TODOS OS SANTOS, SOLENIDADE
Domingo 3 de Novembro de 2013
Evangelho
- Mt 5,1-12a
Caríssimos. Não nos esqueçamos que só Deus é Santo. Nós
apenas podemos participar da sua santidade, de modo que o cristão não tem
condições de atingir a plena perfeição por si só, portanto, por mais puro que seja, ele não
chega a ser necessariamente um santo,
mas apenas um santificado pela graça de Deus. A nossa santidade está
diretamente ligada ao nosso relacionamento com o nosso irmão. Mas como a
prática da caridade é coisa muito difícil, assim como perdoar, não guardar
rancor, etc, a santidade para o ser humano é algo inatingível. O máximo que
podemos conseguir, é nos aproximar dela.
Mesmo porque ser santo seria ser como Jesus, seria como copiar
plenamente a pessoa de Jesus, imitá-lo sem nenhuma restrição. Como isso também
nos é impossível, ninguém deve se
vangloriar de ser santo. Mas apenas, um cristão, cujo modo de vida se aproxima da santidade.
dom. Henrique Soares explica muito bem
esta verdade da nossa fé cristã. Veja:
...somente
Deus é Santo. Na Bíblia, "santo" significa, literalmente,
"separado". Deus é aquele que é separado, absolutamente diferente de
tudo quanto exista no céu e na terra: Ele é único, Ele é absoluto, Ele sozinho
se basta, sozinho é pleno, sozinho é infinitamente feliz. Ele é Deus! Por isso,
Santo, em sentido absoluto, é somente o Deus uno e trino, Pai, Filho e Espírito
Santo. A Jesus, o Filho eterno feito homem, nós proclamamos em cada missa:
"Só vós sois o Santo"; ao Pai nós dizemos: "Na verdade, ó Pai,
vós sois Santo e fonte de toda santidade"; ao Espírito nós chamamos de
Santo.
Mas,
a nossa fé também nos ensina que este Deus santo e pleno, dobra-se
carinhosamente sobre a humanidade – sobre cada um de nós - para nos dar a sua
própria vida, para nos fazer participantes de sua própria plenitude, sua
própria santidade. Foi assim que o Pai, cheio de imenso amor, enviou-nos seu
Filho único até nós, e este, morto e ressuscitado, infundiu no mais íntimo de
nós e de toda a Igreja o seu Espírito de santidade.
dom Henrique Soares da Costa
Prezados
irmãos. Considerando pois que somente Deus é santo e que nós apenas e
simplesmente participamos de sua santidade, devemos pegar leve com nossas
adorações aos santos, e principalmente às imagens deles. É comum vermos
cristãos entrar na igreja, rezar diante
das imagens de todos os santos, chegando
a tocá-las e fazer o sinal da cruz, e até mesmo beijar essas imagens. E
ao chegar diante do altar, passam direto pelo Cristo Eucarístico no sacrário,
sem nenhuma demonstração de afeto, nenhum gesto de respeito, ou de
reverência, e se dirigem ao lado
esquerdo do templo para continuar a sua via-sacra pelas imagens dos santos ali
presentes.
O
que é isso? Uma demonstração de uma fé mal informada. Porque o Cristo sacramentado
está dia e noite nos esperando no sacrário...
Aquele que disse: "Tudo o que
pedires ao meu Pai em meu nome, Ele vos concederá" .
Assim, é melhor pedir ao Pai em nome de Jesus.
É
por isso que damos motivos aos nossos irmãos protestantes de nos chamar de
idólatras. Respeitemos as imagens as
quais nos lembram os santos, mas adorá-las, não é correto. Uma imagem nos lembra uma foto. Só que a foto
é algo bem mais próximo da realidade de sua origem, ou seja, da pessoa
fotografada. Assim, a foto da nossa mãe, do nosso pai, do filho da esposa, do
marido, etc, merece todo o nosso
respeito. Até beijamos às vezes a foto da nossa mãe, mas estamos conscientes
que aquele pedaço de papel não é a nossa
mãe.
Mas
não é por isso que vamos deixar de celebrar nesta Festa de Todos os Santos, os
santos da Igreja que estão hoje na glória do Pai: são eles os apóstolos, a
Virgem Maria, amais santa de todas as criaturas. Agradecemos a Deus por ter suscitado na
Igreja uma imensa quantidade de Santos, que ninguém consegue enumerar. Eles não são só os Santos e os
Beatos que festejamos durante o ano litúrgico, mas também os Santos anônimos
que nós não conhecemos, mas que só Deus os conhece: sacerdotes, religiosas e
leigos que doaram suas vidas pelo Reino de Deus, missionários e missionárias,
que deixaram tudo para levar o anúncio evangélico a todas as partes desse
mundo. Esses foram os bravos santificados por Deus que estiveram a serviço da
Igreja até hoje. Não podemos deixar de reconhecê-los. E quem sabe eu e você um dia estaremos fazendo
parte deste elenco, juntos e felizes na glória que o Pai preparou para nós!
A festa de Todos os
Santos é a festa da esperança de um dia
estarmos no céu, nossa verdadeira pátria. Esta Festa tem o objetivo de nos
lembrar todos os que nos deixaram seu exemplo, seu testemunho como verdadeiros
cristãos, imitadores de Cristo.
Como sabemos, além dos santos canonizados, existe uma multidão de
pessoas que viveram e vivem o seguimento de Jesus, e por isso, estão junto
dele, na glória do Céu.
