2º DOMINGO DA
PÁSCOA
12 DE ABRIL DE 2015
ANO B
EVANGELHO - JO 20,19-31
PRIMEIRA
LEITURA
Aqui nós temos um belo exemplo de
partilha. A multidão dos fiéis era uma só
alma... ... entre eles ninguém passava necessidades...O dinheiro arrecadado
era distribuído para suprir as necessidades de cada um.
Isso é
parecido com a arrecadação do imposto de renda que nós pagamos para o
bem público: Hospitais, escolas, construção e manutenção dos mananciais de
água, etc. Mas é somente parecido. Porque há uma grande diferença entre essas duas
realidades. Naquela primeira comunidade onde não faltava nada a nenhum dos seus
membros, ninguém metia a mão no dinheiro público, ninguém se enriquecia de um
ano para o outro ilicitamente, e ninguém precisava assaltar para sobreviver.
Acontece que aquela comunidade todos
viviam a fé. Eles praticavam os ensinamentos de Jesus ressuscitado. Ao
contrário de comunidades outras, que vivem somente em busca da satisfação do
seu egoísmo, de defender os seus caprichos, e de enriquecer às custas do
dinheiro arrecadado.
Aqueles homens e aquelas mulheres
daquela comunidade em que tudo o que possuíam era posto em comum, era posto à
disposição de todos, o CRER já era para eles o VIVER nesse mundo, o mundo de
Deus. Eles já estavam saboreando, desfrutando, a glória definitiva baseada na
justiça e no amor de Deus, por antecipação.
SALMO
Aqueles que temem o senhor, que agora
digam. Eterna é a sua misericórdia. O Senhor pode nos provar severamente como o
fez a Jó. Mais em seguida, a mão direita do Senhor nos levanta. Foram três anos
de sofrimentos terríveis. Mas sei que o Senhor não me abandonou. Sinto sua mão
forte me levantando e, sinto que não morrerei por enquanto, e agradeço a todos vocês
pelas suas orações! Amém!
SEGUNDA
LEITURA
Todos nós somos filhos de Deus, todos
temos um só Pai. Portanto, somos todos irmãos, quer o queiramos, ou não. Muito
embora os arrogantes se julgarem superiores aos humildes e pobres, eles precisam admitir que somos
irmãos. E se amamos a Deus, temos de amar os seus filhos, ou seja, os nossos
irmãos. É mentiroso aquele que diz que ama o Pai, se não ama o seu irmão. Amar
a Deus significa guardar os seus mandamentos.
E guardar os mandamentos de Deus, significa pô-los em prática. E a
prática é isso: Amar uns aos outros como
Cristo nos amou! Porém, este amar tem
de ser na prática. Não pode ser da boca par fora. Não pode ser de palavras, não
pode ser apenas na teoria.
Ora, o próprio Cristo nos garantiu que
os seus mandamentos não são pesados: Meu
jugo é leve e o meu peso é suave. É
comum alguém dizer no confessionário que não resistiu aquela tentação. Porém,
nunca seremos tentados acima das nossas forças. E todo aquele que praticar os
mandamentos, vencerá as tentações. Todo
aquele que nasceu de Deus vencerá o mundo com suas ilusões, suas
enganações, suas propostas de diversão sem limites, como foi dito pelos repórteres,
a respeito do carnaval. Ora, é impossível viver sem limites. Até o crime
organizado tem limites. É inadmissível e impraticável um viver sem nenhuma ordem, sem nenhuma regra, sem nenhuma
limitação!
Os mandamentos não são freios dolorosos
de um Pai severo, mas sim, orientações práticas, para organizar a
sobrevivência, para que evitemos encrencas, aborrecimentos, prejuízos, e
tenhamos uma existência tranquila. O trânsito flui tranquilamente quando todos
os motoristas obedecem as leis de trânsito.
Assim deve ser a nossa vida. Precisamos guardar e praticar os
mandamentos de Deus para o nosso próprio bem.
EVANGELHO
Os "Tomés" do mundo atual
estão por toda parte, questionando a nossa prática da fé, rindo de nós por
vivermos o amor de Cristo, por nos dedicar aos trabalhos da paróquia, etc.
Tomé representa todos aqueles e aquelas
que não vendo, não acreditam. Não podendo
tocar a alma, dizem que é uma invenção
humana. Não vendo Deus, duvidam da sua existência. Não vendo Jesus Cristo,
ignoram os seus ensinamentos, e buscam preencher seus dias na busca desenfreada
pela riqueza, pensando que assim serão
felizes.
Se
buscarmos a realidade da existência de Deus com olhos matemáticos, com
raciocínios lógicos, de uma "fé" intelectual, não vamos nunca chegar
a uma conclusão saudável, a respeito dos mistérios de Deus. É como tentar
explicar a uma criança ainda no útero da mãe, como é a realidade aqui de fora.
As cores, os sons, as paisagens. Assim,
é a realidade de Deus e da vida eterna. Buscar entendê-la com olhos humanos
fica complicado. Porém, com os olhos da fé, nós conseguimos ver o invisível,
conseguimos acreditar sem mesmo ver, e
por isso seremos felizes porque o essencial é invisível.
Não estamos falando aqui de uma fé
cega, muito menos de alucinações, de fanatismos ou de atitudes ingênuas.
Estamos falando do instinto religioso. Trata-se da inclinação natural e instintiva
para Deus que todo ser humano normal possui. Todo ser humano que veio de Deus,
tem a tendência natural de estar com Deus, muito embora esteja com a sua mente
invadida pelos "valores" do mundo.
