29 de Maio - Sexta -
Evangelho - Mc 11,11-26
Bom dia!
A primeira impressão
alguém poderia imaginar um surto de raiva, uma noite mal dormida, ou que o
Senhor havia acordado mais humano e posto o pé esquerdo primeiro que o direito
no chão… Sim! Com todo o respeito, Jesus nesse dia saiu pra chutar o balde. E
quem não chutaria?
Poderia ele dizer aos
vendedores: “Por que fazem isso na casa onde rendem louvores ao meu Pai?” “por
que fizeram da casa do meu pai um comércio?” O que será que Jesus faria ao ver o quanto
hoje se vendem seu nome e as obras do Pai?
“Cajado de Abraão”,
“Trízimo”, “Fogueira Santa”, hunf! (…) O que fazem da sua casa hoje?
Mas vamos analisar
outro ponto: A FIGUEIRA.
Não vejo Jesus
amaldiçoando a figueira por nada e sim propondo um ensinamento. Ele bem sabia
que não era época dos frutos, mas queria ensinar que poderíamos ser
surpreendidos a qualquer momento (dificuldades, cobranças, situações difíceis)
e nesta hora, deveríamos ter algo para apresentar.
Acontece que por
vezes, mesmo em época propícia, preferimos não dar frutos. Jesus olhava para
aquela figueira e também nos olha nos olhos quando “nos negamos” a dar frutos.
Ele talvez pergunte: Se o tempo é propício, por que não dá frutos?
É importante saber que
a figueira é uma árvore sagrada (pra Deus também somos), pois foi uma das
plantas escolhidas para habitar a terra prometida na promessa divina aos judeus
que saíram do Egito.
“(…) Reconhece, pois,
em teu coração, que assim como um homem corrige seu filho, assim te corrige o
Senhor, teu Deus. Guardar s os mandamentos do Senhor, teu Deus, andando em seus
caminhos e temendo-o Porque o Senhor, teu Deus, vai conduzir-te a uma terra
excelente, cheia de torrentes, de fontes e de águas profundas que brotam nos
vales e nos montes; uma terra de trigo e de cevada, de vinhas, DE FIGUEIRAS, de
romãzeiras, uma terra de óleo de oliva e de mel, uma terra onde não será
racionado o pão que comeres, e onde nada faltará; terra cujas pedras são de
ferro e de cujas montanhas extrairás o bronze. Comer à saciedade, e bendirás o
Senhor, teu Deus, pela boa terra que te deu. Guarda-te de esquecer o Senhor,
teu Deus, negligenciando a observância de suas ordens, seus preceitos e suas
leis que hoje te prescrevo“. (Deuteronômio 8, 5-11)
Foram então sete
plantas eleitas para habitar a nova terra. Sete também são os dons do Espírito
Santo que Deus nos enviou para os fazer brotar no mundo. Na verdade, Deus
espera que primeiramente os dons plantados em nós, por vontade nossa,
brotem e dêem frutos.
Repare esse exemplo:
Após perder o horário
e o ônibus, o livre arbítrio nos permite sentar e esperar o próximo. Isso me
fez lembrar uma turminha que pega ônibus para ir à escola. Mora a menos que
quinhentos metros da escola, mas pega ônibus. Ao perderem o ônibus, arriscam-se
a esperar o próximo, sem saber se este virá no horário, se estará vazio, se
quebrará, (…). Preferem arriscar a caminhar.
Deus concede dons a
todos nós, mas por que não caminhamos? Rezar é caminhar… Rezar não é esperar o
próximo ônibus; rezar não é somente as folhas; rezar é dar o passo. “(…) Por
isso eu afirmo a vocês: quando vocês orarem e pedirem alguma coisa, creiam que
já a receberam, e assim tudo lhes será dado”.
Crer que já recebemos
é então, se por a caminho. Se é assim, por que fico a esperar para comprovar.
Estou vendo a água descendo do morro, mas insisto em ficar. Isso não é fé e sim
teimosia.
A teimosia é bem
diferente da persistência. Teimoso é aquele que não aceita os fatos, novas
sugestões, novas propostas e fatalmente também secará. A figueira precisa das
vespas e pequenos insetos para poder dar fruto. Conselhos são como vespas, sua
presença pode gerar medo, mas quando bem recebidos, nos ajudam a dar frutos.
Não seque! Dê frutos!
Um imenso abraço
fraterno.
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