2º Domingo do Advento 05/12/2015
1ª Leitura Baruc 5, 1-9 -
Salmo 125 (126), 3 “Sim, o Senhor fez por nós grandes coisas;
ficamos exultantes de alegria”
2ª Leitura Filipenses 1, 4-6. 8-11
Evangelho Lucas 3, 1-6
"A VIDA NOVA QUE VEM DO
DESERTO"
Somos um povo acostumado a “mudanças” que só vem de cima para baixo,
governantes e legisladores é que deve preocupar-se com o que precisa ser mudado
“Eles ganham uma fortuna, fora o que roubam, justamente para pensar em mudanças
que melhorem a nossa vida” – comentou uma vizinha, bastante exaltada, sobre
esse tema. Este pensamento não é de todo errado, as pessoas não têm tempo para
nada, trabalho e estudo, correria do dia a dia, como é que vai ter tempo para
parar e refletir sobre a realidade política e econômica? “Essa cambada de
inúteis tem que fazer pelo menos isso, por isso que a gente os coloca lá” –
completou a vizinha.
Entretanto é um pensamento perigoso, porque
eles se tornam a nata pensante, e resto da população tem mais é que produzir.
Quando não temos tempo para pensar, ou achamos uma perda de tempo preocupar-se
com a política, economia e outras questões sociais, a classe política fica
super feliz, porque pensam,decidem e fazem mudanças, com a nossa total
aprovação. E assim somos constantemente manipulados na área econômica, nas
decisões políticas, e a maioria acha que está “tudo lindo e maravilhoso”.
Acontece que quando Deus interfere na
história, não segue essa lógica humana, pois Deus não concorda com essa
história, de que a possibilidade de mudar alguma coisa está unicamente nas mãos
dos que nos governam e legislam.
Deus não precisa pedir o aval das
instituições, mesmo as religiosas, para agir na história. Ele não desvia a sua
atenção da vida do povo um só momento, pois é no coração desse povo que ele faz
nascer a esperança e o desejo de mudança, por isso, governante e legislador que
é sábio, está sempre atento ao clamor que vem do coração do povo.
João Batista poderia ser um sacerdote, como seu
pai Zacarias, e viver tranqüilo, na instituição do templo, poderia acomodar-se
e até ser um bom sacerdote. Mas, tocado pelo Espírito de Deus, começou a
perceber que havia algo de errado na estrutura política, econômica, social e
religiosa daquele tempo, por isso foi viver no deserto, não para tornar-se um
alienado e empreender uma espécie de fuga, mas para fazer uma releitura da
história de Israel, resgatando valores morais que já se tinham perdido, na
relação entre as pessoas. Deus lhe dirige a sua palavra e João começa a falar
de mudanças, que não deverão vir de cima para baixo, mas sim de dentro para
fora, do fundo do coração, tocado pelo arrependimento sincero, pois ele sabe
que o coração do homem é o caminho mais fácil para Deus intervir na história.
Deserto é lugar de reflexão, de encontro e
experiência com Deus, foi na caminhada do deserto, que se formou o povo de
Deus, e o rio Jordão foi o último desafio a ser superado para entrarem na terra
das Promessas, onde corria leite e mel. Este caminho tortuoso que tem que ser
endireitado, este vale e montanha, qual barreira intransponível, está no
coração do homem, é aí que deve começar a mudança, e este desafio de mudar, vem
do agir de Deus, através do Espírito Santo, mas também supõe o esforço do
homem, e quando Deus e o homem se unem em um projeto, o milagre acontece.
Enquanto cristãos membros da Igreja, podemos
imitar o precursor João Batista, e ter dentro de nós esse deserto onde nos
encontramos com Deus, onde a sua Palavra nos é dirigida, mas isso é possível se
aceitarmos o desafio de derrubar toda e qualquer barreira existente em nosso
coração. Parece ser exatamente esse o grande convite da Liturgia nesse segundo
domingo do nosso advento.
Certamente que a organização de um povo, em
torno de um ideal humano que busque a justiça, a igualdade e a fraternidade, na
relação com o outro, e mesmo entre as nações, é válido e deve merecer o apoio e
o incentivo de todos os cristãos e homens de bem, entretanto, o cristão deve
ter bem claro que o Reino que Jesus plantou em meio a humanidade, tem os seus
próprios valores e princípios, e não precisa jamais de qualquer ideologia
humana, para realizá-lo.
Portanto, conversão é algo pessoal, eu permito
que a força da graça de Deus, aplaine o meu coração, endireite os caminhos
tortuosos, preencha o vazio de tanto egoísmo, que me impede de olhar para o
outro, que derrube por terra a montanha da indiferença, que me separa das
pessoas. E acima de tudo, ter sempre a consciência de essa mudança é dom de
Deus, e obra iniciada pela Salvação que Cristo nos trouxe, e que um dia, ele
próprio a conduzirá á perfeição. Não esperemos muito das nossas instituições,
elas só serão transformadas, quando as pessoas mudarem, e isso só ocorrerá
quando eu me converter. Caso contrário, o cristianismo continuará a ser para
muitos uma grande ilusão...
Olá Pe José da Cruz!
ResponderExcluirÉ prazeroso viajar nas simplicidades especiais, focando a Palavra de Deus. Atingir a todas as pessoas da maneira que o irmão consegue. É realmente presente de Deus. É difícil atingir está elevação simples e ao mesmo tempo tão clara das coisas do alto, ser capaz de chegar ao nosso conhecimento tão especial. Agradeço pela parte que me tocou. Parabéns!
Eva Helena
Olá Pe José da Cruz!
ResponderExcluirÉ prazeroso viajar nas simplicidades especiais, focando a Palavra de Deus. Atingir a todas as pessoas da maneira que o irmão consegue. É realmente presente de Deus. É difícil atingir está elevação simples e ao mesmo tempo tão clara das coisas do alto, ser capaz de chegar ao nosso conhecimento tão especial. Agradeço pela parte que me tocou. Parabéns!
Eva Helena