4 de Dezembro de
2015
O local geográfico do episódio não é citado. Alguns estudiosos das sagradas escrituras o situam em Cafarnaum, em vista de estar, em Mateus, logo a seguir à ressurreição da filha de Jairo, e se dividem quanto à “casa” a que se refere o narrador, que diz apenas “entrando em casa”. Todavia, supõe-se, que seja na casa de Pedro, ou então na de Mateus. Ou ainda que Jesus alugara um apartamento para si, independente, para ter a liberdade de movimento indispensável a um ministério como o seu. E essa dedução é feita porque em Mat. 8:14 é dito “foi à casa de Pedro”, e em Mat. 13:1 “saiu de casa” ou “voltou a casa” (Mat. 13:36 e 17:25). Logo é a “sua casa”. Não cremos haja Jesus abandonado a casa de Pedro, nem para trocá-la por uma mais rica (a de Mateus), nem para uma casa própria, onde teria o problema de quem lhe cuidasse das coisas, o que não faltava, com todo o amor, na casa de Pedro, com as esposas dele e de André, suas filhas e a própria sogra de Pedro, que fora curada por Jesus.
Pela
cronologia geralmente aceita, a cura foi efetuada na Transjordânia, em sua
estada depois da Festa da Dedicação.
Jesus passou os seus três anos de vida pública
pregando o Reino do Pai e operando milagres em benefício daquele povo que
sofria muito, por pertencer a uma classe desprivilegiada, muito pobre e
excluída, por isso, do convívio e costumes dos escribas e fariseus,
descendentes do povo que Moisés (enviado por Deus), tirou da escravidão que
viviam no Egito por 400 anos, para levá-los à terra prometida e que acabaram,
depois de tantas alianças propostas por Deus, vivendo como pagãos. Por isso
Jesus veio, como extremo recurso, para salvar aquele povo de “cabeça dura” e,
nas suas andanças, Jesus não foi aceito no meio daquela gente que até hoje
espera pelo Messias, pelo Salvador que já veio. Eles
achavam que o salvador deveria ser um grande, forte e poderoso homem, que
chegaria montado num belo cavalo e que seria para eles o salvador que Javé
havia prometido aos seus antepassados, os quais viviam dentro de esquemas
cheios de leis, mais de 5000. Leis impostas aos pobres que não
faziam parte do convívio com os ricos, senhores e doutores das leis, que os
exploravam, massacravam, desprezavam e nem eram dignos de terem algum contato
com eles.
Um
dia, Jesus passava pelas ruas e em determinado local passa por dois cegos, à
beira do caminho, que gritam chamando-lhe a atenção. Os cegos acompanham Jesus
“que vai saindo de lá”, e vão “gritando”, como são sempre apresentados os cegos
nos Evangelhos. O título “Filho de David” designava o Messias (cfs. Salmo
17:23, etc) e já fora empregado pela Cananéia. Não é plausível que eles
soubessem que se tratava do Messias. Mais viável que, desejando um favor,
atribuíssem interessadamente, um título que honrava a pessoa: bem David. É mais
da psicologia humana, não só daquele tempo, como de hoje: elogiar aquele de
quem esperamos um favor.
Jesus
primeiro pergunta se eles acreditam que Ele tenha a força de fazer isso. A
resposta é singela: “Sim, Senhor”, “meu senhor”. Em resposta, Jesus lhes diz:
“faça-se a vós segundo a vossa crença”, e lhes toca os olhos, recuperando eles
imediatamente a visão. Depois adverte-os, que ninguém saiba. Mas bastava olharem
para eles, para verificar que haviam recuperado a visão, e eles tornam Jesus
conhecido em toda a região.
Jesus chega até eles e lhes pergunta:- “Que
quereis que vos faça?” – “Que enxerguemos, Senhor! Tende piedade de nós!” Jesus
coloca os dedos em seus olhos e diz: “Então, que vejam!” E ficaram ambos
curados. Saíram gritando e glorificando a Deus pela graça recebida, por toda
aquela região. Daí, Jesus, com as Suas pregações e o Seu amor, começa a mudar a
vida de muita gente que passa a segui-lo como discípulos; passando da apatia
que os dominava, para a certeza em suas esperanças revividas por aquele homem
que lhes falava ao coração e lhes trazia a alegria do Senhor. Abriu-lhes os
olhos para a realidade das promessas feitas por Deus aos seus antepassados; que
começava a ser cumprida ali, em cada encontro. Abriu os olhos a todos que a Ele
se achegaram: os olhos do coração, os olhos da decência, os olhos da bondade,
os olhos da partilha, os olhos do perdão, da mesma forma que fez aos olhos dos
cegos. O povo que O ouvia foi crescendo, crescendo, que mesmo
Ele sendo crucificado todos assumiram o seu lugar na Sua vida. E, passado todo
aquele tempo da missão de Jesus, todos enxergaram limpidamente, com exceção dos
que foram responsáveis por sua morte e, que até hoje esperam o Messias,
que já veio, chama-se Jesus e vive no meio de nós, pelo seu Espírito Santo que
Ele nos deixou como advogado e defensor. Por isso, todos os dias e a cada
Natal, nós, cristãos, fazemos memória e trazemos Jesus à terra, para lhe demonstrarmos
que O amamos, na comemoração do Seu nascimento, apesar de sermos fracos,
pequenos, mas lutadores e perseverantes para chegarmos até o fim, para
recebermos, através da Sua extrema Misericórdia, o lugar no céu, que Ele
prometeu a todos que vivessem os Seus ensinamentos.
Pai,
cura-me da cegueira que me impede de reconhecer a presença de tua salvação na
minha vida, realizada pela ação misericordiosa de teu Filho Jesus.
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