25 de Maio - Segunda -
Evangelho - Mc 10,17-27
Alexandre Soledade
Bom dia!
Esse evangelho trás
uma grande lição para os que estão na caminhada: A auto-análise.
Todos têm altos e
baixos durante a caminhada. Às vezes passamos longos períodos na penumbra da
fé. Vivemos por vezes, períodos consideráveis de aridez, conhecemos de perto a
preguiça espiritual chamada de tibieza. Todos já passaram por ela. É a vontade
de largar tudo, ficar em casa, descansar, repousar, dar um tempo, fugir, se
refugiar, esconder-se, (…). E cada um tem sua forma peculiar de voltar para o
Senhor após cada solavanco que somos acometidos. Mas hoje não falarei dela e
sim da “arrogância espiritual”.
Buscar a santidade é
como escalar degraus de uma pirâmide íngreme sendo mais fáceis os estágios
inferiores do que os superiores, portanto quem esta num estágio mais alto, é
preciso que busque o EQUILÍBRIO como grande aliado.
O que isso tem haver
com evangelho de hoje?
Jesus tinha um olhar
extremamente doce. Ele, por meio do seu olhar, conseguia (e ainda consegue) ver
através das máscaras que costumamos colocar para nos proteger. Por vezes nos
fingimos de fortes quanto à fé, mas é justamente nessa hora que demonstramos o
quanto somos frágeis. Diz a química que um copo de vidro muito quente ao ser
resfriado muito rapidamente, trinca e quebra. Talvez o segredo é não perder a
quentura ou talvez tentar evitar se expor ao frio.
Nos olhos de Pedro
Jesus viu se concretizar a tríplice negação. O evangelho narra que Pedro chorou
profundamente após o olhar de Jesus. Ele hoje olha nos olhos do jovem rico e
defere uma das colocações mais profundas e diretas que temos no evangelho de
Marcos: “(…) Falta mais uma coisa para você fazer”.
O que seria isso que
“falta”? Reflitamos a mensagem da primeira leitura:
“(…) Aos arrependidos
Deus concede o caminho de regresso, e conforta aqueles que perderam a
esperança, e lhes dá a alegria da verdade. Volta ao Senhor e DEIXA OS TEUS
PECADOS, suplica em sua presença e diminui as tuas ofensas. Volta ao Altíssimo,
desvia-te da injustiça e detesta firmemente a iniquidade”. (Eclesiástico 17,
20-23)
O orgulho daquele
jovem não o permitiu que continuasse a crescer. Talvez não aceitasse que ainda
tinha algo por deixar. Quantas vezes também nos comportamos assim? Dominados de
tamanha prepotência nos achamos a “última bolachinha do pacote”? É triste, mas
vi muitos sucumbirem assim, inclusive padres, pregadores, animadores e
coordenadores: congelados pelo frio estremo da prepotência!
Precisamos colaborar
também. Precisamos parar de idolatrar personalidades, em especial as que levam
a palavra de Deus, pois são humanas, erram, são frágeis e que também podem a
qualquer momento ser tentadas a errar. Precisamos mudar nosso foco. Parar de
convidar as pessoas porque a missa será com “padre tal”, pois o padre tal NÃO É
MAIS IMPORTANTE que Jesus que se faz alimento na celebração. Não é o pregador
fulano de tal que opera milagres e sim o Espírito Santo que se manifesta por
sua fidelidade e pura graça de Deus. “(…) PARA OS SERES HUMANOS ISSO NÃO É
POSSÍVEL; mas, para Deus, é. Pois, para Deus, tudo é possível”.
Essas pessoas que
estão degraus acima de nós devem vigiar cada vez mais, pois nunca se viu
tamanha caça aos seus erros pelos meios de comunicação, professores
universitários, ateus, … Precisamos entender que sempre falta alguma coisa e só
seremos completos em Deus.
E quanto a nós, o que
falta ainda além da busca pelo EQUILÍBRIO?
“(…) Em seguida,
convocando a multidão juntamente com os seus discípulos, disse-lhes: Se alguém
me quer seguir, renuncie-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me. Porque o que
quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas o que perder a sua vida por amor de
mim e do Evangelho, salvá-la-á. Pois que aproveitará ao homem ganhar o mundo
inteiro, se vier a perder a sua vida?” (Marcos 8, 34-36)
Na verdade os santos
de nossa igreja não foram santos por terem escalados sozinhos os degraus da
santidade e sim por quererem incansavelmente ver você também subir.
Quem caiu, levante!
Ninguém disse que ao subir não teriam arranhões. Abandone os excessos, pois
favorecerá o equilíbrio.
Um imenso abraço
fraterno.
Tanta prepotência no mundo (isso inclui o povo Igreja), às vezes os piores, por não enxergarem com o olhar doce de Jesus.
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