27 de Maio - Quarta -
Evangelho - Mc 10,32-45
Bom dia!
Notamos no evangelho
de ontem que tanto os discípulos quanto nós precisamos nos policiar no que se
diz a verdadeira face de ser cristão. Ontem notamos que o desapego é um passo
importante na construção de pessoas melhores… E hoje?
Sim! É natural e
humano que precisamos de elogios e reforços positivos para continuar a
caminhar. Sabemos que não é o certo, mas nossa motivação e alegria são bem
atreladas aos “tapinhas nas costas” que recebemos. Seria hipócrita se dissesse
que isso não existe, mas o que tenho a dizer é que para isso também é preciso
disciplina e sobriedade.
Quanto à disciplina…
É importante saber que
nem tudo que queremos, teremos, mas que tudo que pedimos, Deus sempre nos ouve.
Os apóstolos pediam muito mais do que haviam ganho o direito de ter ou lutado
para conseguir. Jesus narrava sua sina e sua morte, no entanto havia apenas a
preocupação com que seriam, que posto teriam ou ocupariam no céu.
Jesus sondava seus
pensamentos; mexia com seus paradigmas; fazia vibrar os conceitos. Ele já havia
exortado que o menor seria o maior, que aquele (a) que fosse, por amor a
mensagem de vida, humilhado, seria no fim exaltado, mas como nós, os discípulos
estavam presos a uma cadeia, denominada por Augusto Cury como cárcere
intelectual.
“(…) Um dos maiores
problemas enfrentados por Cristo era o CÁRCERE INTELECTUAL em que as pessoas
viviam, ou seja, a RIGIDEZ INTELECTUAL com que elas pensavam e compreendiam a
si mesmas e ao mundo que as envolviam. Por isso, apesar de falar da fé como
ausência da dúvida, ele também era um mestre sofisticado no uso da arte da
dúvida. Ele a usava para abrir as janelas da inteligência das pessoas que o
circundavam”. (Augusto Cury – Mestre dos mestres)
A disciplina esta em
não se render as pequenas coisas, que aos nossos olhos parecem valiosas.
Quanto à sobriedade…
Estar sóbrio é estar
centrado, lúcido, apto a entender e responder pelo que esta acontecendo. O que
Deus faz em nós e através de nós deve ser dado os créditos a Ele, portanto
nenhum de nós deve “se achar” por ter feito o seu trabalho bem feito. Deus tanto
age no “Chico” quanto no “Francisco” e os milagres não acontecem somente pelas
mãos desse ou daquele padre famoso, mas pelo filho de Deus que consegue tocar o
Senhor.
Quarta feira passada o
evangelho narrava o pedido do Senhor para que não segregássemos aqueles que
fazem e trabalham em Seu nome, mas algo é preciso ser dito diante desse fato:
nossa maldade tem impedido que se cumpra.
Quantas pessoas
talentosas existem em nossas comunidades, mas não são treinadas, ouvidas,
levadas em consideração? Quantos “Davis” se escondem em meio a irmãos imaturos
prontos para conduzir nosso povo, nossos grupos, pastorais, mas que não recebem
a devida chance, por não fazerem parte de uma panela, de um grupinho? Quantas
comunidades sofrem pelo fato de pessoas assumirem permanentemente coordenações
de movimentos, EACs e CPCs como se fossem “donos”?
Sofremos em nossas
comunidades, pois nossas lideranças não sabem educar, temem dizer “não”, são
relutantes ao novo; nossos grupos sofrem pois ensinaram sobre os milagres que
aconteciam a dois mil anos, esquecendo de mostrar que existe um milagre a cada
manhã que temos a graça de levantar. Muita gente perdeu a fé, pois espera muito
mais do que realmente trabalha para obter.
Observemos a primeira
leitura:
“(…) Dai a recompensa
àqueles que esperam em vós, mostrai que os vossos profetas tinham razão.
Escutai, Senhor, a oração dos vossos servos, pela benevolência que tendes para
com vosso povo, conduzi-nos no caminho da justiça, e que o mundo inteiro
reconheça que vós sois o Senhor, o Deus de todos os tempos”. (Eclesiástico 36,
18-19)
Lembremo-nos do
evangelho : Buscai primeiro o reino de Deus e tudo mais nos será dado por
acréscimo e não Buscai primeiro “tudo mais” e Deus será lhe dado por acréscimo.
Busquemos a disciplina
e a sobriedade! Elogios e prodígios nos movem, mas é a fé, o amor e a caridade
que nos sustentam.
Um imenso abraço
fraterno.
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