SEGUNDA FEIRA DA 34ª SEMANA DO TC 25/11/2013
1ª Leitura Daniel 1, 1-6.8-20
Salmo Daniel 3, 52b “Que
seja bendito o vosso nome glorioso, digno do mais alto louvor e eterna
exatação”
Evangelho Lucas 21, 1-4
“Nossas moedinhas...”
Eu fiquei pensando seriamente nessas duas moedinhas da viúva, que
foram depositadas no cofre do templo, e que, conforme o próprio Jesus, era tudo
o que ela tinha, provavelmente o
dinheiro do pão e do leite. Aquelas moedinhas que “esquecemos” no console do
carro, e que quando algum pedinte vem com a “Caixinha” nos semáforos, a gente pega e dá. No nosso
caso é sobra, no da viúva era um valor importante na sua modesta economia.
Tem-se a impressão de que no dia seguinte a coitada ficou sem tomar café.
Uma interpretação literal desse evangelho seria mais ou menos
assim: você faz a sua compra do mês, mas em vez de levar para sua casa, leva na
casa de alguém muito pobre, e você só
terá o dinheiro para compra no outro mês. Não é isso? Tirar da boca para dar aos
outros.
Mas notem que as duas moedinhas
não foram dadas de esmola, mas era uma oferta dentro de uma celebração, então
foram dadas a Deus, eis aí a diferença fundamental. Talvez a gente até pense
que, agora ficou bem mais fácil de imitar a viúva, dar aquilo que para mim é
essencial, para Deus. E por que será que Deus vai querer as nossas moedinhas? O
que nossas miseráveis ofertas vão
acrescentar a grandiosidade de Deus? Nada! Então por que abrir mão daquilo que
nos é essencial? Quando falamos de bens materiais, inclusive dinheiro, o que
damos na verdade é o que sobra e até mesmo o nosso Dízimo, é o último valor que
entra no nosso orçamento mensal “Posso dar que não vou me apertar!” pensamos
sempre de maneira um tanto mesquinha. Quanto mais rico mais posso dar, mas
sempre o que me sobra. Claro que dar em nome de Cristo é uma obra de caridade.
Fiquem tranquilos....
Em uma visão bem pastoral a reflexão é muito bonita. Há algo sim,
que podemos dar a Deus na comunidade, algo precioso que nos é essencial, e que
parece que ninguém tem sobrando... o tempo! É a primeira justificativa que
damos quando somos convidados para “dar” algo essencial de nós, em algum trabalho pastoral ou ministério “Ah
estou sem tempo...”, as pessoas até já introduzem a conversa dizendo “Olha, se
tiver um tempinho...”.
Eis aí as nossas pequeninas moedinhas da pós-modernidade: nosso
tempo. Para ouvir as pessoas, para visitar um doente, para visitar alguém que
sumiu da comunidade, para ir consolar alguém que perdeu seu ente querido, para
compartilhar meu conhecimento profissional em algum curso de formação. Nesse sentido, nossas pastorais são aquele cofre do
templo, onde ás vezes colocamos grandes
fortunas, mas que está nos sobrando “Ah hoje eu não ia fazer nada mesmo...”.
Porém, o que Jesus nos pede é uma doação verdadeira, dar um tempo
em algum trabalho pastoral, para alguma pessoa, um tempo que vai nos fazer
falta pela sua preciosidade, digamos assim, no meu justo descanso da tarde de
um domingo, vou fazer algum trabalho pastoral. Deixamos de descansar no
conforto de nossa casa, para nos doar a alguém. Será que tudo o que fazemos, na
pastoral ou no ministério, não é apenas uma terapia ocupacional para “matarmos”
o tempo que está sobrando? A verdade é
que as moedinhas da viúva nos fazem pensar nesse assunto....
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