SEGUNDA FEIRA DA 31ª SEMANA
DO TC 04/11/2013
1ª Leitura Romanos 11, 29-33
Salmo 68(69), 14c “Na vossa
imensa bondade, escutai-me, segundo a fidelidade do vosso socorro”
Evangelho Lucas 14, 12-14
“Festa Particular” - Diac.
José da Cruz
A primeira impressão sobre
esse evangelho, é que Jesus é um grande estraga-prazeres, pois a coisa mais
gostosa e gratificante é quando recebemos em casa, os amigos e parentes que
muito amamos, para sentar conosco á mesa e passar horas deliciosas, que só reforçam
o afeto para com eles e deles para conosco.
Jesus aqui não está querendo acabar com essa nossa alegria de poder
estar em torno de uma mesa, com as pessoas queridas.
O recado é outro e tem um
endereço certo, ele critica o
Farisaísmo, um grupo fechado para todos os outros, por que se julgam os únicos
salvos ou merecedores da Salvação, pela sua conduta exemplar, modelo para
todos, e que diante de Deus os fazem merecedores e bem quisto pelos homens.
No centro da reflexão está a
gratuidade das relações humanas. Quanto mais eu priorizar nas minhas relações,
pessoas iguais a mim, na cultura, no modo de pensar, na posição social, e até
na expressão religiosa, mais longe de Deus estamos, pois a Trindade Santa não é
um Condomínio residencial, exclusivo para alguns Santos. Ao encarnar-se na
frágil natureza humana, Jesus, o Filho de Deus, fez da comunhão trinitária o
lugar de todos quantos queiram viver na comunhão com Deus, não porque se fazem
merecedores, mas por pura benevolência de Deus que abre o seu coração para
acolher a todos os homens.
Em Cristo Jesus, Deus manifesta um amor sem medidas por todos
e por cada homem em particular, ainda que este não mereça ( são os pobres,
aleijados, coxos, cegos, imperfeitos) Deus convida a todos para viver esta comunhão.
Ora, se a nossa Igreja é
reflexo dessa Trindade, jamais podemos em comunidade ser um grupo fechado,
exclusivo, particular. A Igreja que Jesus instituiu não é assim, mas aberta a
todos e isso Deus espera da nossa comunidade.
Não façamos de nossa comunidade,
pastoral ou grupo, uma festa particular, mas tenhamos coração e alma sempre abertos, para acolher a
todos, mesmo aqueles que ainda não se converteram, os pequenos que estão a
procura de algo e tantas outras pessoas que na comunidade estão, á nosso ver,
fora dos “padrões” de cristianismo, pois cada um de nós, também nem sempre está
nos padrões de Santidade de Jesus, e nem por isso o Pai cheio de amor deixa de
nos acolher.
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