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quinta-feira, 28 de maio de 2015

Isto é o meu corpo. Isto é o meu sangue.-Padre Antonio Queiroz

04 - de Junho - Quinta - Evangelho - Mc 14,12-16.22-26


Isto é o meu corpo. Isto é o meu sangue.
Hoje é com muita alegria que celebramos a solenidade de Corpus Christi. O Evangelho narra como que foi a Última Ceia de Jesus com os discípulos, na qual ele instituiu a Eucaristia.
“Isto é o meu corpo... Isto é o meu sangue.” Participar da Eucaristia é unir-nos com Jesus numa grande união, de corpo e de espírito.
Para quem participa da Santa Missa e comunga, vale aquela comparação que está no Salmo primeiro: “É como uma árvore plantada à beira d’água, que dá fruto no devido tempo. Suas folhas nunca murcham” Agora, se um cristão ou cristã não participa da Missa nem recebe a Eucaristia, logo se tornará uma folha seca agitada pelo vento, uma ovelha sem pastor, um peixe fora d’água. A pessoa fica sub-nutrida na fé, fica fraca e cai na primeira tentação que aparecer. Afoga-se num copo d’água. É esse o tipo de católico que as seitas costumam pegar e acabar de desligar de uma vez da Igreja Católica, a Igreja que Jesus fundou.
“Porque há um só pão, nós todos somos um só corpo, pois todos participamos desse único pão” (1Cor 10,16-17). A Eucaristia nos une não só com Cristo mas também entre nós. E se alguém se afastar da Eucaristia, aos poucos vai se desligando também da Comunidade cristã. Antigamente o padre consagrava um pão só, que na hora da Comunhão era repartido. Hoje, por motivos práticos, o pão já vem em pedacinhos, que chamamos de Hóstias. Mas o sentido continua o mesmo, pois todos comungamos juntos, participando de uma mesa só.
A Eucaristia é também remédio de eternidade, ela é antídoto para não morrermos espiritualmente. Quem recebe a Eucaristia não morre, mas vive eternamente.
No Evangelho, Jesus fala: “Isto é o meu sangue, o sangue da aliança, que é derramado em favor de muitos”. E na Missa, logo após a consagração, nós dizemos: “Anunciamos Senhor a vossa morte e proclamamos a vossa ressurreição. Vinde Senhor Jesus”. A Eucaristia está intimamente relacionada com a morte e ressurreição de Jesus.
“No primeiro dia dos Ázimos, quando se imolava o cordeiro pascal...” Assim começa o Evangelho de hoje. Esta celebração da páscoa judaica era a comemoração da libertação do Egito, passando (páscoa) pelo Mar Vermelho. A Eucaristia é a nossa páscoa, a celebração da nossa libertação da escravidão do pecado, passando para uma vida nova, como filhos queridos e Deus e membros da sua família.
Antes de instituir a Eucaristia, Jesus lavou os pés dos discípulos, para nos mostrar que a Eucaristia está ligada ao amor, amor humilde e prático, manifestado através do serviço.
Na Igreja primitiva, a celebração eucarística chamava-se “partir do pão”, para lembrar que devemos partilhar do nosso pão, como Jesus repartiu o seu corpo. O nome Missa, que damos à Eucaristia, nos lembra que ela nos envia em missão. Antigamente, as últimas palavras do padre na Missa era: “Ite, missa este”, que significam: ide, terminou a celebração e começa a vossa missão.
Ao contrário dos outros alimentos, que se transformam em nós, a Eucaristia nos transforma no alimento que comemos, alimento que é mais forte que nós, Jesus Cristo. Ela vai nos transformando em Cristo, até podermos dizer com S. Paulo: “Não sou mais eu que vivo, é Cristo que vive em mim”. Quem comunga vai aos poucos vivendo a mesma vida de Jesus: Os mesmos sonhos, o mesmo pensamento, o mesmo ideal e, no fim, a mesma morte. É uma simbiose total.
“Irmãos, toda carne é como erva, e toda a sua glória é como a flor da erva: secou a erva, cai a sua flor. Mas a Palavra do Senhor permanece para sempre” (1Pd 1,22-25a). A carne é o nosso corpo, e a glória são as honras, a fama etc. O nosso corpo é frágil, ele morre. E quando ele vai, vai junto a nossa glória, honras, fama etc. O melhor mesmo é nos alimentarmos de Jesus, porque assim jamais morreremos.
Certa vez, um homem estava andando no mato, na beira de um riacho, e viu algo brilhando dentro da água. Não ligou e foi-se embora. Mais tarde, veio outro homem. Viu, entrou na água, pegou o objeto e viu que era uma pedra. Ele pensou: deve ser coisa à toa, senão não estaria aqui. Jogou-a novamente dentro do riacho e foi-se embora. Mais tarde, veio um terceiro homem. Ao ver a pedra, pegou-a e levou a um amigo que entendia do assunto. O amigo lhe disse: “É uma pedra de diamante, de altíssimo valor. Você está súper rico com esta pedra”.
Esta pedra de diamante é a Eucaristia. Pena que muitas vezes não lhe damos o devido valor, de modo que ela é celebrada ao lado da nossa casa e não participamos. Que a valorizemos como fez o terceiro homem com a pedra de diamante.
A primeira procissão de Corpus Christi aconteceu quando Maria visitou sua prima Isabel. Ali, o ostensório foi o corpo imaculado de Maria. E quando José e Maria levaram Jesus ao templo, o profeta Simeão disse a Maria: “Este menino será um sinal de contradição... E a ti uma espada de dor vai atravessar a tua alma”. O corpo e o sangue de Jesus, que comungamos, foi Maria que lhe deu. E ela participou também do sacrifício, por nós.
Vamos, nesta festa de Corpus Christi, fazer alguns pedidos a Jesus, pela intercessão de sua Mãe: Que amemos mais a Eucaristia; que ele nos mande muitos sacerdotes, para que a Eucaristia possa ser celebrada em todos os lugares do mundo onde houver um grupo de cristãos. E que não falte na mesa de todas as pessoas do mundo o alimento, o pão material.
Isto é o meu corpo. Isto é o meu sangue.


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