26 de Maio - Terça - Evangelho - Mc 10,28-31
Não é uma decisão egoísta,
muito pelo contrário, é uma decisão oblativa saber doar a vida por uma causa.
”Em verdade vos digo, quem tiver deixado casa, irmãos, irmãs, mãe,
pai, filhos, campos, por causa de mim e do Evangelho, receberá cem vezes mais
agora, durante esta vida — casa, irmãos, irmãs, mães, filhos e campos, com
perseguições — e, no mundo futuro, a vida eterna” (Marcos 10, 29-31).
Continuando o ensinamento de Jesus sobre o
discipulado, a maneira de segui-Lo, de se tornar discípulo d’Ele, o Senhor hoje
nos ensina, de forma mais aprofundada, como viver o desapego. Porque não se
trata somente de apego a coisas materiais, mas também de desapego das pessoas
que amamos e queremos bem.
Existem homens e mulheres que decidiram
entregar suas vidas por inteiro, a vida inteira no seguimento de Jesus Cristo.
Eles sacrificam a sua vida por causa do Evangelho, mas este sacrifício é para
ter mais liberdade e disponibilidade para servir ao nosso Deus. Não é uma
decisão egoísta, muito pelo contrário, é uma decisão oblativa saber doar a vida
por uma causa. São discípulos e discípulos que vivem uma vida totalmente
entregue ao serviço do Reino de Deus.
Que Deus suscite esse desejo, essa vontade,
esse apelo no coração de muitos jovens, homens e mulheres, para viverem
realmente uma vida de doação plena ao Reino de Deus. Mas, mesmo que você não vá
para um seminário, para um convento, para uma comunidade ou qualquer lugar como
esse, em uma vida mais entregue ao Reino de Deus, saiba que essa
espiritualidade [do desapego e doação] é para ser vivida por todos os
discípulos de Jesus.
Em nossa casa, em nossa realidade, porque na
vida todos nós passamos por momentos assim: ora vamos ter muito, ora não vamos
ter nada, mas isso não pode tirar a paz do nosso coração. Ora nós temos aqueles
que amamos bem perto de nós, ora eles vão estar distantes de nós pelas
circunstâncias da vida, devido ao trabalho e a diversas situações. Muitas
vezes, isso vai acontecer até pela dureza e dor: a morte que leva um dos
nossos. O casamento dura a vida toda, mas alguém vai morrer primeiro. Às
vezes, os filhos perdem seus pais, ou os pais perdem os filhos; o que você não
pode é perder a vida por causa disso.
Confiando a Deus tudo o que nós temos: os
bens, a vida que levamos, mas até os nossos que estão ao nosso lado pertencem a
Deus, na hora que um for tirado, levado, for participar do Reino de Deus
primeiro que nós, ou precisar se mudar ou viajar, que nós não percamos o
sentido da vida nem a direção porque alguém foi viver longe de nós.
Que Deus nos ensine a viver a espiritualidade
do desprendimento, porque a vida inteira é um constante se desprender e o
último desprendimento é a morte, com a qual já não levamos mais nada e vamos
inteiros para ser de Deus!
Que Ele nos abençoe!
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