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segunda-feira, 13 de janeiro de 2020

2o Domingo do Tempo Comum-Jorge Lorente


Evangelhos Dominicais Comentados
19/janeiro/2020 – 2o Domingo do Tempo Comum
Evangelho: (Jo 1, 29-34)
 No dia seguinte, João viu Jesus aproximar-se e disse: “Eis o Cordeiro de Deus  que tira o pecado do mundo. É este de quem eu disse: depois de mim vem alguém que passou adiante de mim, porque existia antes de mim. Eu não o conhecia, mas se vim batizar com água, é para que ele se torne conhecido em Israel”. E João deu testemunho, dizendo: “Eu vi o Espírito descer do céu em forma de pomba e permanecer sobre ele. Eu não o conhecia, mas quem me enviou para batizar com água me disse: ‘Aquele sobre quem vires descer o Espírito e permanecer, esse é que batiza no Espírito Santo’. Eu vi e dou testemunho de que este é o Filho de Deus”.
 No Evangelho de hoje João apresenta Jesus ao povo dizendo: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”.
 A figura do cordeiro é muito representativa e, em tudo, Jesus se assemelha a ele. O cordeiro é a própria imagem de candura e mansidão. No templo, os judeus sacrificavam um cordeiro e o ofereciam a Deus como forma de purificação de seus pecados.
 No Egito, quando os israelitas foram libertos da escravidão, todas as famílias tinham sacrificado um cordeiro e, com seu sangue, marcaram suas portas. Os marcados com o sangue do cordeiro, foram salvos do extermínio.
 Jesus manso e humilde é o cordeiro imolado e sacrificado. Ao apresentar Jesus como Cordeiro, João confirma que Jesus veio para dar a sua vida. Como o cordeiro imolado no Egito, o Sangue de Jesus livra a humanidade do extermínio, liberta os homens do pecado e de todo mal que leva à morte.
 João Batista compara Jesus ao Cordeiro. Dessa forma, João usou o comparativo que, muito antes, o Profeta Isaías já havia utilizado, quando anunciou a vinda do Messias, e o denominou de Cordeiro (Is 53,7). Isaías compara o Messias a um manso cordeiro que, ao ser levado para o matadouro, suporta tudo calado, sem abrir a boca, como a ovelha que não se rebela diante do tosquiador.
 Os judeus acreditavam que o Messias seria um poderoso rei, com um grande exército de homens armados, capaz de destruir o inimigo e libertar seu povo do poder dos romanos. No entanto, ao proclamar Jesus como cordeiro, João afirma que Jesus é bem diferente daquilo que imaginavam.
 Esse rei é poderoso sim, porém não impõe sua autoridade e tem no amor sua única arma. Em parte estavam certos aqueles que esperavam a vinda de um Messias destruidor, pois Jesus destruiu o maior inimigo da humanidade; Jesus destruiu, eliminou para sempre a morte. Só morre quem se afasta do Cordeiro.
 Jesus leva até o fim o Projeto de Salvação do Pai. Com seu sacrifício na cruz, torna-se o verdadeiro Cordeiro Pascal que entrega seu Corpo e sua própria vida. O Sangue do Cordeiro é a marca que preserva a vida, seu sacrifício traz luz, salvação e paz para a humanidade.
 É importante notar neste evangelho que João Batista, o Precursor, aquele que passou toda a sua vida jejuando, orando, batizando, preparando o povo e aplainando caminhos para a chegada do Messias, por duas vezes diz que não conhecia Jesus. Agora, porém, seus olhos se abrem e fala com convicção que ali está o Filho de Deus, aquele que batiza com o Espírito Santo.
 A sinceridade de João deve servir para nossa reflexão de hoje. É impossível testemunhar Jesus sem conhecê-lo. O evangelizador que não conhece Jesus acha que Ele está preocupado com as aparências, com o tamanho da sala de catequese, com a qualidade dos instrumentos musicais, com o aparelho de som da igreja e com aquele mundo de supérfluos considerados “indispensáveis” para evangelizar.
 Humildade e mansidão são as marcas do Cordeiro. Essa humildade tem que estar presente em todos os locais, principalmente na comunidade da Igreja. Quem quiser colaborar para tirar o pecado do mundo, deve abrir os olhos para reconhecer Jesus, renunciar a si mesmo, tomar a sua cruz e segui-lo.


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