Caríssimos. As Bem-aventuranças são um resumo do que devemos assimilar e
viver para atingirmos uma aproximação com a perfeição e com a santidade. E
o nosso caminho de santidade é o próprio
Jesus. Jesus é "caminho" porque é o modelo de santidade que devemos
copiar e imitar.
Nos
dias de hoje podemos chamar de Bem-aventurados,
todos aqueles e aquelas, principalmente os jovens que se esforçam para
deixar de lado toda sugestão de pecado e de afastamento do caminho de Deus, e que
estão se aproximando a cada dia do plano de salvação através da Igreja de Jesus
Cristo. Eles são mansos e
misericordiosos por que não alimentam a vingança em suas mentes, mas que
procuram perdoar e compreender. Jesus disse que eles são puros de coração porque não são fingidos,
falsos, eles são o que são, verdadeiros
e sinceros em suas atitudes.
Eles são
bem-aventurados por resistir a
perseguição presente de modo sutil no comportamento das pessoas, dos
amigos, nos programas de televisão, nos filmes, etc. Pois tudo isso de forma
bem velada sempre aqui e ali, buscam destruir os valores cristãos, como por
exemplo, a mor ao próximo, o conceito de família. Isso vemos diariamente nas
novelas e programas de auditório de opinião pública, que trazem temas com a
finalidade de comprovar que os valores cristãos precisam ser destruídos, como é
o caso da nova mentalidade sobre o aborto, a homossexualidade, e a prática da
nossa sexualidade. Somos perseguidos no dia a dia por aqueles que nos ignoram,
nos desdenham por sermos seguidores de Cristo. Podemos ser mal-vistos ou
criticados porque nos engajamos numa causa nobre.
Mas não desanimemos,
pelo contrário: Jesus nos garante que teremos uma grande recompensa no céu.
Os santos não merecem nossa adoração, apenas nossa veneração. A Igreja
ao nos apresentar os santos não está incentivando a idolatria, como pensam
alguns, mas sim, está nos mostrando
aqueles que foram exemplos, modelos para a nossa vida cristã. Seu exemplo de
vida que deve nos estimular a seguir o seu exemplo e chegarmos lá onde eles
chegaram: a perfeita comunhão com Deus na eterna felicidade.
Infelizmente a maioria
das pessoas vê os santos como “milagreiros”, talvez até como “quebra-galhos”,
que nos proporcionam ou conseguem curas, namorados, empregos, proteção contra os perigos e
acidentes. Enfim, cada um tem seu santo preferido para resolver algum problema
particular. Os santos são até classificados de acordo com a sua
“especialidade”: “casamenteiro”, “causas impossíveis”, “causas perdidas”,
“causas urgentes”, “endividados”, “desatadora de nós”, “protetor da garganta”,
“dos olhos” e assim por diante.
Caríssimos. precisamos ver os santos com outros olhos! Em vez de
adorá-lo, vamos venerá-los mas de forma
mais autêntica, procurando conhecer sua vida, imitando suas virtudes, sua
fidelidade a Cristo, seu amor aos pobres.
Meus
irmãos. A liturgia deste domingo nos convida a rever a nossa vida, a nossa
prática da fé. Estamos a caminho da santidade?
Estamos empenhados a seguir os ensinamentos de Cristo pensando em sermos
santos como o Pai é Santo? Isso seria o ideal da santidade, porém, inatingível
por nós. Mas o nosso mérito está na busca diária dessa aproximação da santidade
e da perfeição, custe o que custar: Mesmo que nos custe sofrimentos, renúncias,
negação de nós, etc.
O
cristão que pretende viver uma vida de santificação, é aquele que enfrenta os
sofrimentos inevitáveis e normais dessa
vida terrena, sem reclamar, sem se revoltar contra Deus, e sem exigir dos
demais que venham em seu socorro. Pelo
contrário, não fica magoado pela indiferença de alguns entes queridos diante do
seu estado de saúde ou de velhice, mas sim oferece a Deus diariamente a sua cruz, pelo perdão dos seus pecados. Até
se alegra com tudo isso, pois é melhor sofrer nesta vida, do que sofrer no fogo
eterno.
Vale
a pena todo esforço no sentido de nos purificar a cada dia, e que essa
transfiguração seja transbordante e atinja o nosso irmão, a nossa irmã. Pois
nunca devemos pensar somente em nossa santificação, em nossa salvação. Mas sim,
em tudo o que fizermos tendo em vista a aproximação com Deus, não podemos
deixar de lado o nosso irmão. Ninguém se salva sozinho. Precisamos levar
conosco quantos pudermos para vida eterna. Não tenhamos uma fé individualista,
do tipo daquele que vai à missa diariamente, reza, reza e reza, comunga, reza
de novo, sempre cabeça baixa, sai do templo volta para casa, sem pelo menos
cumprimentar um irmão em todo esse trajeto. Mas sim, a nossa fé deve ser
compartilhada, a nossa alegria, mesmo que estejamos sofrendo fisicamente, deve
ser brilhante, e esse brilho tem de atingir os demais que nos rodeiam. Mesmo
que você seja tímido, ou tímida, há sempre um jeito, com esforço, de
comunicar-se com as pessoas que estão no mesmo barco, o barco da fé, o barco
que está nos conduzindo para o Pai, o barco daqueles que como você, estão
participando do banquete eucarístico, o barco da Santa Missa. A nossa meta espiritual em busca da Vida
Eterna é vivermos de forma partilhada cada dia desfrutando da santidade que Deus
nos ofereceu através de Cristo Jesus.
Vai e faça o mesmo!
José Salviano.
e isso que nos catolicos precisamos entender.obrigado
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