E se fosse hoje, como Ele me encontraria?
O evangelho não apresenta o terror ou o medo como meio de viver a vida.
Muita gente por esse pavor assoberbado enveredou-se em uma situação pouco
agradável chamada fanatismo religioso. Quantos noticiários ouvimos e vemos a
respeito de legiões de pessoas que se mataram acreditando que Deus estava vindo
naquele dia?
Esse dia pode não ser precedido de um estrondo ou uma “desgraça” como
outros tantos creem. Quantas pessoas se prendem a previsões nada interessantes
como as de Nostradamus, filmes como 2012, “o dia depois de amanhã”. Sim! Em
virtude das mudanças climáticas e eventualidades da natureza podem ser
possíveis, mas ainda 95% do que nos acontece, vem de forma sutil e silenciosa
“(…) O Senhor desse-lhe: Sai e conserva-te em cima do monte na presença
do Senhor: ele vai passar. Nesse momento passou diante do Senhor um vento
impetuoso e violento, que fendia as montanhas e quebrava os rochedos; mas o
Senhor não estava naquele vento. Depois do vento, a terra tremeu; mas o Senhor
não estava no tremor de terra Passado o tremor de terra, acendeu-se um fogo;
mas o Senhor não estava no fogo. Depois do fogo ouviu-se o murmúrio de uma
brisa ligeira“. (I Reis 19, 11-12)
O importante não é saber o dia e sim estar bem no dia de hoje.
Nas últimas semanas muitas pessoas conhecidas minhas perderam pessoas
importantes em suas vidas, famílias, convívio… O sopro da vida de alguns se
esvaiu naturalmente pela senilidade e outros apressada por um acidente, uma
doença súbita, mas algo creio que tinham em comum as súbitas e as pelo tempo:
Estavam bem consigo mesmas.
Será que isso conforta? Eu creio que em parte sim, pois pesando-se suas
vidas, colocando o que tinham de bom de um lado e o que precisavam melhorar do
outros, creio eu que o braço da balança pendeu para o lado bom do que fizeram.
Conheci um rapaz que era dono (ou vítima) de uma boca de fumo. Sua vida
não tinha nenhum brilho e ela foi apagada precocemente por um bandido. Seu
último gesto antes de morrer baleado foi pular na frente da bala que atingiria
seu filho. Não quero dizer ou afirmar que remiu seus erros, pois somente Deus
sabe, mas na hora H, estava pronto para morrer por quem amava e que não tinha
culpa por seus erros.
Somos assim. Paulo viveu isso na pele: Lutar contra a natureza humana e
má e no fim sair vencedor.
“(…) Não entendo, absolutamente, o que faço, pois não faço o que quero;
faço o que aborreço. E, se faço o que não quero, reconheço que a lei é boa.
Mas, então, não sou eu que o faço, mas o pecado que em mim habita. Eu sei que
em mim, isto é, na minha carne, não habita o bem, porque o querer o bem está em
mim, mas não sou capaz de efetuá-lo. Não faço o bem que quereria, mas o mal que
não quero“. (Romanos 7, 15-19)
Creio que seja daí que surgiu o lema dos alcoólicos anônimos: Por hoje
não!
A luta será diária; as quedas talvez inevitáveis, mas que prevaleçamos
PELO MENOS HOJE de pé. “(…) Felizes aqueles empregados que o patrão encontra
acordados e preparados! Eu afirmo a vocês que isto é verdade: o próprio patrão
se preparará para servi-los, mandará que se sentem à mesa e ele mesmo os
servirá”.
Deus virá ao nosso auxilio e como será belo aos Seus olhos se nos
encontrar pelo menos levantando…
Um imenso abraço fraterno.
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