O ciclo pascal está dividido em 3
períodos: Preparação, celebração e prolongamento.
A preparação
é a quaresma que vai de quarta-feira de cinzas até a festa da Páscoa.
A celebração
acontece na Semana Santa que se inicia
no Domingo de Ramos, indo até o Domingo da Páscoa.
O
prolongamento vai da Festa da Páscoa, até a festa de Pentecostes, sendo que a
primeira semana, é a oitava da Páscoa. Oito dias em que celebramos como se
fosse um dia só dia.
Na quarta-feira de cinzas a Igreja nos
conduz a refletir sobre a nossa curta existência terrena, e nos conduz a pensar
na realidade de que devemos nos preparar para voltarmos para Deus. Cinzas
significa a fragilidade da nossa vida. "Tu és pó e ao pó voltarás. Portanto, convertei-vos e crede no Evangelho"
E
neste tempo de preparação, devemos preenchê-lo com: jejum, abstinência de
carne, muita oração, penitência, mortificações, caridade...
O jejum é uma privação voluntária de
uma coisa que nos dá prazer. Não precisa ser necessariamente a comida. Aliás,
os idosos, com seus corpos debilitados, nem devem se privar do alimento. Porém,
eles podem fazer jejum, sim. Ele podem se privarem das coisas que os podem
levar ao pecado. Cada um de nós sabemos muito bem quais as coisas que nos
conduzem às quedas. Frequentar um certo lugar de diversão, olhar para certas
cenas ou pessoas, e até mesmo abrir certas páginas da Internet, em fim, são
aquelas ocasiões de pecar que geralmente em nosso dia-a-dia se apresentam
diante de nós, e que precisamos evitá-las para podermos viver na presença de Deus,
para viver segundo o Espírito. Essa forma de jejum pode até ser mais eficiente,
e pode agradar muito mais a Deus, do que ficar sem comer, por fazer um jejum
tradicional desacompanhado de uma boa dose de devoção.
Não comer carne tem dois significados.
O primeiro é um sinal de respeito pelo sofrimento de Jesus Cristo que deu a sua
carne, seu corpo, a sua vida por nós. O segundo, é porque se a nossa carne é
causa de pecado, o abster-se de comer carne nos dá força para evitar os pecados
da carne e viver segundo o espírito.
Porque é este o objetivo do jejum: O fortalecimento da nossa vontade,
para fortalecer a nossa fé.
O
jejum não é uma privação-castigo de um Deus cruel que quer nos ver
sofrendo. Não. O JEJUM É BOM PARA A NOSSA ALMA, PARA A NOSSA SALVAÇÃO! Jejum é
disciplina, jejum é autocontrole dos que buscam a Deus e por isso SE RECUSAM A
VIVER SEM LIMITES.
Caríssimos. A Santa Igreja nos
recomenda que pelos menos no ciclo pascal, comunguemos o corpo de Cristo. Que
pelo menos neste prolongamento da Páscoa, nos voltemos para Deus, e
aproveitemos o poder que Jesus deu aos discípulos, cujos padres são herdeiros,
para nos perdoar os nossos inúmeros pecados.
Muitos porém, querem voltar para Deus
mas não querem deixar de lado os seus vícios, os seus prazeres, as briguinhas
com os parentes...
Muitos
querem voltar para Deus porém não querem voltar para o irmão ofendido, o irmão
ao qual estamos de mal, com o qual brigamos, maltratamos, humilhamos,
prejudicamos, excluímos, etc. Acontece que NÃO EXISTE UM VOLTAR PARA DEUS SEM ANTES
VOLTAR-SE PARA O IRMÃO AO QUAL CORTAMOS RELAÇÕES. Mas quem foi que disse isso? Foi o próprio Jesus. Se
tiveres indo fazer uma oferta a Deus e te lembrares que o teu irmão tem alguma
coisa contra ti, deixa a tua oferta no altar e vai reconciliar com ele. Depois
disso volta e faz a tua oferenda.
Meus irmãos. Estamos no prolongamento
dos tempos de conversão, de caridade, de
muita oração, e acima de tudo, TEMPO DE PERDÃO. Está na hora de perdoar sua
mãe, seu pai, seu cunhado seu marido sua esposa, seu irmão, sua irmã...
Bom domingo.
José Salviano.
Muito bom, tenho acompanhado suas reflexões sobre as leituras dos finais de semana e, a cada semana, fico encantado com tanta sabedoria que o senhor tem e que vem do Espírito Santo. Obrigado por me ajudar a entender, mesmo que seja um pouco, sobre a palavra de Deus e o sentido que ela nos conduz. Embora seja uma abordagem sobre as leituras, a saber, do Senhor, alegro-me em perceber que Deus fala através de seus escritos. Que Ele continue sempre te abençoando. A Paz!
ResponderExcluirAtc,
Um Católico Apostólico Romano Praticante da Palavra de Deus, dos Mistérios da Igreja e da vida Religiosa Consagrada.
Muito bom, tenho acompanhado suas reflexões sobre as leituras dos finais de semana e, a cada semana, fico encantado com tanta sabedoria que o senhor tem e que vem do Espírito Santo. Obrigado por me ajudar a entender, mesmo que seja um pouco, sobre a palavra de Deus e o sentido que ela nos conduz. Embora seja uma abordagem sobre as leituras, a saber, do Senhor, alegro-me em perceber que Deus fala através de seus escritos. Que Ele continue sempre te abençoando. A Paz!
ResponderExcluirAtc,
Um Católico Apostólico Romano Praticante da Palavra de Deus, dos Mistérios da Igreja e da vida Religiosa Consagrada.