Comentários Prof.Fernando* As 3 Pessoas – 31
de maio de 2015
Pela PALAVRA de DEUS os céus foram
feitos, pelo SOPRO de sua boca todo o exército de estrelas
Ele pousa o olhar sobre os que o respeitam
(os que têm fé e esperança no seu amor)
para da morte livrar suas VIDAs e preservá-las
em tempos de FOME (cf.salmo33)
Parece uma aritmética
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Uma data levanta novamente perguntas e a nossa perplexidade diante da
“Santíssima Trindade”. Parece aritmética, quase feita de unidades, dezenas ou
milhares... Falamos em Unidade e Trindade!! De fato é tema muito complexo e nosso entendimento é pequeno. Lembrando o Salmo 33 em epígrafe: de fato
temos fome (não só de comida, mas de conhecimento). A humanidade investiga há
séculos busca entender o que ainda não compreende (como “o exército das
estrelas” – salmo 33 e as galáxias, e os cometas. Procuramos termos, conceitos,
teorias e equações matemáticas que nos façam mais próximos da realidade. Desde
o oceano do macrocosmo que nos envolve ao microcosmo dos vírus e células onde se
agarra ou se consome a vida. Mistério maior ainda é o ser humano.
·
Recentemente o telescópio espacial Hubble (e outras
naves) trouxe mais coisas que nos informam e nos questionam e, ao mesmo tempo,
nas apresentam imagens deslumbrantes de formas e cores nunca vistas pelo olho
humano. Enquanto isso, na terra, tivemos uma fantástica aceleração de ciência e
tecnologia. Física, biologia, eletricidade, eletrônica, química, computadores,
etc. Simultaneamente tamanho conhecimento amplia ainda mais as fronteiras do que
ainda não descobrimos (haverá vida em outros planetas? A biotecnologia
reconstruirá órgãos humanos?). Na escola e na universidade, para estudantes e
cientistas, e também na sala em frente à televisão ou nas revistas todo mundo ao
menos já ouviu falar em novos termos de nosso vocabulário quotidiano, mesmo se nem
sempre bem compreendidos: anos-luz, matéria, antimatéria, galáxias, buracos
negros, DNA, engenharia genética, robôs, chips, computação gráfica, internet,
clonagem, nanotecnologias, smartphones, e muitos outros.
Pessoas e pessoa
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Nós nos acostumamos com muitos conceitos e
fenômenos no dia a dia, mesmo sem saber como funcionam essas maravilhas da
técnica. E ainda há tanta coisa para descobrir na medicina, na ecologia, na
vida social e econômica. Como, então, podemos estranhar o fato de não
compreendermos QUEM é Deus e qual sua natureza? Façamos uma comparação. Dizem
que temos hoje mais celulares do que habitantes no país e que as redes
telefônicas e outras cobrem toda a terra. Mesmo que os usuários sejam simples e
até analfabetos. Assim também acontece com certas interrogações nossas sobre
Deus. Mesmo sem poder compreender QUEM é Deus, sabemos COMO é Deus.
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Ele é comunhão. “Três” tão unidos e queridos, tão
íntimos (“circulando” um dentro do outro, por assim dizer) tão ligados que
“formam” Um que é Infinito (mais infinito que o infinito matemático). Nossa
linguagem lhe dá o nome de “Deus”. A Trindade é o rosto de Deus revelado a nós
(J.Vitório), quer dizer: essa comunhão se dá entre três ... “Pessoas”, termo
inventado por nossa linguagem humana. “PESSOA” foi um termo criado depois de muita
discussão na teologia cristã. Essa discussão aconteceu muito tempo depois das extraordinárias
reflexões dos gregos. Mas eles não chegaram lá. Os gregos inventaram a “filosofia”
desde Sócrates e foram mais rápidos e avançados que egípcios, babilônios e
chineses. Foram criadores das bases da ciência, desde os pré-socráticos até a
extraordinária astronomia de Anaximandro de Mileto (séc.6º a.C.) e as pesquisas
de Hipócrates, Aristóteles, e outros.
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Pessoa foi um conceito historicamente
elaborado no contexto da procura pelo entendimento da Trindade. Procurava-se uma linguagem apropriada para falar da Trindade.
