uma grave enfermidade. De que adianta a
ressurreição, se tudo volta à mesmice?
Os
Saduceus eram uma classe elitizada, pertencente a uma corrente religiosa que
não acreditava na ressurreição, e nessa conversa com Jesus inventam uma
novelinha de linha bem humoresca, baseada na lei de Moisés, de certa mulher que
pelo visto, devia ser “Fogo na roupa”, porque casou-se com sete irmãos, um após
a morte do outro, e por fim, um belo dia a coitada também “bateu com a
cacholeta”, também não era para menos...
A
história irônica tem como objetivo desmoralizar a doutrina cristã sobre a
ressurreição dos mortos, perguntando de maneira até irreverente, de quem a tal
mulher seria esposa após a ressurreição, já que havia se dado em casamento a
todos os sete, como se a gente levasse para a vida eterna todas as intrigas e
demais complicações desta vida. Se fosse assim, a ressurreição seria um grande
engano.
Mas
Jesus rebate os gozadores com um argumento muito consistente: os que forem
considerados dignos da Vida Eterna, não morrerão. Isso é, não deixarão de
existir mas entrarão em uma Vida totalmente nova, passando a ser um homem
renovado, um ser glorioso, sem limites e sem mais nenhuma necessidade terrena.
E
qual a relação entre esta vida nova da pós-morte, e esta vida terrena? As
relações nesta vida, inclusive a conjugal, nada mais são do que um exercício
para este amor da plenitude, que só encontramos em Jesus Cristo após a
ressurreição. Por isso, nesta vida terrena temos necessidade do próximo com
quem nos relacionamos nesse constante aprendizado, que vai nos santificando em
cada momento.
A
expressão muito usada, na morte de um ente querido, de que um dia iremos
reencontrá-lo, é legítima e verdadeira, porém, este encontro não será como
imaginamos, marcado por lembranças, sentimentos, recordações, emoções: “Oi,
como vai? Há quanto tempo a gente não se vê. E daí ? Como está a vida nova?
Estou louco para rever todos os que partiram antes de mim... Vamos por a
conversa em ordem”.
Seria
muita ingenuidade ficarmos imaginando coisas assim, na ressurreição. De nada
disso teremos mais necessidade, pois todos estaremos em Deus, mergulhados em
sua santidade, plenitude e perfeição. Nada mais teremos a aprender. Poderá por
acaso um acadêmico retorna a um curso de alfabetização?
O
que importa é viver a vida com essa certeza de que a vivemos para Deus,
aproveitando cada minuto para praticar o amor, a única virtude que levaremos
para a Ressurreição. Quem viver assim, não morrerá jamais! Palavra de Jesus de
Nazaré, ressuscitado pelo Pai, e que vai à nossa frente, mostrando-nos o
caminho, dando-nos alegria e coragem e acima de tudo confirmando-nos que o
nosso Deus é o Deus dos vivos e não dos mortos!
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