14 de Outubro - Segunda - Evangelho - Lc 11,29-32
Os judeus
pediam um sinal a Jesus, uma prova de que ele é mesmo o enviado de Deus. Jesus
responde que não lhes será dado outro sinal, a não ser o sinal de Jonas.
Jonas, como
sabemos, foi atirado no mar, em seguida uma baleia o engoliu e três dias depois
o vomitou vivo na praia (Cf Jn 1,15.2,1-11).
Jesus se refere ao
seu sepultamento, em que ficou também três dias debaixo da terra e depois
ressuscitou vivo. Esta foi uma grande prova da sua divindade. Mas foi também
uma prova da radicalização do pecado dos judeus: Mataram o Filho de Deus.
De fato, não tinha
cabimento pedir sinal a Jesus, pois fazia milagres todos os dias. Só quem era
cego não via.
Acontece que a
nossa fé é proporcional à nossa obediência a Deus. Quem não segue os
mandamentos, fica como que cego e não vê as passagens de Deus pela sua vida.
Por isso acaba se desviando da fé verdadeira.
A nossa
desobediência a Deus começa com pequenas falhas. Se não nos convertemos, elas
vão aumentando aos poucos. De repente nós caímos num pecado grande, e levamos
um susto. Esse susto é convite de Deus, sinal do amor dele a nós. Muitos tomam
um copo de cerveja para esquecer o susto e continua a vida. Esses vão acabar
fazendo pecados ainda maiores, como os judeus do tempo de Jesus, que o mataram.
“Quem acolhe e
observa os meus mandamentos, esse me ama. Ora, quem me ama será amado por meu
Pai, e eu o amarei e me manifestarei a ele” (Jo 14,21). Por outro lado, quem
não obedece os mandamentos, acaba escondendo-se de Deus, como aconteceu com
Adão e Eva.
“Assim como o corpo
sem o espírito é morto, assim também a fé, sem a prática, é morta” (Tg 2,26).
No Evangelho, Jesus
lembra também o exemplo bonito da Rainha de Sabá: Ao ficar sabendo da sabedoria
de Salomão, veio de tão longe para ouvi-lo (Cf 1Rs 10,1-10). E Jesus, muito
maior que Salomão, estava ali no meio daqueles chefes e eles não o ouviam.
Jesus chamou os
judeus do seu tempo de geração má, quer dizer, uma geração que pratica obras
más. As obras más endurecem o nosso coração para o amor a Deus e ao próximo e o
fecham para a fé verdadeira. Quem pratica obras más torna-se presa fácil de
seitas.
Nós buscamos
instintivamente a coerência entre as várias dimensões da nossa pessoa. Se a
nossa vida prática não segue o que acreditamos, passamos a acreditar naquilo
que combina com a nossa vida prática.
“Josué disse ao
povo: Não podeis servir ao Senhor, pois ele é um Deus santo, um Deus ciumento,
que não suportará vossas transgressões e pecados” (Js 24,19).
Logo que Jesus
morreu, o centurião disse: “Este era verdadeiramente Filho de Deus!” (Mt
27,54). Que nós não cheguemos a esse ponto, de só “acordar” depois que
cometemos um pecado horrível. Para isso, precisamos ser menos críticos e mais
dóceis diante da Palavra de Deus. Que o bom Deus tire o nosso coração de pedra
e coloque no lugar um coração de carne, mais sensível aos sinais que ele nos
manda.
Certa vez um rapaz
procurou o padre, querendo resolver umas dúvidas de fé. O padre levou-o para a
sala de atendimento, os dois se sentaram e o padre foi logo perguntando:
“Quanto tempo faz que você não se confessa?” O rapaz respondeu: “Não é isso,
padre, o meu problema são dúvidas de fé!” “Sim, respondeu o padre, mas eu
gostaria que você antes se confessasse. Depois a gente conversa sobre a fé”.
Depois de muita conversa, o padre, com sua bondade, conseguiu convencer o jovem
a se confessar. Foi uma confissão longa e o jovem até se emocionou. Terminada,
o padre lhe disse: “Agora vamos conversar sobre a fé. Pode apresentar as suas
dúvidas. “Não tenho mais dúvidas, respondeu o moço. Muito obrigado, senhor
padre!” E deu-lhe um abraço.
É sempre assim. A
vida de pecado interfere na nossa fé. Existe uma relação: Vida de pecado =
Dúvidas de fé. Prática das virtudes = Aumento de fé.
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