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terça-feira, 14 de janeiro de 2020

-TROUXERAM-LHE UM PARALÍTICO-Mc 2,1-12-José Salviano


17 de Janeiro-2020
Evangelho – Mc 2,1-12

 


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Alguns dias depois,
Jesus entrou de novo em Cafarnaum.
Logo se espalhou a notícia de que ele estava em casa.
E reuniram-se ali tantas pessoas,
que já não havia lugar, nem mesmo diante da porta.
E Jesus anunciava-lhes a Palavra.
Trouxeram-lhe, então, um paralítico,
carregado por quatro homens.
Mas não conseguindo chegar até Jesus,
por causa da multidão,
abriram então o teto,
bem em cima do lugar onde ele se encontrava.
Por essa abertura desceram a cama
em que o paralítico estava deitado.
Quando viu a fé daqueles homens,
Jesus disse ao paralítico:
'Filho, os teus pecados estão perdoados'.
Ora, alguns mestres da Lei, que estavam ali sentados,
refletiam em seus corações:
'Como este homem pode falar assim?
Ele está blasfemando:
ninguém pode perdoar pecados, a não ser Deus'.
Jesus percebeu logo
o que eles estavam pensando no seu íntimo,
e disse: 'Por que pensais assim em vossos corações?
O que é mais fácil:
dizer ao paralítico: 'Os teus pecados estão perdoados',
ou dizer: 'Levanta-te, pega a tua cama e anda'?
Pois bem, para que saibais que o Filho do Homem
tem, na terra, poder de perdoar pecados,
- disse ele ao paralítico: -
eu te ordeno:
levanta-te, pega tua cama, e vai para tua casa!'
O paralítico então se levantou
e, carregando a sua cama, saiu diante de todos.
E ficaram todos admirados e louvavam a Deus, dizendo:
'Nunca vimos uma coisa assim'.
Palavra da Salvação.

 

 


Neste Evangelho vemos mais um atrito entre Jesus e os fariseus e escribas, os quais estavam sempre onde Jesus estava para procurar nele uma ação negativa, ilegal, com o intuito de condená-lo.
Era uma polêmica entre o Judaísmo e o Cristianismo nascente, o que vai resultar na morte de Jesus na Cruz, porém eles não mataram  as ideias, os ensinamentos  do Filho de Deus.
Os fariseus lá no fundo daquela casa, questionaram em pensamento:  Quem é ele para perdoar pecados? Ou, somente Deus pode perdoar!
E Jesus, provando que é Deus,  revelou os seus pensamentos, e provou que Ele tem o poder  não só de perdoar os pecados, como também de curar os doentes, como o fez com aquele paralítico.
 
Jesus ficou muito impressionado com o esforço e a fé  daqueles homens, para conseguir que o paralítico se aproximasse dele para obter a cura. Normalmente pela porta eles não conseguiram entrar naquela casa onde Jesus estava fazendo a sua palestra. Porém, eles não desistiram do seu objetivo de conseguir que o pobre paralítico conseguisse o que ele mais quis em toda a sua vida. Caminhar.
Quanto sacrifício aqueles homens fizeram para levar o doente até Jesus!
E nós? Fazemos o mesmo. Certo? Quando um necessitado se aproxima de nós, é a hora de nos lembrar de todos os nossos compromissos, de todas as nossas pendências e de tudo o mais que temos de fazer, e assim nos livrar de dar uma força para aquela criatura desvalida, e completamente dependente de ajuda.
Irmãos e irmãs. O mandamento é claro, e sem rodeios. Amar a Deus e amar o irmão.
Não existe amor de fato a Deus se não nos esforçamos, se não nos sacrificamos pelos nossos irmãos que precisam da nossa ajuda.
Jesus em suas andanças pelo anúncio da Boa nova, encontrou mais ouvidos para ouvi-lo entre os mais pobres do que entre os da elite religiosa.  

Isso vale também para os nossos dias. Muitas vezes, aqueles da periferia, os que não frequentam a missa, regularmente, são muito mais atenciosos diante da palavra a eles anunciada, do que certos paroquianos que já se julgam redimidos pelo fato de pertencer a uma comunidade seleta, e orante.  Já sabemos tudo. Pensam eles. Já sabem, mas não podem  se esquecer de praticar o tempo todo.
Do mesmo modo, a caridade entre os pobres é muito mais vigorosa do que entre aqueles que possuem muito mais recursos.
Na comunidade pobre a caridade, a disposição de socorrer um deles que de repente se vê em perigo de morte, é muito mais pronta, mais vigorosa, mais forte do que na comunidade da classe média, na qual, a espiritualidade é muito mais teórica do que prática. Lá, entre eles, o amor ao próximo é mais expresso por palavras do que por gestos concretos. Lá na comunidade da classe média e alta, a palavra CARIDADE, é substituída pela palavra EDUCAÇÃO, só que com outras características, que não as do verdadeiro amor fraterno, como acontece lá entre os mais fracos, os mais humildes.
Não estamos querendo dizer que nas favelas só existem santos. Sabemos que lá existem pessoas capazes de tudo, revoltadas contra tudo e contra todos, lá existem muitos bandidos violentos.
Porém, não é só lá que existem bandidos. Não nos esquecemos dos bandidos de gravata, que falam bonito, e que são mais perigosos do que muitos daqueles da favela. É. Por  que os da favela são até capazes de socorrer um doente como aqueles homens que se esforçaram tanto para descer o paralítico pelo telhado, a fim de que ele conseguisse se aproximar de Jesus e ser curado da sua paralisia.
Roquemos ao Pai pela nossa conversão. Pela conversão de todos. Ricos, e pobres. Negros, pardos, indígenas e brancos.

Tenha um bom dia. José Salviano.

 

 



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