18 de Janeiro-2020
Evangelho
– Mc 2,13-17
Compartilhe o link desta
reflexão em suas redes sociais.
Naquele tempo:
Jesus saiu de novo para a beira do mar.
Toda a multidão ia ao seu encontro
e Jesus os ensinava.
Enquanto passava,
Jesus viu Levi, o filho de Alfeu,
sentado na coletoria de impostos,
e disse-lhe: 'Segue-me!'
Levi se levantou e o seguiu.
E aconteceu que, estando à mesa na casa de Levi,
muitos cobradores de impostos e pecadores
também estavam à mesa com Jesus e seus discípulos.
Com efeito, eram muitos os que o seguiam.
Alguns doutores da Lei, que eram fariseus,
viram que Jesus estava comendo
com pecadores e cobradores de impostos.
Então eles perguntaram aos discípulos:
'Por que ele come
com os cobradores de impostos e pecadores?'
Tendo ouvido, Jesus respondeu-lhes:
'Não são as pessoas sadias que precisam de médico,
mas as doentes.
Eu não vim para chamar justos, mas sim pecadores.'
Palavra da Salvação.
Levi estava a serviço dos
romanos, e naquele momento, se
encontrava na coletoria de impostos que ficava na entrada de Cafarnaum, as margens da importante estrada do caminho
do mar. Ali era cobrado imposto para os
romanos, de quem entrava e de quem saia
da cidade. Essa cobrança de impostos era organizada por Herodes, um dos
entreguistas, a serviço do domínio
romano.
Toda dominação estrangeira a um país pobre só se realiza com a
ajuda de pessoas locais, as quais, colaboram com a entrega das riquezas
naturais da sua pátria aos dominadores. Por isso eles são chamados de
entreguistas. Isso aconteceu em todas nações
que foram dominadas pelo Império Romano que coincidiu com os tempos de
Jesus.
Levi, assim como todo
cobrador de imposto, era considerado um pecador público, um publicano,
um traidor, por colaborar com o Império Romano, tirando dinheiro dos seus
compatriotas, para ser carreado aos romanos.
O
sistema de cobrança de impostos era o que chamamos hoje de terceirização. A
máquina do Estado do Império romano que dominava grande parte da Europa incluindo
a Palestina não se dispunha de funcionários o suficiente para realizar a
cobrança de tanto imposto. Então o Estado romano contratava empresários (entreguistas) para fazer a cobrança dos impostos, sob o
sistema de arrendamento. Estes arrendatários terceirizados eram muito ricos
oriundos da elite sendo muitos deles anciãos membros do Sinédrio e Senadores.
Assim, notamos que a classe dominante comia junto com os dominadores romanos,
em troca da preservação de seus privilégios.
O
povo sofria com esta exploração, pois era 3 vezes explorados. Do imposto
arrecadado, uma parte ia para o Império Romano, outra parte era a taxa de
serviço do arrendatário, e a terceira parte era o que o empresário arrendatário
dono da Agência de Arrecadação, pegava para si, isto é, roubava. Por isso eram
muito ricos.
Os
publicanos eram os empregados desta agência, que fazia o serviço sujo vigiado pelos soldados romanos, por isso não podiam
pegar nem uma moedinha. E qualquer deslize ou tentativa, eram mandados embora
do emprego. Eram geralmente pobres e a falta de emprego os obrigava a fazer
esse serviço odioso.
O
povo não escapava da exploração romana. O imposto sob forte apoio dos guardas
era feito em vários lugares: Além de pagar direitos de Alfândega, o povo era
obrigado a pagar imposto de pedágio nas entradas dos povoados, nas pontes, nos
vaus, e nas encruzilhadas dos caminhos. Não tinha para onde correr ou escapar.
Pelo contrário. Tinha cidadão que pagava até três impostos por dia, pois
precisava se deslocar de vários lugares para outros. Era uma situação
insustentável de tamanha injustiça, e pensar que tudo isso tinha o apoio da
classe dominante local.
É
por isso que os publicanos eram odiados por explorar o povo para os romanos e
considerados: pecadores, impuros e por isso eram desprezados.
Jesus
não estava sendo um entreguista, Ele não
estava colaborando com a invasão romana. Ele só
quis mostrar com o seu gesto, que os cobradores de impostos também eram
filhos de Deus, e a maioria deles se sujeitavam a aquele serviço, por não ter
outra opção de vida.
Assim,
Jesus fez questão de convidar um desses cobradores de impostos discriminado
pela sociedade, para fazer parte do seu grupo.
"Jesus
Cristo, viu sentado ao balcão um coletor de impostos, por nome Levi, e
disse-lhe: Segue-me. Deixando ele tudo, levantou-se e o seguiu."
Depois
desse convite, Jesus foi jantar na casa de Levi. Os fariseus que andavam sempre
no encalço de Jesus, também estavam presentes no local, e criticou a atitude de
Jesus por estar jantando na companhia de um impuro publicano.
Almoçar
com os publicanos era uma afronta aos costume e à Lei. Isto porque os
publicanos eram odiados por colaborarem com o poder romano arrecadando, ou
melhor, arrancando o dinheiro do povo. Por isso eram considerados impuros e
pecadores.
Engraçadinhos!
Eles podiam roubar o povo juntamente com os romanos. Mais naquele momento
fingiam que eram contra a exploração dos dominadores através dos
publicanos.
Eles
conversaram com os discípulos um tanto afastados do Mestre. Mas Jesus não
precisava ouvir com os ouvidos humanos. Ele sabia o que se passava dentro das
mentes das pessoas principalmente dos fariseus. Então Jesus respondeu:
Não
são os homens de boa saúde que necessitam de médico, mas sim os enfermos. Não
vim chamar à conversão os justos, mas sim os pecadores.
Roguemos
a Deus Pai para que toda justiça seja feita, e ninguém seja desprezado,
excluído e discriminado dos demais. Amém.
Tenha um bom dia. José Salviano
Nenhum comentário:
Postar um comentário