04 - de Junho - Quinta - Evangelho - Mc 14,12-16.22-26
Corpus Christi é uma festa móvel da Igreja Católica, a qual celebra
a presença real e substancial de Cristo na Eucaristia. É realizada na
quinta-feira seguinte ao domingo da Santíssima Trindade. Ela é festa de
‘preceito’, ou seja, para nós – católicos – é obrigatório participar da Santa
Missa neste dia.
A origem da Solenidade do Corpo e Sangue de Cristo remonta ao
século XIII. A Santa Igreja sentiu necessidade de realçar a presença real do
“Cristo todo” no pão consagrado. A Festa de Corpus Christi foi instituída pelo
Papa Urbano IV com a Bula ‘Transiturus’ de 11 de agosto de 1264, para ser
celebrada na quinta-feira após a Festa da Santíssima Trindade, que acontece no
domingo depois de Pentecostes.
O cônego Tiago Pantaleão de Troyes, arcediago do Cabido Diocesano
de Liège na Bélgica, foi quem recebeu o segredo das visões da freira
agostiniana, Juliana de Mont Cornillon, que exigiam uma festa da Eucaristia no
Ano Litúrgico. A ‘Fête Dieu’ (Festa de Deus) então começou na Paróquia de Saint
Martin em Liège, em 1230, com autorização do arcediago para procissão
eucarística só dentro da igreja, a fim de proclamar a gratidão a Deus pelo
benefício da Eucaristia. Em 1247, aconteceu a primeira procissão eucarística
pelas ruas de Liège, já como festa da diocese. Depois se tornou festa nacional
na Bélgica.
O ofício foi composto por São Tomás de Aquino o qual, por amor à
tradição litúrgica, serviu-se em parte de Antífonas, Lições e Responsórios já
em uso em algumas Igrejas.
A festa mundial de Corpus Christi foi decretada em 1264. O decreto
de Urbano IV teve pouca repercussão – porque o Papa morreu em seguida – mas
propagou-se por algumas igrejas, como na diocese de Colônia (Alemanha), onde
Corpus Christi é celebrada desde antes de 1270. A procissão surgiu em Colônia e
difundiu-se primeiro na Alemanha, depois na França e na Itália. Em Roma é
encontrada desde 1350.
A Eucaristia nos remete à vivência de um dos Sete Sacramentos. Ela
foi instituída na Última Ceia, quando Jesus disse: “Este
é o meu corpo… Isto é o meu sangue… Fazei isto em memória de mim”. Portanto, comer a carne e beber o
sangue do Cristo é fazer memória do que Cristo fez naquela Ceia derradeira.
Ao redor da mesa eucarística, a comunidade faz a experiência da
comunhão com o Ressuscitado. Jesus está presente realmente entre nós. Isto
exige de mim e de você um “assimilar” a realidade humana de Jesus e nos
identificar com Ele no cumprimento da vontade do Pai. Crendo em Jesus nós não
só assimilamos a Doutrina, mas sim a Comunhão, a unidade com o próprio Jesus e
com os irmãos na comunidade. Esta comunhão de amor traduz-se em gestos
concretos na libertação dos oprimidos e no empenho para desabrochar e restaurar
a vida em plenitude.
Celebrando a Eucaristia, fazemos um ato de amor com Deus e com o
próximo. Aliás, o Concílio Vaticano II afirma: A
Eucaristia é fonte e cume de toda e qualquer ação litúrgica da Igreja. E Cristo é a ação fundante, pois Ele é
o alimento e a fonte deste amor e desta vida que é eterna.
Peçamos ao Senhor a graça de estar sempre com Ele e n’Ele: “Jesus,
faça-me ter cada vez mais fome e sede de comer a Sua carne e beber o Seu
precioso sangue para que eu tenha a Vida Eterna”.
Padre Bantu Mendonça
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