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segunda-feira, 21 de outubro de 2013

O cobrador de impostos voltou para casa justificado, o outro, não.-Claretianos


Domingo, 27 de outubro de 2013
30º Domingo do Tempo Comum
Santos do Dia: Abano de Wexford (abade), Abraão de Manufe (eremita), Capitolina e Eroteis (mártires), Colmano de Senboth-Fola (abade), Ciríaco de Constantinopla (bispo), Desidério de Auxerre (bispo), Florêncio de Burgúndia (mártir), Frumêncio (apóstolo da Etiópia), Gaudioso de Nápolis (bispo), Namácio de Clermont (bispo), Odrano de Iona (abade), Vicente, Sabina e Cristeta (mártires).
Primeira leitura: Eclesiástico 35, 12-14. 16-18.
A prece do humilde atravessa as nuvens.  
Salmo responsorial: 33, 2-3.17-19.23.
O pobre clama a Deus e ele escuta: o Senhor liberta a vida dos seus servos.  
Segunda leitura: 2 Timóteo 4, 6-8. 16-18 .
Agora está reservada para mim a coroa da justiça.  
Evangelho: Lucas 18, 9-14 .
O cobrador de impostos voltou para casa justificado, o outro, não.
A maior parte das parábolas de Jesus têm como pano de fundo a vida das aldeias da Galileia e refletem diferentes experiências da vida dos agricultores da época. Somente umas poucas parábolas saem desse marco. Uma delas é a do fariseu e do coletor de impostos, que se situa no contexto urbano e, mais concretamente, na cidade de Jerusalém: no recinto do templo, o lugar propício para obter a purificação e a redenção dos pecados.
A influencia e atração do templo para os judeus se estendia inclusive para mais além das fronteiras da Palestina, como o mostrava claramente a obrigação de pagamento do imposto ao templo por parte dos judeus que não viviam na Palestina. Pagar esse imposto se havia convertido nos tempos de Jesus em um ato de devoção para com o templo, porque este tornava possível que os judeus mantivessem uma relação saudável com Deus.
Nos tempos de Jesus os impostos não eram cobrados diretamente pelos romanos; a cobrança era feita indiretamente, concedendo postos de arbítrio e de arrecadação às pessoas de melhor prestígio, que costumavam ser pessoas das elites urbanas ou da aristocracia. Essas elites, contudo, não gerenciavam os postos de arrecadação, mas por sua vez, deixavam a gestão dos mesmos a gente simples, que recebia em troca um salario de subsistência. Os arrecadadores praticavam sistematicamente a pilhagem e a extorsão dos camponeses.
Devido a isto, o povo tinha para com eles a mais forte hostilidade, por serem colaboracionistas com o poder romano. O povo os odiava e os considerava ladrões. Tão desprestigiados estavam que se pensava que nem sequer podiam obter o arrependimento de seus pecados, pois para isso teriam que restituir todos os bens extorquidos, mais uma quinta parte, tarefa praticamente impossível, devido ao trabalho ser sempre com público diferente. Isto faz pensar que o coletor da parábola era um alvo fácil dos ataques do fariseu, pois era pobre, socialmente vulnerável, virtualmente sem pudor e sem honra, ou o que dá na mesma, um pária considerado como um aproveitador e ladrão.
Em sua oração o fariseu aparece entrado em si mesmo e no que faz. Sabe o que não é: ladrão, injusto ou adúltero; nem tampouco é como e coletor de impostos, porém não sabe quem é na realidade. A parábola o levará a reconhecer quem é, precisamente não pelo que faz (jejuar, pagar o dizimo…), mas pelo que deixa de fazer (relacionar-se bem com os demais).
O fariseu jejua duas vezes por semana e paga o dízimo de tudo o que ganha. Faz, inclusive, mais do que está mandado na Torá. Porém, sua oração não é tão inocente. Ele alude a três classes de pecadores: ladrão, injusto e pecador. Pode-se entender como três modos de descrever o coletor de impostos. O coletor, contudo, reconhece com gestos e palavras que é pecador e nisto consiste sua oração.
 A mensagem da parábola é surpreendente, pois subverte a ordem estabelecida pelo sistema religioso judaico: há aqueles que, como o fariseu, acreditam que estão dentro, e no entanto estão fora, e há quem se crê excluído e, no entanto, está dentro.
No relato, o fariseu se apresentou como um justo e agora se diz que este justo não é reconhecido; deve ter algo nele que seja inaceitável aos olhos de Deus. Contudo, o coletor de impostos, nomeado depreciativamente como “esse”, não é do modo algum desprezado ou rejeitado. Que pecado cometeu o fariseu? Talvez somente um: ter olhado depreciativamente o coletor e os pecadores que ele representa. O fariseu se separa do coletor e o exclui do favor de Deus.
Deus, justificando o pecador sem condições, adota um comportamento diametralmente oposto ao que o fariseu lhe atribui com tanta segurança. O erro do fariseu é o de se considerar “um justo que não é bom para com os demais”, enquanto Deus acolhe graciosamente o pecador. Esta parábola proclama, portanto, a misericórdia como valor fundamental do reino de Deus. Com seu comportamento, o coletor rompe todas as expectativas e esquemas, desafia a pretensão do fariseu e do templo com seus meios redentores e reclama ser ouvido por Deus, já que não o era pelo sistema do templo e pela teologia oficial, representada pelo fariseu.
Se a interpretação da parábola é esta, então se pode vislumbrar por que Jesus foi estigmatizado como amigo dos coletores e dos pecadores e por que foi crucificado finalmente pelas elites de Jerusalém com a ajuda dos romanos e do povo. Na parábola cumpre-se o que lemos na primeira leitura do livro do eclesiástico: “Deus não é parcial contra o pobre, escuta as súplicas do oprimido, ouve os gritos do órfão ou da viúva quando repetem sua queixa”. Deus está com os que o sistema deixou de fora. Como esteve com Paulo de Tarso, como se lê na segunda leitura que, apesar de não ter quem o defendesse, sentia que o Senhor estava a seu lado, dando-lhe forças.
Oração: Ó Deus, nosso Pai, cujo filho se encarnou em nossa carne humana despojando-se de seus títulos de gloria. Mostra-nos que caminhar por suas pegadas, coloca o nosso coração na verdadeira glória: Dar a vida humildemente no amor e no serviço. Tudo isto te pedimos e te damos graças pelo exemplo que nos deu Jesus, teu Filho, que contigo vive e reina e luta e caminha conosco, na unidade do Espírito Santo e é Deus pelos séculos dos séculos.


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