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segunda-feira, 16 de novembro de 2015

AS DEZ MOEDAS DE OURO - Canção Nova

18- Quarta - Evangelho - Lc 19,11-28

A parábola dos talentos, apesar das semelhanças, não deverá ser a mesma das minas, ainda que alguns pensem que sim, pois Jesus podia ter contado duas parábolas semelhantes, embora com o mesmo fim didático. Esta parábola ensina principalmente a necessidade de corresponder à graça de uma maneira esforçada, exigente, constante, durante toda a vida. Temos de fazer render todos os dons da natureza e da graça, recebidos do Senhor. O importante não é o número dos talentos recebidos, mas sim a generosidade em fazê-los frutificar.

Não se trata propriamente de uma moeda, mas de uma unidade monetária, cujo valor ignoramos ao certo, por variável que era então, mas que ronda pelos 36 quilos de prata. O texto sugere refletirmos sobre três pontos fundamentais que são:
1. O segredo da felicidade. Todos suspiramos pela felicidade, todos queremos ser felizes. Todavia, é preciso não termos ilusões. A felicidade não se recebe de “mão-beijada”. Ela conquista-se com o esforço, o trabalho e o sacrifício. O segredo da felicidade está na fidelidade aos nossos deveres em relação a Deus e aos outros. Ser fiel no dever de cada dia; fiel em pequenos gestos de caridade com o próximo; fiel no compromisso de piedade, de amor para com Jesus na Eucaristia; fiel na preocupação de tornar a vida agradável aos outros; sorrindo, servindo e ensinando. Não é indiferente ser ou não ser fiel: ditoso o que teme o Senhor e segue o seu caminho, diz o salmista.
Não há felicidade sem fidelidade. As leituras da missa de hoje colocam diante de nós o exemplo da mulher virtuosa que põe todo o seu esforço ao serviço do bem estar da família, do aconchego do lar. E, no Evangelho, o exemplo dos criados que puseram a render os talentos que o patrão lhes confiou. S. Paulo, por sua vez, convida-nos a sermos vigilantes e sóbrios em tudo: no falar e no comer; no vestir e no andar; na maneira de encarar os acontecimentos com otimismo e não com pessimismo e desespero.
2. Os pecados de omissão. O Evangelho nos diz que o patrão daqueles criados, passado muito tempo, foi ajustar contas com eles. Enquanto que o primeiro e o segundo puseram a render os talentos recebidos, o terceiro, deixando-se levar pela preguiça, nada fez. Daí, ouviu a censura condenatória do seu patrão: servo mau e preguiçoso.
Aqui temos retratado o pecado de omissão. Aquele servo não perdeu o talento recebido. Teve até o cuidado de o esconder, mas assim o tornou improdutivo.
O servo preguiçoso é imagem viva do cristão que, quando é chamado à uma vida de piedade mas intensa; comprometer-se na tarefa do apostolado; a aliviar o peso da pobreza, do sofrimento de quem o rodeia, se esquiva. E tranquiliza a sua consciência dizendo: eu não sou mau, não trato mal ninguém, nem prejudico quem quer que seja. Quem fala assim não repara que também existem omissões graves, coisas que se deviam ter feito ou dito, não se fizeram nem se disseram. Na comunicação social quantos pecados de omissão nesta área, lembra o Senhor Arcebispo Primaz: há momentos para elogiar e ocasiões para, sem condenar ninguém, mostrar a nossa discordância. Lembro os que apoiam publicamente o aborto e outros atos graves contra a vida, a justiça e a paz.
3. O verdadeiro descanso. O comportamento dos servos não foi igual. Para o primeiro e o segundo o resultado foi 100% mais; para o terceiro foi 100% negativo. Cada um recebeu seus talentos para os pôr a render sempre que pode fazer algo. E, desta forma, eu não posso cruzar os braços. Certamente que não resolvo tudo. Faço o que posso. Portanto, dê você também o seu 100% e descansará, tomará posse do que está reservado para aqueles que em vida deram o seu 100%
O Evangelho estabelece um laço constante entre os pecados de omissão e o inferno. Três textos se referem ao caso: a parábola dos talentos que acabamos de ouvir: Lançai-os às trevas de lá de fora. Na parábola do rico avarento (Lc. 16, 10): Morreu e foi sepultado no abismo. No capítulo 25, 11 de São Mateus: Afastai-vos de mim malditos para o fogo eterno.
Eu, no meu lar, no lugar de trabalho, nas minhas relações sociais, na minha Paróquia, faço frutificar os talentos de inteligência, de saúde, de simpatia, de possibilidades econômicas, ou enterro tudo isso no despejo da preguiça? Procuro trabalhar na defesa dos valores: da vida, da verdade, da honra, do pudor, dos outros que precisam da minha ajuda? Mãos à obra! Você tem tudo para ser feliz, e repousar na alegria do seu Senhor, basta que ponha a render os seus talentos.
Pai, faça-me um discípulo fiel de Jesus, para quem deverei prestar contas do bom uso dos dons que me concedeu. Que eu seja prudente no meu agir.

 




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