STA DE PENTECOSTES DOMINGO
24/05/2015
1ª Leitura Atos 2, 1-11
Salmo 103/104 “Se enviais, porém, o
vosso sopro, eles revivem e renovais a face da terra”
2ª Leitura 1 Cor 12, 3b – 7 . 12-13
Evangelho João 20, 19-23
"RENASCIDOS NO ESPÍRITO"
Quando se capricha na reforma de
uma casa antiga, mudando totalmente sua fachada, costuma se dizer que ela ficou
como nova, a esse respeito, lembro-me também do tempo em que a compra de um
sapato novo era onerosa e a gente optava por levar o velho ao sapateiro, que
colocava meia sola, passava uma tinta, dava um brilho e quando ia buscar, era
como se fosse um sapato novo, e um último exemplo, um dos carros que tive foi
uma Brasília, que em certa ocasião , mandei fazer uma reforma caprichada e ao
sair com ela da oficina, dizia orgulhoso que ficou “novinha” em folha. Nesses
três casos, a palavra NOVA é apenas força de expressão, pois a casa, o sapato e
a Brasília, continuaram velhos, apenas com aparência de novos. O que o Espírito
de Deus realiza em nós, não é uma reforma de fachada, não somos uma casa velha
reformada, mas nele somos recriados, renascidos e renovados, passando a ser
realmente novas criaturas., porque estamos em Cristo (1 Cor 5, 17-21).
Quando o homem toma conhecimento
dessa verdade, fica confuso como Nicodemos, que perguntou a Jesus como é que
podia um homem, sendo já velho, nascer de novo,e se era necessário entrar
novamente no útero materno. Nas leituras da missa da vigília, e do domingo de
Pentecostes descobrimos que esse renascimento e essa renovação não dependem do
homem, mas é iniciativa de Deus. Quando celebramos Pentecostes estamos na
verdade celebrando o renascimento de todo gênero humano, a renovação de toda
humanidade, onde o homem, consciente e crente desta renovação, se une a seu
Deus e aos irmãos em comunhão perfeita, na Igreja, que é o Povo da Nova
Aliança, a Assembléia ou a reunião dos que crêm e vivem segundo o Espírito,
vivenciando um amor que se traduz em serviço, impelido pelos carismas.
Igreja não é um grupo fechado e
particular que têm exclusividade sobre o Espírito Santo, monopolizando seus
dons e carismas, o Espírito é derramado sobre todos e não canalizado para
alguns em particular como pensam algumas correntes religiosas. Todos os textos
que ilustram essa Festa de Pentecostes, da missa da Vigília e da própria Festa,
não deixam margem para dúvidas a esse respeito. “Derramarei o meu Espírito
sobre todo ser humano” – (Joel 3, 1) “todos ficaram cheios do Espírito Santo e
começaram a falar em outras línguas, conforme o espírito os inspirava. Moravam
em Jerusalém, judeus devotos de todas as nações do mundo, quando ouviram o
barulho, juntaram-se á multidão e cada um os ouvia falarem em sua própria
língua” (Atos 2, 4-5) Através do seu Espírito que é único, Deus se comunica com
todos os homens no pluralismo de valores, de culturas e religiões, em uma única
linguagem!
No espírito descobrimos que somos
todos iguais embora queiramos parecer diferentes. Se atendêssemos aos apelos do
Espírito, derrubaríamos por terra todas as barreiras que nos separam e homens
de todas as nações, culturas e religiões, iriam se dar às mãos e em uma única
voz cantariam um único louvor, ao único e verdadeiro Deus, reunidos em uma
única Igreja que já não seria mais este ou aquele templo, esta ou aquela
denominação religiosa, mas sim as entranhas do homem. Eis aí algo esplendido
que Pentecostes nos revela: nascemos de novo e nos renovamos porque Deus em seu
Espírito Santo, entra em nós. “Nossos ossos estavam secos, nossa esperança havia
acabado , texto que em Ezequiel 17, mostra não só a situação de um povo, que
tinha perdido a sua identidade de povo de Deus, mas da própria humanidade, que
sem Deus não consegue sonhar, ou esperar nada de bom, mas só tem pesadelos, e
neste mesmo texto vemos a maravilhosa profecia “Porei em vós o meu Espírito
para que vivais... e os anciãos voltarão a sonhar, e os jovens profetizarão”
isso significa que todos, jovens e velhos poderão esperar algo novo, uma nova e
feliz realidade.
Essa possibilidade se concretizou
ao anoitecer daquele dia, no Pentecostes Joanino, quando Jesus soprou sobre a
comunidade dos discípulos, concedendo-lhes o dom da paz e o seu próprio
Espírito. Precisamente ali surgiu a nova humanidade, em uma Igreja que na força
do Espírito Santo perdeu o medo, abriu suas portas que estavam fechadas e saiu
em missão para anunciar a todos os homens essa verdade, que o Espírito do
Senhor nos renovou, que em todos os homens, a graça é maior e mais abundante
que o pecado. E quando todo homem olhar para dentro de si e tomar consciência
dessa verdade, de que é uma Igreja ambulante porque o Senhor habita nele em
Espírito, então passará a produzir os frutos doces e saborosos da caridade,
alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, lealdade e mansidão. Você já
fez essa experiência? Diácono José da
Cruz – Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim SP – E-mail cruzsm@uol.com.br)
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