Comentários Prof.Fernando*
PRIMEIRO DOMINGO da PREPARAÇÃO para o NATAL (Advento)
29 de novembro de 2015
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Refiro-me à sabedoria
dos bairros populares (...) que nasce de “uma obstinada resistência daquilo
que é autêntico” (Laudato si,112), de
valores evangélicos que a sociedade do bem-estar, entorpecida pelo consumo
desenfreado, parecia ter esquecido. Sois capazes de tecer ‘laços de pertença e
de convivência que transformam multidão em experiência comunitária, onde se
derrubam os muros do eu e se superam as barreiras do egoísmo’ (ibid.149). A cultura dos bairros
populares, (...) contribuição para o tempo em que vivemos, “tem
características muito positivas, que são uma contribuição para o tempo em que
vivemos, exprime-se em valores como a solidariedade, dar a vida pelo outro,
preferir o nascimento à morte, dar sepultura cristã aos seus mortos; oferecer
um lugar para os doentes na própria casa, partilhar o pão com o faminto (...),
a paciência e fortaleza nas adversidades”. Valores baseados nisto: cada ser humano
é mais importante do que o deus dinheiro. Obrigado por nos lembrar que há outro
tipo de cultura possível.
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Assim começou a saudação de Francisco em sua visita ao bairro
popular de Kangemi (Nairobi) no Quênia (27.11.2015). Como em outros discursos
ele retoma (citando frequentes vezes) as reflexões da Laudato si (a carta sobre o cuidado da casa comum, de 24.05.2015).
No dia anterior Francisco já havia retomado o tema em sua visita às Agências
que são sede da ONU no continene africano (UNON-United Nations Offices in
Nairobi), com trechos repetidos do Discurso
à Onu (25.9.2015) e do Discurso no II Encontro mundial dos movimentos
populares na Bolívia (9.7.2015) (viagem ao Estados Unidos em setembro e a
alguns países da América Latina-julho). Não
poderia haver melhor comentário à meditação de preparação (Advento, que começa
neste domingo 29 de novembro) para o Natal. Nem Francisco poderia deixar de
retomar as angústias que procupam toda a humanidade a poucos dias da Conferência internacional sobre o clima
(“Cop21”) onde quase 200 países debaterão a questão em Paris (30nov-11dez2015).
“seria triste e – atrevo-me a
dizer – até catastrófico se os interesses particulares prevalecessem sobre o
bem comum e chegasse a manipular as informações para proteger os seus projetos”.
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