QUARTA-FEIRA, 27 DE MAIO DE 2015
Agostinho de Caterbery
Eclesiástico 36,
1-2a.5-6.13-19: Que saibam as nações que não há outro Deus fora de ti
Salmo 78: Senhor,
mostra-nos tua misericórdia
Marcos 10,32-45: Estamos
subindo para Jerusalém, e o Filho do homem vai ser entregue.
32 Estavam a caminho de Jerusalém e Jesus ia
adiante deles. Estavam perturbados e o seguiam com medo. E tomando novamente a
si os Doze, começou a predizer-lhes as coisas que lhe haviam de acontecer: 33 "Eis
que subimos a Jerusalém e o Filho do homem será entregue aos príncipes dos
sacerdotes e aos escribas; condená-lo-ão à morte e entregá-lo-ão aos gentios. 34Escarnecerão
dele, cuspirão nele, açoitá-lo-ão, e hão de matá-lo; mas ao terceiro dia ele
ressurgirá.35 Aproximaram-se
de; Jesus Tiago e João, filhos de Zebedeu, e disseram-lhe: "Mestre,
queremos que nos concedas tudo o que te pedirmos." 36 "Que
quereis que vos faça?" 37 "Concede-nos
que nos sentemos na tua glória, um à tua direita e outro à tua esquerda." 38 "Não
sabeis o que pedis, retorquiu Jesus. Podeis vós beber o cálice que eu vou
beber, ou ser batizados no batismo em que eu vou ser batizado?" 39 "Podemos",
asseguraram eles. Jesus prosseguiu: "Vós bebereis o cálice que eu devo
beber e sereis batizados no batismo em que eu devo ser batizado. 40 Mas,
quanto ao assentardes à minha direita ou à minha esquerda, isto não depende de
mim: o lugar compete àqueles a quem está destinado." 41 Ouvindo
isto, os outros dez começaram a indignar-se contra Tiago e João. 42 Jesus
chamou-os e deu-lhes esta lição: "Sabeis que os que são considerados
chefes das nações dominam sobre elas e os seus intendentes exercem poder sobre
elas. 43 Entre
vós, porém, não será assim: todo o que quiser tornar-se grande entre vós, seja
o vosso servo; 44 e
todo o que entre vós quiser ser o primeiro, seja escravo de todos. 45 Porque
o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em
redenção por muitos."
COMENTÁRIO
O destino que Jesus escolhe e o estilo de vida de seus discípulos
parecem duas realidades distintas e distantes, porém estão indissoluvelmente
ligadas. Jesus escolhe o confronto consigo mesmo e com as autoridades de
Jerusalém. E o faz, não por capricho pessoal, mas como parte da vontade do Pai
que busca a reconciliação do mundo por meio da eliminação das diferenças que
espalham inimizade entre as diferentes pessoas: judeus e pagãos, pobres e
ricos, sábios e ignorantes, puros e impuros. Jesus quer comunicar sua verdade
em Jerusalém, em um lugar no qual pode ser escutado, ainda que essa decisão
comporte riscos mortais. O mesmo ocorre com os discípulos que querem os postos
principais e rivalizam entre si pelo poder de domínio. Contudo, Jesus os ensina
a realizar a justiça por meio do amor solidário, o que exige a renúncia efetiva
das pretensões de poder e de domínio. Jesus assume um destino de reconciliação
entre os seres humanos que requer um novo estilo de vida, em total ruptura com
as expectativas de controle, riqueza e fama, tão apreciadas nessa época como na
nossa. E nós, o que escolhemos?
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