02 de Setembro -
Terça - Evangelho - Lc 4,31-37
Eu sei quem tu és: tu és o Santo de Deus!
Este Evangelho narra a cura, feita por Jesus, de um homem possuído pelo
espírito de um demônio impuro. Demônio impuro é a força do mal que tira de nós
a pureza de coração, a qual é uma bem-aventurança. A pessoa de coração impuro é
maliciosa, maldosa, mentirosa, enganadora e tem segundas intenções em suas
palavras e atos.
“Que queres de nós, Jesus Nazareno? Vieste para nos destruir?” Os maus
conhecem quem tem poder de os vencer. Certamente aquele homem, mesmo vivendo em
pecado impuro, freqüentava aquela sinagoga, e nunca atacou nenhum orador,
porque as falas deles eram minúcias legais desligadas da vida. Mas agora foi
diferente. O homem percebeu que Jesus falava com autoridade, e tocava na
ferida, isto é, no pecado dele. Assim, o homem viu em sua frente apenas duas
saídas: ou deixar o pecado, ou afastar Jesus do seu caminho. Tentou afastar
Jesus, mas não conseguiu.
“O demônio lançou o homem no chão e saiu dele.” O pecado não levanta
ninguém, ao contrário, derruba. E o pecado da impureza é muito forte; após
vencê-lo, a pessoa tem de se levantar e recomeçar uma vida nova.
“Ele manda nos espíritos impuros com autoridade.” Jesus ataca o mal que
está no homem, não o homem. Tanto os santos como os pecadores conhecem o
profeta que fala em nome de Deus.
O mesmo Espírito Santo que tornou o Verbo eterno visível na pessoa de
Jesus, continua tornando o Verbo presente e visível hoje nas Comunidades cristãos
e nos profetas e profetizas. Cabe a nós, destinatários do Verbo, da Palavra de
Deus, não atacar os profetas, mas acolher as suas mensagens, numa terra boa,
onde a semente possa crescer e produzirá frutos.
“Deus disse: ‘Faça-se...’, e tudo foi feito” (Gn 1). A mesma Palavra que
criou o mundo está aí, para construir em nós uma vida nova, vencendo as
impurezas, e ajudando pessoas impuras a se converterem.
Certa vez, uma catequista fez com as crianças uma encenação, a fim de
mostrar-lhes a força da oração para vencer as tentações. A encenação foi a
seguinte: Um menino pegou alguns livros e cadernos e começou a caminhar na
frente da classe, como se estivesse indo para a escola. Outro garoto fez o
papel de um moleque de rua. Ele aproximou-se do que ia para a escola e disse:
“Vamos jogar bola?” “N posso, estou indo para a escola”, respondeu o garoto.
Mas o moleque começou a insistir: “Depois você mente para a sua mãe dizendo que
foi para a escola...!” e o moleque ficava caminhando de fasto, na frente do outro,
tentando convencê-lo. Nesta hora, o que ia para a escola lembra-se de rezar e
faz o Sinal da Cruz. Pronto, o moleque, que representava o demônio, dá um pulo
para trás e some.
É exatamente isso que acontece com a tentação, quando rezamos. Seja que
tentação for. A encenação é de criança, mas vale para todos nós. Quantas vezes
lutamos e lutamos para vencer uma tentação, e nos esquecemos de rezar! Que pena
que nós facilmente nos esquecemos das lições da catequese!
“Maria que eu quero bem, Maria do puro amor. Igual a você ninguém, Mãe
pura do meu Senhor... Ave Maria, rogai por nós!”
Eu sei quem tu és: tu és o Santo de Deus!
Padre Queiroz
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