12 de Outubro - Sábado - Evangelho - Jo 2,1-11
Jesus realizou este
início dos sinais em Caná da Galiléia.
Este Evangelho, das
Bodas de Caná, nos trás dois ensinamentos: Um cristológico, referindo-se a
Jesus que realiza o milagre de converter a água em vinho; e um mariológico,
baseado na intervenção suplicante de Maria.
“Este foi o início
dos sinais de Jesus... Manifestou a sua glória e seus discípulos creram nele.”
O evangelista chama o milagre de sinal porque é uma manifestação de Jesus, pela
intercessão da sua mãe Maria; e porque é um anúncio do banquete do Reino de
Deus, em que haverá do vinho da salvação, “sangue da nova e eterna Aliança”.
Está presente
também a imagem do casamento como símbolo da Aliança de Deus com o povo. “Como
a noiva é alegria do noivo, assim também tu és a alegria de teu Deus” (1ª
Leitura).
A intervenção de
Maria, antecipando a “hora” de Jesus, isto é, a manifestação de sua glória
através de milagres, destaca a solicitude maternal de Maria que se mostra
sensível às necessidades do próximo. Mostra também a força intercessora de
Maria junto a Jesus. Assim entendeu o povo cristão, desde o início, confiando
na mediação da Mãe do Senhor.
São três as bases
da devoção mariana:
1) A Bíblia,
especialmente os Evangelhos, que nos mostram Maria dentro do projeto salvador
de Deus por Jesus Cristo, e cuja missão é inseparável de Cristo. Evidentemente,
os católicos não adoram, mas veneram Maria.
2) Jesus Cristo. A
figura de Maria não pode entender-se senão a partir de Cristo, pois tudo em
Maria tem raiz, orientação e sentido cristocêntrico. Cristo é visto sob vários
matizes. Um deles é Maria. A devoção mariano não é algo paralelo ao mistério de
Cristo, mas é justamente a entrada nesse mistério por um ângulo, entre tantos
outros.
A chave para se
entender a devoção mariano é a sua maternidade divina, portanto está centrada
em Cristo. É esta maternidade que fundamente a sua concepção imaculada, a
virgindade e a assunção gloriosa.
O culto de
veneração a Maria sempre acaba em Deus, para o qual ela está voltada. Nos
católicos não olhamos tanto para Maria, mas para Deus do jeito que ela olha e
com a sua ajuda. Maria é modelo de cristã, de membro da Igreja de Jesus, da
qual ela é Mãe.
3) A Igreja. Maria
está intimamente ligada à Igreja. Depois de Cristo, ela ocupa o lugar mais alto
e também mais perto de nós. Em toda a sua vida, Maria aparece totalmente
identificada com o novo Povo de Deus, do qual ela é modelo e Mãe.
Maria é a mulher
nova que representa, com Cristo, a amizade restabelecida com Deus, que o pecado
tinha quebrado. Como Cristo é o novo Adão, Maria é a nova Eva. Maria é a cristã
perfeita, a primeira discípula de Jesus, aquela que escuta a sua palavra,
guarda no coração e medita sobre ela, a fim de transformá-la em vida. Junto com
a Igreja, Maria canta a glória de Deus realizada em Cristo em favor dos homens.
Um detalhe
importante é o pedido de Maria aos serventes: “Fazei o que ele vos disser”.
Este pedido tem um sentido amplo, e é dirigido a todos nós, seus filhos e
filhas. Aí está o sentido profundo da devoção a Maria. Nós agradamos a ela,
atendendo ao seu pedido de fazer o que o seu Filho nos disse, que está nos
Evangelhos e na legítima tradição da santa Igreja.
Havia, certa vez,
um homem que dizia para todo mundo: “Eu não acredito em Nossa Senhora nem gosto
dela” Um dia ele estava viajando de avião, junto com um amigo. De repente o
avião entrou numa tempestade e começou uma turbulência muito forte. O avião
balança como palha ao vento. Apavorado, aquele homem disse: “Nossa Senhora,
ajude-nos!”
O piloto conseguiu
dominar a aeronave e ela atravessou a tempestade, voltando ao normal. Então o
amigo disse àquele homem: “Você não disse que não gostava de Nossa Senhora? Por
que então chamou por ela?” O homem respondeu: “Eu não gosto dela lá embaixo, em
terra firme. Mas aqui em cima é outra coisa”.
Ainda bem que Maria
Santíssima é nossa mãe, e uma mãe entende até esse tipo de filho. Entende e
atende. Vamos gostar dela e pedir a sua proteção sempre, não só quando estamos
em perigo.
Jesus realizou este
início dos sinais em Caná da Galiléia.
Padre Queiroz
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