Quarta Feira da 1ª Semana do Advento 02/12/2015
1ª Leitura Isaias 25, 6-10ª
Salmo 22 (23) 6cd “E habitarei na casa do Senhor, por longos dias”
Evangelho Mateus 15,29 – 37
Quando o “pouco” vira um banquete...
Para a gente pobre de Israel, que tomavam apenas uma refeição
principal ao dia, falar de um banquete era estimular o seu imaginário, é como
aquele Pai de família que tem um salário bem modesto, filhos pequenos e que faz
malabarismos para passar o mês. Quando tem diante de si alguma festa onde há
fartura de alimentos, ele e toda a família se alegram.
Na concepção judaica, Salvação era prosperidade de bens materiais e
alimentação farta para todos. Alguns profetas, entre eles Isaias, primeira
leitura de hoje, vivem aguçando o imaginário do povo, com a ideia de um Deus
que dará um grande banquete no alto de uma montanha, onde todos serão
convidados. Mas não é só isso, Deus vai acabar com a morte e a tristeza daquele
povo, acabando também com a sua desonra. No exílio tornou-se um povo
desamparado, causa de vergonha e humilhação que passavam. “Confiou no seu Deus,
que ele venha salvá-lo”, essas palavras sobre o povo, foram também ditas aos
pés da cruz, referindo-se a Jesus Crucificado, cuja derrota era iminente naquele
momento trágico.
Mateus neste evangelho mostra exatamente que em Jesus o tempo Novo
chegou, é o tempo de um Deus que se
compadece e cura todos os males, de um Deus que sacia a fome do seu povo. No
Reino Novo ninguém irá passar necessidades, ninguém terá sofrimento ou passará
fome.
É no alto de uma montanha que Jesus assenta-se e em seguida cura as
multidões que o procuram, formada por coxos, aleijados, cegos, mudos e outros
doentes. Em seguida Jesus manifesta compaixão pela fome do seu povo e de sete
pães e alguns peixinhos, faz um verdadeiro banquete. É o sonho do profeta
Isaias se realizando.
Na prática a liturgia nos mostra que a Salvação não é algo que só
vai chegar ao pós-morte, pois nosso Deus presente em Jesus está agindo
continuamente no meio do seu povo. A Vida Nova vem do Amor e o Amor de Deus
nunca é pouca coisa, mas fartura e exagero. Sacia a todos e ainda sobra 12
cestos. Por isso ninguém se iluda achando que Vida Nova que traz alegria sem
fim, provém do “muito” que o materialismo pode nos oferecer.
No Dom da Fé do nosso “pouco”, Deus sempre faz muito, como neste
evangelho, e essa é a lógica do seu Reino onde o “pouco” com Ele é muito, mas o
“muito” sem Ele é nada.
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