31 de agosto - DOMINGO - Evangelho
- Mt 16,21-27
Jesus vinha exercendo
seu ministério na Galiléia, onde se misturavam gentios e colônias judaicas, e
nas regiões gentílicas vizinhas. Agora, tendo chegado bem ao norte, em Cesaréia
de Filipe, como que dando por encerrado seu ministério nestas regiões, Jesus
toma a decisão de voltar ao sul e, atravessando a Galiléia, seguir o caminho de
Jerusalém. Nesta nova etapa de seu ministério, Jesus decide fazer seu anúncio
libertador e vivificante diretamente entre as multidões de fieis do judaísmo
que acorriam a Jerusalém, para atenderem ao preceito religioso de cumprir o
dever de celebrar a Páscoa. Esta era a principal festa religiosa da tradição de
Israel, e era a ocasião de todos os fieis, particularmente os que moravam em
regiões mais distantes, trouxessem suas ofertas e dízimos anuais ao Templo.
Jesus tinha consciência de que os chefes das sinagogas e do Templo de Jerusalém
tinham a intenção de, em algum momento oportuno, matá-lo. A pregação e a
prática libertadora de Jesus suscitara o ódio destes chefes, que tinham garantidos
sua autoridade e seu poder a partir da Lei opressora, elaborada ao longo da
tradição de Israel. Agora, a ida a Jerusalém poderia ser fatal. Contudo Jesus
não renuncia ao propósito de anunciar ao mundo, sem restrições, o projeto de
Pai, de libertar o mundo de toda opressão e promover a vida plena para todos.
Jesus, então, fala aos discípulos sobre as provações que o aguardam em
Jerusalém. Ë o chamado “anúncio da Paixão”. Este “anúncio” pode ter dois
sentidos. Na perspectiva messiânica é o sofrimento necessário redentor, de
acordo com a tradição do Primeiro Testamento. Porém pode significar a comum
prática repressora dos poderosos deste mundo que não toleram e procuram
destruir todo aquele que promove a libertação do povo oprimido, tal como foi
Jesus em toda sua vida. Mateus, em seu evangelho, faz um contraste. Pedro, ao
identificar Jesus com o Cristo, tinha uma revelação de Deus, era proclamado
como pedra da Igreja, a as portas do inferno não prevaleceriam sobre ela (cf. 7
ago.). Agora, ao rejeitar o confronto de Jesus em Jerusalém, não tem a
compreensão das coisas de Deus, é pedra de tropeço, e satanás. Jesus convida os
discípulos a consagrarem sua vida à causa da justiça e da vida. Seduzidos pelo
chamado de Jesus (primeira leitura), empenham-se em renovar as estruturas deste
mundo conformando-o a tudo que é bom, justo, e agradável a Deus (segunda
leitura).
Nenhum comentário:
Postar um comentário