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quinta-feira, 16 de janeiro de 2020

O CORDEIRO JESUS TIRA O PECADO DO MUNDO – Maria de Lourdes Cury Macedo.



Domingo, 19 de janeiro de 2020.
Evangelho de São João 1, 29-34.

A liturgia de hoje nos convida a acolher Jesus Cristo como João Batista O acolheu. Jesus vem hoje em nossa direção de muitos modos e nos pede que O reconheçamos e acolhamos.
João Batista, o precursor do Messias, dá testemunho de Jesus, reconhece e anuncia sua identidade como o Cordeiro de Deus; fala que é sobre Jesus que o Espírito Santo desce, permanece, e afirma que Jesus é o verdadeiro Filho de Deus.
Jesus saiu da Galileia e foi ao Rio Jordão encontrar-se com João a fim de ser batizado por ele. João, ao vê-lo se aproximar, se surpreende e o aponta dizendo: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”.
De acordo com as interpretações das profecias, o povo esperava um Messias lutador, guerreiro, forte como um leão, valente, mas, ao contrário, o cordeiro é um animal dócil, manso, humilde. Todavia, João ao apontar para Jesus e chamá-Lo “Cordeiro de Deus” se referia à profecia de Isaías, para quem o Messias era o “servo sofredor”, aquele que tira “o pecado do mundo”.
Tirar o pecado é levar embora, extinguir o mal. Esse tirar o “pecado do mundo” significa ligar a humanidade novamente a Deus. Jesus oferece o perdão dos pecados e tira o pecado do mundo. Pecar  é negar, é rejeitar Deus, não aceitá-Lo. Deus é amor e quer que todos vivam o amor. Jesus deu sua vida como um cordeiro manso para reparar nossas faltas, pois “o Filho do Homem veio salvar o que estava perdido” (Mt 18,11),“lavou os nossos pecados no seu sangue” (Ap1,5). Tirar o pecado é eliminar a incredulidade dos homens em relação a Jesus. Jesus não só perdoa o pecado, mas tira o mal que nos domina, como a injustiça, o desamor, a falta de fé, de compromisso.
Ainda podemos nos lembrar do “cordeiro pascal”, que com seu sangue passado nas portas das casas dos hebreus, livrou da morte os primogênitos e Jesus, o Cordeiro de Deus, derramando seu sangue na cruz, livrou da morte eterna toda a humanidade e tirou o pecado do mundo.
Crer em Jesus implica em seguir seus passos, em trabalhar para que o mundo se liberte do pecado, que desfigura a pessoa humana criada por Deus a sua imagem e semelhança. O pecado desumaniza o ser humano. O pecado faz a pessoa virar as costas para Deus, dizer não para Deus e para os irmãos. O pecado faz a pessoa fechar-se em si mesma e recusar a comunhão com Deus e com o irmão.
João era pleno do Espírito Santo desde o ventre materno. João escuta a voz de Deus, tem experiência da comunhão com Deus. Ele afirma que não conhecia Jesus, mas professa sua fé n’Ele, identifica-O quando Jesus vem para ser batizado, dizendo: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”; “eu vi o Espírito Santo descer, como pomba, e permanecer sobre Ele”; “Ele é o Filho de Deus”.
João Batista escuta a Palavra de Deus e ela é promessa que se realiza. Se ouvirmos a Palavra de Deus, veremos sua promessa se realizar. No nosso batismo recebemos o dom da fé e ela nos convida a ouvir a Palavra e constatar as maravilhas que Deus opera na vida de cada um de nós e na comunidade. Vivemos a fé, vivemos o nosso batismo quando estamos a serviço do Reino de Deus, quando usamos o avental do serviço aos irmãos, levando-os ao conhecimento da beleza, bondade, misericórdia de Deus.
Não basta dizer que tem fé, ela tem que ser viva, forte, atuante e cheia de obras de amor, de justiça, de misericórdia, de generosidade. Assim podemos nos considerar precursores de Jesus como foi João Batista. O mundo ainda precisa de pessoas como “João Batista,” para anunciar o “Cordeiro de Deus”. Foi tão forte e significativa essa expressão de João, que se tornou uma oração, que fazemos na missa: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”!
A fé de João faz com que ele se coloque no seu lugar, “eu não sou o Messias”, eu batizo com água, porém Aquele, que é maior do que eu, batizará com água e no Espírito Santo.  O batismo de João era um mergulho purificador do pecado na correnteza das águas do Jordão, uma proposta de mudança de vida para melhor, cheia de esperança. O batismo de Jesus é um mergulho no Espírito Santo, é um encharcar-se no Espírito Santo vivificador, que nos leva a amar Deus e os irmãos. Que nos leva a seguir a Palavra de Deus e anunciar Jesus a todos. Que nos leva a batalhar pela situação de vida e combater a situação de morte.
O Espírito Santo é o Espírito da Verdade, nos faz conhecer, amar Jesus e testemunhar que Jesus é Deus, com o Pai e o Espírito Santo. Se amamos e seguimos Jesus é porque o Espírito Santo nos conduziu para isso. Quem nos santifica é Cristo porque nos mergulha no Espírito Santo, e esse nos leva a buscarmos a santidade. Assim vamos realizar o que Jesus nos pede: “Sede santos como o vosso Pai do céu é Santo”! O Filho de Deus, Jesus, pelo seu Espírito, santifica todos os que creem e seguem sua Palavra.
Podemos nos perguntar: Eu caminho na santidade? Como vivo a experiência do perdão? Eu percebo o Espírito da vida, da Verdade, do Amor, da Santidade agindo em mim e na minha comunidade? Toda vez que perdoo e peço perdão com o coração sincero e contrito, estou caminhando para a santidade.
Vamos olhar o mundo e a vida com os olhos de Deus. Vamos viver a nossa vida cristã coerente com os nossos compromissos de contínua conversão e de testemunho de nossa fé, missão recebida no nosso batismo. Assim, como João Batista, nós reconheceremos e acolheremos Jesus, o Filho de Deus, nosso Salvador.  

Abraços em Cristo!!!
Maria de Lourdes






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