23-Segunda- Evangelho - Lc 21,1-4
Hoje, aprendemos de Jesus, o verdadeiro valor das coisas materiais. Parado à porta do Templo, Jesus observava o comportamento das pessoas que chegavam para participarem do culto. Perto de Jesus estava uma caixa para a coleta das ofertas que serviriam para a manutenção do Templo e, para socorrer os que estivessem necessitados. Ali, cada um colocava a sua contribuição livremente, de acordo com a sua vontade. Percebeu então Jesus, que muitos ricos depositaram boas quantias e que os pobres também contribuíam. E, uma viúva pobre, por fim, aproxima-se do cofre e deposita duas únicas moedinhas que tinha em sua bolsa. Jesus, após o culto, chama os seus apóstolos e lhes diz : Em verdade vos digo, que esta viúva pobre depositou muito mais do que todos os outros juntos pois, todos deram das sobras que sempre têm, mas ela, deu tudo o que tinha, todo o seu sustento.
Desta lição concluímos que a doação tem que
representar, verdadeiramente, a vontade do nosso coração. Às vezes, sentimos
muito quando presenciamos certas cenas que nos chocam, devido ao tamanho do
sofrimento que um irmão nosso possa estar passando. Em vários locais que
frequentamos, não estamos livres de presenciar a
dor e o sofrimento que deprimem e sufocam pessoas como nós. Porém, pelas
adversidades da vida, o que presenciamos dói muito na carne e no espírito
daqueles sofredores.
Ficamos
horrorizados, condoídos e compadecidos, chegando até mesmo às lágrimas. A
maioria, enxugando os olhos e limpando a garganta, sai abatida e com muita dor
no coração, porque mesmo não estando naquele estado, leva uma vida muito
apertada, com muita luta e coragem, conseguindo sobreviver e mesmo tendo pouco
recurso sempre são os que mais ajudam. Mas a minoria, privilegiada, ignora
aqueles sofredores e até lastimam aquele quadro que enfeia a sua cidade; que
mancha o bom nome que ela tem, mas com raras exceções, procuram ajudar àqueles
desfavorecidos, mesmo tendo dinheiro e posição social que pode lhes dar
condições de acionar as autoridades, para conseguir mudar o tratamento destinado
àqueles que nada têm. Gastam, gastam, gastam, mas não gostam de partilhar.
Por isso Jesus fala que os ricos deram do que
lhes sobrava. Isso não é dar com amor; é preciso partilhar. Não basta ter dó;
não basta ter pena; não basta chorarmos compadecidos;
como muitos fazem nos velórios quando abraçam e deixam uma mensagem
para os parentes e, depois, falam mal dos defuntos, comentando sobre a sua
vida. Isso não muda nada na vida dos que sofrem as marcas
de um esquema social que os coloca à margem dos planos dos que dirigem esta e
outras nações que têm os mesmos problemas no mundo inteiro. Com auxílio
material, com boa vontade de os ouvirmos e falarmos com carinho e muito amor
cristão, alguma coisa sempre se pode fazer. É preciso partilhar o Deus que trazemos
dentro de nós com aqueles que encontramos nas esquinas da vida.
Que
triste alguém que vem à casa do Senhor e tem a sua oferta rejeitada, porque com
Deus não se pode barganhar, ou se oferece a oferta, a adoração de coração, com
a vida ligada a Ele ou então melhor que nem ofereça.
O
que essas pessoas não entendem é que Deus nunca precisou e nem precisa de
recursos puramente humanos para levar a sua palavra, para levar a sua Igreja
por esta terra em nossa era, mas o que Ele sempre procurou e procura ainda
hoje, são os verdadeiros adoradores que o adorem em espírito e em verdade, Ele
sempre procurou corações abertos que não se rendam às coisas desse mundo, mais
que se dediquem a Ele em todos os momentos de sua vida. O Senhor nunca se
preocupou com a quantidade da oferta, mas sim com a qualidade dessa. Era só
aquilo que a viúva tinha, e foi para essa oferta que Deus atentou. O que é que
nós temos para oferecer ao Senhor? Ofereçamos de todo o coração, para que possa
chegar a nossa oferta em odor suave diante do nosso Deus!
Pai,
dá-me um coração de pobre capaz de partilhar até do que me é necessário, porque
confio totalmente no teu amor providente.
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