24- Terça - Evangelho
- Lc 21,5-11
Não
ficará pedra sobre pedra.
Este
Evangelho conta que, aproveitando alguns comentários sobre a beleza do Templo
de Jerusalém, Jesus lembra que este Templo será destruído: “Vós admirais estas
coisas? Dias virão em que não ficará pedra sobre pedra”. De fato, trinta anos
após este discurso, o exército romano invadiu Jerusalém e destruiu
completamente o Templo. O Templo será destruído porque não aceitou o enviado de
Deus, o Messias.
Mas
o sentido que Jesus quis dar vai além do Templo; atinge tudo o que pertence a
este mundo. Tudo o que é da terra é passageiro. Não podemos nos apegar demais
às coisas deste mundo, dando valor absoluto ao que é relativo, ou considerando
definitivo o que é provisório. Quanta imprudência cometemos por nos esquecermos
de que esta vida passa!
“Mas
não será logo o fim.” Jesus quer dizer também que a destruição de Jerusalém e
do Templo não será ainda o fim dos tempos. Isso porque muitos judeus associavam
a destruição da Cidade Santa e principalmente do Templo, com o fim dos tempos.
A vida vai continuar, diz ele, e os seus discípulos ainda deverão continuar
cumprindo a sua missão, sem perder a esperança. A nossa esperança deve ser
ilimitada e humilde. Não vamos marcar tempo para Deus agir, nem determinar o
modo para ele agir. Ele sabe melhor que nós o momento certo de interferir na
História humana e como fazer isso.
A
aparente demora de Deus não significa que ele está nos abandonando. Pelo
contrário, é sinal de paciência dele, esperando a nossa conversão. Ele espera
que a humanidade vá amadurecendo, ao enfrentar problemas cada vez mais
complexos.
“Quando
ouvirdes falar em guerras e revoluções.” As guerras e a destruição da natureza
são uma herança do pecado, e não sinal do fim dos tempos.
“Não
fiqueis apavorados.” No fundo, o que Jesus quis com esse discurso foi dar-nos
paz, em meio às turbulências do mundo.
“Cuidado
para não serdes enganados.” Em meio às crises, sempre surgem falsos profetas
dizendo: “Sou eu”, ou: “O tempo está próximo”. Jesus alerta: “Não sigais essa
gente!” antes do ano 2000, havia os milenaristas que diziam: “De um passará,
mas dois não chegará”. Depois que isso não aconteceu, sempre surgem adventistas
que querem marcar datas para o fim dos tempos.
O
Templo de Jerusalém, na sua primeira construção feita pelo rei Salomão, tinha
colunas de alabastro, firmes como o granito, mas tão transparentes em sua
pureza que a própria luz lhes transpassava. Algumas dessas colunas foram
transportadas para a Itália e estão hoje na catedral de S. Marcos, em Veneza.
“Vós,
como pedras vivas, formai um edifício espiritual, um sacerdócio santo, a fim de
oferecerdes sacrifícios espirituais agradáveis a Deus” (1Pd 2,5). Que nós
sejamos como aqueles colunas de alabastro, sustentando a nossa família e a
nossa Comunidade cristã. Que sejamos fortes na fé, alegres na esperança,
dinâmicos no amor e transparentes na verdade.
Maria
Santíssima é, entre os santos, como uma pedra de brilhante. Ela nunca deu
ouvido a falsos profetas, pois conhecia profundamente a Lei de Deus e a seguia.
Mãe de Jesus e nossa, rogai por nós!
Não
ficará pedra sobre pedra.
Padre
Queiroz
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