De certa forma podemos dizer que os direitos humanos (Declaração das nações
unidas, 1948) já foi o resultado final de séculos de aprofundamento sobre o ser
humano, depois que começo a ser entendido a partir da noção de Pessoa. Hoje temos
uma convicção “universal” sobre esses direitos inalienáveis e intocáveis (isto
é, que nenhuma cultura, religião, estado, governo, poderes ou ditaduras poderiam
destruir). É verdade que a Declaração de 1948 nasceu sob o impacto da 2ª guerra
mundial (1939-45 ainda recente o término da 1ª – 1914-18). Ainda que
“provocada” pelos horrores de duas guerras tecnológicas (desde a 1ª guerra
multiplicou-se a morte para milhões com a construção de aviões, tanques e novas
invenções). Mas anterior à “descoberta” de 1948, a busca pela dignidade da
Pessoa teve uma longa pré-história.
Progresso da autorevelação divina
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Tomemos só o exemplo da Bíblia formada dentro de um
pequeno povo do oriente médio que nunca foi tão poderoso como os impérios do
Egito ou da Babilônia. A Bíblia é, como diz o nome, uma coleção de muitos bíblioi, isto é, livros. Eles foram escritos
em diversas épocas transmitindo convicções vividas por muitas gerações, dede as
antigas tribos ancestrais dos hebreus e judeus. Essa “Revelação” veio dos
hebreus e seus antepassados (Abraão e outros). Passou pela promulgação do
famoso Decálogo (Moisés tornou-se mais universal que o código de Hamurabi).
Depois do êxodo e do Sinai, vieram Juízes, Reis, guerras e exílios, decadências
e renascenças. O último grande movimento antes dos tempos de Cristo foi o
Profetismo. Os Profetas repetiram à exaustão suas críticas e oráculos, gritando
contra a injustiça humana (desprezar os mais fracos da sociedade) e proclamando
uma esperança na misericórdia divina – modelo para o comportamento ético. Na
palavra e nos gestos de um judeu há dois mil anos vemos o rosto do único que realizou
plenamente a vocação humana, sem falhas nem pecado. É nesse rosto humano que o
Credo cristão reconhece o rosto de Deus, como dizia o apóstolo Paulo, um judeu que
tinha dupla cidadania no império romano e que descobriu e propagou, como um dos
fundadores-apóstolos, o Cristianismo.
Deus na “Carne” e a vocação humana
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Todo ser humano é convidado a ser mergulhado (batizado):
em nome do Pai, do Filho e do Espírito, conforme relembrado nos domingos
anteriores e também na leitura do evangelho de hoje: ide, fazei discípulos meus todos os povos – batizando e ensinando (a
seguir o mandamento que deixei). Ao batizado no nome da Trindade, o modo de ser
de Deus lhe é apresentado como modelo de vida.(J.Vitório). Creio em Deus, Pai, Criador... e em Jesus Cristo, seu Filho... creio no
Espírito Santo. Conforme dito no livro do Gênesis, somos feitos à imagem de
Deus. Por isso, se Deus é “Trindade”, conhecemos (ele criou a luz e o ser
humano inteligente). Comunicamos pelo milagre da Palavra (no princípio era o Verbo), e agimos, transformando o mundo por meio
do Amor – caso contrário poluímos o mundo).
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O “Pai” é origem e fonte (no princípio criou... faça-se a luz) da matéria, da vida e da
inteligência. De tudo (... os céus e a
terra).
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O “Filho” é a Palavra, o Verbo, tão igual ao Pai
que o Verbo era Deus (João cap.1).
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O “Espírito”
é o sopro (vento, respiração, inspiração, espírito) de sua boca de tal modo que
a Palavra é capaz de transformar e gerar o bem e toda bondade (isso é o amor).
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Lembrando a beleza e o poder da Trindade, creiamos
também na luz e na inteligência, na palavra e na comunicação. Creiamos
sobretudo na ação e nos gestos inspirados que produzem os “bens” (riquezas), mas,
principalmente, o Bem que se pode fazer às pessoas.
oooooooooo ( * ) Prof.(1975-2012-Edu/Teo/Fil)
fesomor2@gmail.com
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